sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Governo e Oposição



                    GOVERNOOPOSIÇÃO


 Quando éramos somente eu e a esposa, como não havia regras nítidas sobre quem assumiria a presidência (não chegamos a cogitar quanto ao parlamentarismo) após a instalação de nossa República, fui me acomodando devagarinho na cadeira governamental, oferecendo-lhe, em contrapartida, o Ministério da Fazenda, o que gerou a nossa primeira crise político-conjugal, pois, espertamente, não deixei evidente que se tratava do importante órgão que administra o dinheiro, razão pela qual, já que também não éramos possuidores de terras, acabou entendendo que eu poderia estar me referindo a outro tipo de renda, associada à quase extinta máquina de costura.

 Ora, toda República passa por contratempos. Logo, essa e outras crises que sobrevieram ao longo dos anos não impediram que a União se fortalecesse, a ponto da população de nosso Território ter se multiplicado algumas vezes.

 O caso é que, agora, ainda não muito certos de quem era Governo e quem se situava na Oposição, resolvemos, democraticamente, que era momento de proceder a eleição para estabelecer quem ocuparia o cargo mais elevado da nossa República, embora descentralizando algumas atividades para o primeiro e o segundo escalões.

 Quem ganhasse entre eu e a esposa seria formal e finalmente nomeado presidente (ou presidenta, como querem ensinar alguns manuais modernos, sob meus protestos!). O outro (ou a outra, agora sou eu que faço questão!), escolheria o Ministério que quisesse (ao menos estava superada a situação do Ministério da Fazenda!). Os filhos ocupariam o segundo escalão, esperando eu que não houvesse nenhuma Intervenção em nossa República por causa do nepotismo, já que acreditava que isso decorria da autonomia ínsita ao nosso espaço, embora cada vez menos soberano perante as regras emanadas da Organização das Nações (Des)Unidas. 

 Fizemos acirrada campanha! Espero não incidir em nenhum crime eleitoral ao confessar, neste momento, que distribuí uns docinhos para os eleitores (soube, depois, que a candidata também fez isso, desigualando a campanha, já que os seus são incomparavelmente melhores do que os meus).

 Ficou decidido que eu e ela não votaríamos, para evitar que um tentasse convencer o outro nas inevitáveis reuniões republicanas do dia a dia. O resultado da eleição: três votos para mim, três votos para ela! Empate!

 Como não havia previsão de critérios para desempate, cheguei a propor que o candidato “mais velho” (ops: “com mais idade”) fosse declarado vencedor, realização de segundo turno, decisão no “par ou ímpar” ou (quase) qualquer outra forma que a candidata entendesse adequada. Que nada! Irredutível, para ela a eleição terminava ali, empatada mesmo e dessa forma continuaria.

  Refletindo um pouco, achei que ela estava certa, pois com nós dois “dividindo” o comando já não se mostra tarefa simples governar, se um fizer oposição ferrenha ao outro, sem deixar de reconhecer as virtudes, focando somente nos defeitos, a tendência é que a nossa República acabe cada vez mais enfraquecida, com manifestações mais fortes, justas e frequentes por parte dos administrados, acredito.

  Embora sejamos de partidos acirradamente diferentes, acreditamos que o momento que vivemos é extremamente sério. Eu tenho defeitos, ela também. Mas são as nossas virtudes, somadas, que podem nos levar a algum lugar. 

 Formulamos, então, uma pauta propositiva comum, que tem gerado resultado favorável em nossas vidas e, decorrentemente, diminuído um pouco das insurreições, razão pela qual redigimos, em conjunto, aquela que foi designada como sendo a “Carta da República dos Gaspar” (fui vencido ao propor “Carta da República dos Brasilvas”, mas tudo bem, pela causa!) e chegamos a apresentar essa nossa experiência à grande República ora, ora, administrada pelo PSDB, ora, ora, ora e ora administrada pelo PT, para, quem sabe, sugerir algo menos distante do que simplesmente Governo e Oposição...


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Black Friday



                      BLACK FRIDAY


  Se for feita uma pesquisa sobre o dia da semana que as pessoas mais gostam, acredito que a sexta-feira ganha com folga (...ou sem folga, mas depois do trabalho, principalmente!).

  Se bem que hoje em dia estão tentando de tudo para lhe convencer que todo dia é sexta-feira. Porém, o dia seguinte costuma fustigar a propaganda enganosa, daí que, em algum momento da vida você vai acabar despertando para a realidade não tão complacente como a desejaríamos.

  Tem também as místicas: a tal sexta-feira 13 é uma delas! Creio que foi arquitetada pela segunda-feira, coitada, cansada de tantas injustiças com um dia que deveria ser igual a tantos outros (cadê o princípio da igualdade, pessoal?), mas sequer tem coragem de se olhar no espelho, já que raramente estará vestida ou maquiada como uma... Sexta-feira, por exemplo!

  Pois bem!

  Hoje eu acordei (na verdade, fui acordado) devido a enorme barulho na rua, causado por cinco pessoas aparentemente bastante animadas (pudera! É sexta-feira!) vestidas igualmente com roupas chamativas e gritando “a todos pulmões” algo que no momento não entendi direito, mas parecia ser black friday, black friday, black friday,...

  Sexta-feira negra? Ah! Só pode ser mais uma da segunda-feira...

  Caramba! Mas está ficando bastante ousada! Será que vai até aonde para alcançar o seu intento?

  Bem, já que acordei, vamos ler o jornal: “black friday, black friday, black friday”!

  Éééé! A conspiração contra esta sexta parece realmente mais incisiva do que qualquer outra que já vivi!

  E foi realmente assim! Para espairecer, liguei a televisão, e: “black friday, black friday, black friday”! O computador, e: “black friday, black friday, black friday”! O rádio, e: “black friday, black friday, black friday”! Olhei para os céus, para desanuviar, e: “black friday, black friday, black friday”! Para o mar, pois a agonia já estava me afogando, e: “black friday, black friday, black friday”!...

  Mas, afinal, o que é essa tal “black friday”? Sinceramente, eu nunca havia ouvido falar em tal fenômeno!

 Na verdade, embora eu me considere razoavelmente informado, dessa vez, a expressão, para mim, apareceu como um cometa, já que até a presente data passara absolutamente despercebida... E bem que poderia continuar passando!

 Aliás, se você ainda não foi alcançado, o que acho extremamente difícil, não serei eu que vou ajudar a alimentar essa “onda” voraz que a pretexto de me fazer consumir, quase me consumiu e à minha estimada sexta-feira! No fundo, considero desnecessário aprofundamento maior sobre a expressão “black friday”, pois até as os mortos, hoje, se viram invadidos por ela. Paro por aqui.

  Antes de definitivamente encerrar, porém, dona segunda-feira, fica com essa: “hoje é sexta-feira, chega de canseira. Nada de tristeza, pega uma cerveja, põe na minha mesa...”



domingo, 30 de novembro de 2014

pensamentos




Se as minhas necessidades são permanentes porque o meu contrato de trabalho é temporário? 
 
 


Dormir, após ter filhos, continua a viagem. Só aumentam as escalas. 




O mundo cresceu tanto que a sua roupa ficou curta!


 

As coisas mais importantes que eu fiz foram as que eu pensei dessa forma estar fazendo


 
 

 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"Um (in)certo algúem"...

         
                                                              “UM (IN)CERTO ALGUÉM”...


  Há algum tempo, época em que, via de regra, se dava mais valor à vivência do fato do que ao seu registro e divulgação imediata como pano de fundo de um autorretrato, era bem mais difícil e restrito anunciar intenções a alguém, ocasionando, porém, em contrapartida, que, geralmente, poucos eram os que ficavam sabendo dos “fora”, clássicos ou não, que de vez em quando o galanteador (ou nem tanto) levava.

 Frise-se que embora me refira ao tema dividindo-o em eras, não se desconhece que existem os “transepocais”, vivendo hoje à maneira de ontem, ou vice-versa. Mas, que são tempos bastante distintos, ah, isso, meu bom companheiro, ninguém pode negar, ninguém pode negar!

  Pois é! Basta digitar no “google” algo tipo “pedidos de casamentos curiosos” para você ter uma ideia... Com o marcante detalhe: veiculados para verdadeiras multidões!

 Saliente-se que o amor ainda é (e sempre será!) algo muito contagiante. Logo, o fator multidão, quase sempre, conta a favor do pedido! Imagina o desencanto de uma negativa pública? Assim, numa das piores hipóteses, “apenas” não se confirmará no reservado aquilo que se aceitou perante um aflitivo aglomerado de pessoas! 

  Imagina alguém se anunciar perante um maracanã lotado ou num show do cantor preferido e a música não entoar direito no ouvido pretendido e resultar numa “tremenda bola fora”? Meu Deus!!! 

  Logo, deve-se estar bastante seguro antes de partir para uma situação dessas...

 Para ilustrar, consta que um chinês, resolvendo inovar na proposta de casamento à namorada, gastou o salário de dois anos para comprar 99 aparelhos iPhone 6, ao custo de US$ 79 mil (202 mil reais, aproximadamente). Para coroar o inesquecível momento, arrumou, em forma de coração, as caixas contendo os aparelhos,  convidou os amigos, reunindo-os em volta do “pré-casal”, pedindo a um deles para fotografar do alto de um prédio, etc, etc.

  O NÃO acabou se tornando muito mais sonoro ao ser divulgado pelo “amigo” em rede social chinesa e, daí para o mundo, foi um passo...

  É óbvio que nem tudo que cai na rede é peixe. E nem todo peixe se transforma em uma saborosa moqueca capixaba. Logo, o freguês deve avaliar muito bem o sabor do peixe antes de recomendá-lo, muito mais se for dado, como estou fazendo agora...

  Inclusive, deve levar em consideração que o mar chinês não anda muito bom para esse tipo de “peixe”, já que um tal “aborto seletivo” tem ocasionado, há anos, extermínio de número bem maior de fetos do sexo feminino - a tal política do filho único - fazendo com que, dentre outros efeitos, a “oferta” de homens esteja mais avolumada do que a de mulheres (enquanto aqui no Brasil tem muita mulher reclamando, ai, ai,...). 

  Não há elementos suficientes a possibilitar deduzir que o motivo da recusa seja esse (ou aquele), mesmo porque, convenhamos, gastar o salário de dois anos para comprar 99 aparelhos de iphone dá margem a várias elucubrações a respeito do pretendente, daí, obviamente, não ser afiançável que no nosso Brasil, onde não há esse desequilíbrio entre o sexo masculino e o feminino, uma proposta como essa teria resultado diverso.

  O que não se pode deixar de considerar é que, seja qual for a situação, a torcida praticamente única, a favor, contudo, em caso de uma frustrante negativa, também pode se transformar em verdadeira algoz, divulgando pelos mais diversos meios uma tragicômica situação como a ora exemplificada.

 De qualquer maneira, como forma de reconhecer a existência de aspectos positivos nesse lado mais exótico de anunciação à pessoa amada, afirmo que se fosse hoje, ante a difundida criatividade associada ao tema, o meu próprio casamento, eventualmente, poderia ter sido deflagrado (ou não?) de forma diferente. Quem sabe?

 Só acho que nada deve se sobrepor à espontaneidade. E, de preferência, no contexto de situação muito bem pensada, inclusive quanto à forma da bela pretensão ser compartilhada, para uma possível negativa não ser amplificada, nessa época globalizada, como exemplo de retumbante galhofada!



domingo, 26 de outubro de 2014

É Tudo História

             É  TUDO HISTÓRIA! 

Chega momento na vida da pessoa em que ela mesma deve se consultar enquanto esboço de último capítulo de um livro de história, já que ao menos os fatos mais recentes, devido à vivência contemporânea com os mesmos, não podem escapar-lhe ao conhecimento, a fim de que não se transforme em mera espectadora de seu próprio destino.

A experiência do passado deve servir de base para a vivência do presente e a projeção do futuro, a partir do âmbito de influência de sua existência, única e exclusiva como qualquer outra.

Não importa em que página você esteja, ou até qual ela vá. O inegável é que nela há algo registrado, não há página em branco.

Atualmente, existe muita coisa que é passada para você como pronta e acabada. Não aceite! Consulte o seu livro. No mínimo haverá fotografias. São ótimas para possibilitar viagem que todo livro de história requer.

Parta das mais recentes para as antigas. Perceba quanta coisa mudou. Olhe em volta. Consulte o ambiente interno e o externo. Possivelmente não estará satisfeito com todas as mudanças! Se estiver, ótimo! Caso contrário, é analisar se não poderia ter feito algo para que fosse diferente e, a partir daí, investir para que as próximas páginas se aproximem daquilo que deseja seja registrado.

É ótimo quando encontramos escritos feitos por nós mesmos. Tal qual as fotografias, partindo dos mais recentes para os remotos. É possível se reconhecer neles? É necessário fazer uma revisão? Seja como for, escreva mais. Esse livro de história deve servir especialmente para você, enquanto protagonista, embora não possa deixar de ser considerado que reflete na vida de outras pessoas, portanto, quanto melhor, melhor.

Revisitando meus escritos, me fixo nos artigos, o primeiro deles publicado aos 11.11.1990, portanto, há quase um quarto de século, no Jornal “A Tribuna”, como ocorre, de forma regularmente espaçada, até os dias atuais. De lá para cá muita coisa modificou, inclusive em minha vida, já que à época era solteiro, enquanto atualmente sou casado e pai de meia dúzia de filhos, para exemplificar no tocante a mudanças, desde superficiais às mais profundas, que o rumo dos tempos imprime em nossas vidas.

Refletindo, no contexto, percebo substancial mudança no que diz respeito à vida política do país, pois, agora, o partido que entusiasmou àquele primeiro artigo, denominado “voto na legenda”, escrito logo após eleições ocorridas naquele ano, é o mesmo que nos governa há doze anos e acaba, hoje, de reeleger a presidente (ou presidenta, como deseja), para mais quatro.

São mudanças que a vida opera! Os tempos são outros. Porém, ao invés de me ater às desanimadoras expectativas que a política desenha, acredito que melhor seja compartilhar que me sinto extremamente feliz pelo que à época fui inspirado a escrever, dedicando àquele hoje irreconhecível partido, cuja alma minha aumentada miopia não mais permite enxergar no corpo presente, um pouco do romantismo histórico que, após, tanto se esmerou em debochar, passando a viver, em contrapartida, coitado, em penúria agonizante, ao que tudo indica, lamentavelmente, até o dia de formalmente se enterrar: 

          “Carlos Chagas, que no dia 02.10.90, escreveu excelente artigo, publicado neste conceituado    jornal, sob o título “o saldo ainda é positivo”, deve estar preocupadíssimo com o resultado das eleições.

           Afinal, para ele, apesar de todo o desrespeito para com o eleitor, por parte de vários candidatos, a situação está infinitamente melhor do que, quando, num passado ainda recente, 1964 até 1982, para ser mais exato, mudava-se a cada dia as regras e posturas eleitorais, de acordo com as conveniências dos que detinham o poder, cassando-se e impedindo-se candidatos de concorrer.

          Ocorre que o eleitor, apesar disto, não estando muito satisfeito com seus representantes, relega esse direito conquistado (ainda que em forma de dever imposto), indo às urnas tão somente por obrigação, onde manifesta todo o seu descontentamento, das formas mais absurdas e variadas possíveis.

          De fato, o enorme índice de abstenções e votos em branco e nulos, deve fazer com que seja revista, urgentemente, a legislação eleitoral, facultando o voto, ou, o que é melhor e mais objetivo, seja revisto o comportamento político dos legítimos representantes do povo, eleitos diretamente, através de voto secreto, essencial à democracia alcançada e que não merece ser desprezada, muito menos por aqueles que, em tese, são os maiores beneficiários dela.

         Neste processo eleitoral, portanto, apesar de vários candidatos eleitos, ninguém ganhou, todos perdemos!

          De positivo mesmo, nesta eleição, a meu ver, só a expressiva votação obtida pela legenda do PT. Politicamente, isto significa uma crença ilimitada na ideologia de um partido e alto grau de consciência e politização por parte do eleitor.

          Votando-se na legenda, acredita-se no partido, em sua ideologia e em todos seus candidatos, já que qualquer deles pode ser eleito com aquele voto: despreza-se o interesse particular depositado num ou noutro candidato; afasta-se o corporativismo porque pode ser eleito candidato de qualquer localidade.

           Enfim, é um exemplo de confiança na ideologia e em toda a estrutura de um partido, que o credita e responsabiliza bem mais os candidatos eleitos com aqueles votos, vinculando-os ainda mais às diretrizes partidárias.”

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

quanto é que vale um mimo?




                                 QUANTO É QUE VALE UM MIMO? 


           Para quem é acostumado, apenas um curto trajeto, de Vitória ao Rio de Janeiro, menos de uma hora. Para ela, conforme deixa transparecer, não é a distância ou o tempo que importa, mas sim, o fato de ser a sua primeira viagem aérea, aos nove anos, seis meses e oito dias de vida!

          Rumo ao desconhecido!

          Por mais que se faça ideia, é impossível saber o que é uma viagem de avião sem que se esteja nele.

          Aliás, tenho certeza que, em princípio, não era a sua “primeira viagem” dos sonhos! Vai competir pela equipe de natação do Álvares Cabral, esporte e clube pelo qual passaram os seus três irmãos mais velhos e certamente irão passar os dois mais novos, uma das exigências dos pais, ainda que aos dez anos possam decidir se permanecem ou não no mesmo esporte, já que a faculdade é apenas quanto ao tipo e não no que diz respeito à obrigatória prática esportiva.

          Embora considere que todos tenham feito bem a sua parte, levando para o resto da vida o que aprenderam com tal prática esportiva, cujas medalhas são apenas o símbolo material, a Laís é a primeira que nessa idade já está federada, viajando (DE AVIÃO) com a equipe, aliás, uma turma que ela gosta muito, o que facilita mais um pouco as coisas para mim, o pai, que viajo com ela.

          Entre pequenas concessões, levo três cookies na bagagem, biscoito que ela adora! Um pela viagem, outro após os 50 metros livre e o terceiro depois dos 50 metros borboleta, independentemente do resultado, embora em ambas as provas ela tenha chances de pódio.

          Cedo-lhe a honra da “janelinha”! Fiz questão de marcar com bastante antecedência, já que para uma primeira viagem de avião não tenho dúvidas de que isso é muito significativo, especialmente na vida de uma criança.

          A máquina fotográfica pronta para os vários registros: no aeroporto, entrando no avião, acomodada dentro dele e chegando ao destino, para ficar em alguns dos mais importantes.

          Abro parênteses, recordando-me da minha infância: a natação não era propriamente em um clube e a minha primeira viagem de avião demorou tanto tempo para acontecer que quando tive a oportunidade de fazê-la foi a trabalho. Sem lamentações: foi ótima! Talvez por isso me sinto tão criança ao viajar com a minha filha.

         A propósito, um significativo detalhe fez com que aquela minha primeira viagem fosse (literalmente) mais saborosa! 

         O meu pai tinha um amigo que trabalhava numa dessas companhias de viagem e de vez em quando ganhava daqueles lanches servidos no avião. Uma daquelas “maletinhas” proporcionava uma verdadeira festa lá em casa. Éramos muitos! Mas aquele “manjar dos Deuses” parece que passava pelo “milagre da multiplicação”, tamanha a felicidade que ocasionava em todos! 

         Logo, quando fiz a minha primeira viagem de avião, o que mais me cativou, obviamente, foi o lanche. E sempre foi assim: nunca recusei! Nem as balas. Inclusive, muitas vezes trouxe para casa, alegrando os meus filhos, especialmente pela lembrança, pois, obviamente, não se comparava com as “maletinhas” de outrora.

          Pois é! Então é isso! O “mimo” foi diminuindo, diminuindo, diminuindo... Tanto, que agora nem bala o nosso voo fornece. Se quiser, tenho que pagar, a bordo, o que convenhamos, no meu caso, tenho certeza que irão concordar, não tem graça nenhuma! 

          Os tempos são outros! 

          Afinal, numa época em que valor e preço tanto se confundem, coitado do pobre “mimo”: é alegre demais para a seriedade das planilhas de custo, passando, portanto, a não valer nada. 

          Tudo bem que muita coisa mudou, mas será que não dá para rever critérios ao menos para uma criança em primeira viagem?

 

domingo, 12 de outubro de 2014

pensamentos




Se depender de mim para operar um computador ele morre
 

 

É para desconfiar de uma época em que fidelidade ao invés de ônus gera bônus
 
 
 
 
 
Quando lhe faltar energia você perceberá se tem ou não luz própria





domingo, 28 de setembro de 2014

pensamentos



Há muitas coisas para lhe seduzir, pouquíssimas para lhe conquistar.  A escolha é sua!

 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Teto Solar


                 TETO SOLAR



   Não sei de onde vem a minha paixão pelo teto solar. Se bem que nunca tive um carro com esse acessório. Aliás, não me recordo sequer de ter entrado em um só veículo que o tenha.

   Porém, mesmo antes de ter o meu primeiro automóvel, um fusquinha 1964 - mais velho do que eu e que um amigo apelidou, carinhosamente, de “Juscelino” - venho acalentando esse sonho. E lá se vão mais de vinte anos.

  Antes, como não existiam tantos carros que vinham de fábrica com tal equipamento, o receio maior era o de que, adaptando no “Juscelino” ou em algum dos outros “(ex)presidentes” que o sucederam, desse algum problema difícil de resolver. Muitos diziam que não eram incomuns os casos em que entrava água pelo local. E como não posso dispor de um carro para andar somente em dias ensolarados,...

   A questão do momento, para mim, é outra, pois a oferta é bem maior. Somente não adquiri um automóvel com tal equipamento porque além de ouvir dizer que o custo é muito elevado, carros que geralmente vem com esse dispositivo trazem um monte de outros que para mim não interessam, além do que, costumo comprar veículo com “preços de ocasião”, tipo um modelo do ano anterior, no ano seguinte.

   Acho que está explícito que existe algo para mim que é bem superior à enorme vontade de possuir um veículo com teto solar, não é?

   De qualquer forma, a minha disposição em pagar “um pouquinho a mais” por um carro que possua teto solar, para os que me conhecem, ensejaria, com certeza, no mínimo, consulta com uma psicóloga, o que até aceito fazer, desde que o meu plano de saúde “cubra o pagamento”.

   Faz tempo que não vejo o meu amigo da época da faculdade. Acredito que ele ficaria feliz ao saber que estou devidamente atualizado, conduzindo a “Dilma”. A propósito, resta saber se esse modelo, reestilizado ou não, ainda estará no topo no ano que vem ou se o “carro da vez” será outro.

   Aliás, não tecerei mais nenhuma palavra quanto a esse aspecto para não correr risco de influenciar alguém e depois ser responsabilizado se o veículo não andar ou, pior, ficar preso na marcha-a-ré.

   Logo, o veículo que pretendo para o ano que vem é um segredo que não revelo para ninguém!

   De qualquer forma, vou ouvir atentamente o noticiário eleitoral - pois embora não ofereça garantias, é incomparável em termos de ofertas - objetivando verificar se algum candidato irá propor redução de IPI para carros que possuam teto solar... Quem sabe?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Zombando da Morte


                                                              
              ZOMBANDO DA MORTE

 
   Não tenho nada contra a morte. Ainda mais nos dias de hoje. Êta vida agitada!
 
   Diga-me se não tá todo mundo querendo descansar mais um pouco?
 
   Após dormir, creio que a única diferença entre continuar descansando e morrer é que, no primeiro caso, a pessoa acorda (ou alguém, ou o despertador, ou o galo, ou qualquer outra coisa, porém, acorda!) para mais um dia cansativo, enquanto, no segundo, persiste no “descanso”... Quer melhor?
 
   Hummmmm! Pensando bem, o ideal mesmo é tentar conciliar as duas coisas, tipo adiantando, em vida, um pouco daquele descanso que só teremos depois da morte.
 
   Funcionaria assim: como atualmente eu tenho pouco tempo para dormir, pegaria, diariamente, emprestado umas duas (ou três, ou quatro ou cinco) horas do longo tempo que terei para descansar eternamente e, no final da vida, ao invés de morrer no momento previsto no calendário celestial, iria pagando as horas estendidas, condenado a viver essa cansativa vida um pouco mais. Aliás, não me importaria sequer se tivesse que fazer esse pagamento com juros bem elevados...
 
   Dessa forma, quem sabe, talvez, até conseguiria alguns dias de remição do purgatório?

   A propósito, dona morte (ou Dona Morte, se fizer questão), será que eu vou passar por lá algum dia (ou algumas noites)?
 
   A bem da verdade, embora faça questão de deixar bem claro para a morte quem é que está mandando (ao menos até esta parte do texto. Sabe-se lá se serei eu a determinar o ponto final?) saliento que só não me farei mais rude com ela porque, no fundo, acredito que não tenha culpa de nada, além de imaginar o sofrimento que deve ser a sua vida, diariamente incomodando tanta gente:
 
   - Mas jááááááááááá?  
 
   Haja constrangimento!!!!
 
   Bem, já deu para perceber que no fundo eu estou tentando mesmo é um meio para enganar a morte, empreitada que, segundo recado recebido, ela até aceita discutir, porém, no campo dela, hipótese que eu, enquanto vivo, não aceito nem morto.
 
   Fica assim: se eu não posso enganá-la, pelo menos ela não retira de mim o prazer que tenho em enfrentá-la com uma simples caneta, fazendo dela o que eu bem entender. Mesmo cansado - ao menos até aqui - quem continua mandando sou eu!  
 
  Mas existe outra razão para que eu não seja tão rude com ela: está tarde! E eu muito cansado! Vou dormir!  

  Então boa noite e... Até amanhã (tomara!)! 
 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

pensamentos



Se você se cobra muito, estará sempre se devendo, mas nunca deixará acumular a dívida
 



Até os nossos tempos a humanidade só fez “enxugar gelo”. Nós o derretemos!




A diferença entre furto e roubo é que no furto o sujeito se serve e você não vê; no roubo ele se serve, você vê, impossibilitado de se defender;
 
 
 

Foi quando a coisa não ia para frente que alguém teve a grande ideia de criar a marcha a ré no automóvel
 
 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

cada louco com a mesma mania




                       CADA LOUCO COM A MESMA MANIA


    Tem um ditado antigo que diz: “cada louco com a sua mania”! Óbvio que eu tenho as minhas. Espero que você tenha as suas, mesmo porque, acredito, só um louco não as tem.

    O meu receio, na verdade, é no tocante a vários loucos com a mesma mania. Ou seja, uma mania que vire moda, “caia na rede”, se transforme em tendência e acabe por levar à “loucura generalizada”, transformando aquele que consiga não aderir em um verdadeiro lunático.

     A irreverência não é coisa nova. Só que ela era bem mais juvenil. E os adultos estavam ali para conferir um pouco mais de seriedade ao mundo, equilibrando as coisas. Atualmente, contudo, como não há parâmetro razoável que permita avaliar se algo vai cair no gosto ou não, tem bizarrice de toda forma e sem distinção de idade.

    Quem sabe o meu saudoso amigo “Ticão”, falecido quando ambos éramos ainda jovens, hoje, fizesse sucesso global (o mesmo que faz comigo, que não canso de repetir para os meus filhos, pois o carinho é que valoriza a interlocução) com a frase: “você está dizendo né meu camaradinha!”, que repisava a todo momento, quer concordasse ou não com o que o seu colocutor estivesse falando?

    Eu mesmo tenho alguns amigos que moram no Município de Nova Venécia e que, nas raras vezes em que os encontro, nos cumprimentamos com dois chutes recíprocos com o dorso do pé. Nem lembro como isso surgiu, mas é algo tão absolutamente ridículo que só vale a pena ficar entre nós mesmos. E é só por isso que tem graça!

    Pois bem! Não chega a ser algo surreal - aliás, infinitamente superior aos chutes - mas, por que tanta pompa ao cumprimento mediante um tapinha sequenciado por um "soquinho" (ou só o "soquinho". Vai dizer que você não conhece?)? Tenho certeza que você também já cumprimentou alguém de forma espontaneamente original, logo, havendo centenas de outras maneiras de se saudar, além dos tradicionais apertos de mão, beijinhos, abraços, etc. E nem por isso se tornam algo quase mecânico, tão rapidamente.

    Dia desses estava assistindo a um noticiário na TV, ao vivo, e no momento em que dois repórteres iam se cumprimentar, um fechou o punho da mão direita, levou em direção ao outro para o new “soquinho”, mas esse permaneceu do jeito que estava... Haja constrangimento! O pior é que se fizer uma daquelas famosas enquetes a respeito desse comportamento (será que ainda não fizeram, já que fazem de tudo?), possivelmente o daquele que ficou imóvel seria considerado mais inadequado do que o do que forçava o outro a aderir a um cumprimento que possivelmente não compactuava...

     Mas, se ainda não cedeu a tal cumprimento, possivelmente, vai ter que acabar assimilando...

    É que cientistas da Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, segundo estudos publicados no "American Journal of Infection Control", concluíram que o milenar aperto de mão transfere muito mais bactérias do que outras formas de cumprimento.

    Adivinhem qual a melhor solução, afirmada pelos mesmos, para ser simpático diminuindo os riscos para a saúde? Ganha um “soquinho” quem acertar. Isso mesmo, o negócio é universal, apesar da roupagem adequada à língua local: o “fist bump”! 
   
    Do jeito que a coisa anda, é bem possível que o tal “soquinho” - ou “fist bump” para seguir no estilo igualmente pomposo da generalizadíssima “selfie”, ao invés do tupiniquim autorretrato - acabe se transformando em padrão de cumprimento obrigatório, ou, no mínimo, enseje muitos debates e iniciativas de projetos de lei visando salvaguardar a população brasileira dos grandes males que o aperto de mão pode causar, inclusive fortalecendo a posição ao trazer à lembrança os necessários cuidados à época da H1N1 (lembra?).
   
    Às favas o aperto de mão! O mundo sempre esteve errado. Inclusive, o dia 21 de junho, ao invés de dedicado ao “Dia Internacional do Aperto de Mão” (isso também é demais, né!?) vai se transformar no “Dia Internacional do ‘Soquinho’”... Que tal?

    A propósito, se não bastassem os apelos diários ao consumo de tantas esquisitices, como, no caso, o “soquinho” já virou algo que até a ciência passou a estimular, seria bom que, a partir desses cientistas aos quais ora faço referência, em sua perspectiva de mudar o “curso do vento sul”, pudessem fazer um Encontro Internacional, quando, ao final, fosse formulada a “Declaração Universal do Cumprimento entre Pessoas Humanas” (aliás, existem pessoas inumanas?... Não responda, por favor!)

    É óbvio que outras mudanças serão necessárias. Mas, para o “bem da humanidade”, vale tudo, não é mesmo? Cientistas da “University College London”, na Inglaterra, por exemplo, concluíram que pessoas com aperto de mão forte tem propensão de viverem mais do que aquelas cujo cumprimento é fraco (a propósito, acho bom você manter contato com aqueles seus amigos - todo mundo tem [ou tinha] uns desses - que costumam cumprimentar com as pontas dos dedos, antes que seja tarde!) .

    Sem o aperto de mão, o que acontecerá com essa outra importante descoberta científica? No fundo, o que tenho medo mesmo é de que o estímulo subliminar que era feito ao “apertão” possa ser modernizado para o “socão”. De qualquer forma, até que essa questão reste mais aprofundada, vou me manter afastado daqueles amigos que costumam cumprimentar com aperto de mão muito forte... Vai que eles misturem as duas pesquisas e, abruptamente (ou “abruptalmente”) tirem as suas próprias conclusões?

    E o que dizer de tantas outras pesquisas como a que conclui que o “aperto de mão ajuda a medir envelhecimento”? Assim indicam estudos realizados por demógrafos do “International Institute for Applied System Analyseis (IIASSA), sediado em Viena, na Áustria. Imagina! Com o desaparecimento do tradicional aperto de mão, seremos obrigados a medir o envelhecimento de acordo com a contagem dos anos, algo absolutamente surreal para os evoluídos tempos atuais.  

    Aliás, esse estudo se mostra extremamente inconfidente, pois não leva em consideração que existem pessoas que não gostam de revelar a sua idade de jeito nenhum. Para a excepcionalidade desses casos sim, entendo que o “soquinho” realmente se justifica como boa alternativa, embora acredite que tal vantagem seja momentânea, pois, no futuro, diante dos incontáveis estudos que serão feitos a respeito dessa forma de cumprimento, tal contato fatalmente acabará permitindo revelar não só a idade, mas, também, o cpf, o endereço, etc.

    Enfim, diante de toda essa controvérsia que envolve a transição do aperto de mão para o “soquinho” (ou “fist jump”, não esqueça!), enquanto não tivermos explicitamente clara a linha que deve ser seguida, talvez a melhor solução seja a proporcionada por outros cientistas, agora um “pool” multinacional deles, britânicos e norte-americanos, que criaram o “aperto de mão via internet”, já que quando realizaram tal proeza os mesmos se encontravam a 5.000 quilômetros de distância.

    Eu veria mais utilidade nesse aperto de mão virtual se ele fosse disseminado junto aos povos que vivem em guerra entre si! Como a tecnologia permite que se enfrentem situados em lugares cada vez mais distantes um do outro, sem aquele contato físico que caracterizava os grosseiros combates de outrora, no meio dos botões disparar e detonar próprios às suas modernas máquinas de morte, separando-os, poderia ser inserido o “cumprimentar”. Não sei se resolveria, mas garanto que iria “bombar”! Afora o “prato cheio” para muitos outros estudos (qual o botão foi utilizado primeiro, quantas vezes foi usado cada um, se eventual cumprimento foi respondido e de que maneira, grau de gentileza no clima da guerra, etc.)

    Além disso, já que o grande objetivo da humanidade, no fundo, é vencer, poderia acabar estimulando ao processo de transformação das guerras (haja caretice!) em combates globais de videogames (“Call of duty
[1], dentre outros), aproveitando, inclusive, a farta mão de obra dos milhões (ou bilhões?) de “soldados” universais altamente qualificados disponíveis.

    Muita fantasia, não é mesmo? Pode ser! Mas ao fim deste texto eu acabo de vencer a minha terrível guerra pessoal contra o “soquinho”, que se revelou aliado, resignado, mesmo duramente atacado.

    Sendo assim e voltando ao meu amigo “Ticão”, que deixou estampado o grande valor da interlocução para os que conviveram ao seu lado, excepcionalmente, considero o “soquinho” (ou fist bump, não esqueça) como meu cumprimento final adequado, devido ao grande momento por ele me proporcionado, muito obrigado!  


[1] Você não acha que eu conheço esse jogo, né? Pedi ajuda aos “cybersitários”.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

pensamentos




O período é de guerra e quem nos domina
são as nossas invenções.  Aliás, em ritmo de guerra!

 

terça-feira, 29 de julho de 2014

A Seleição Brasileira



                     A SELEIÇÃO  BRASILEIRA


     Depois de muito elucubrar a respeito, tanto que quase ninguém mais botafogo no assunto e aqui estou eu a trifludiar, cheguei à conclusão sobre o motivo do flacasso da seleção na copa: a eleição brasileira!
 
     Nunca antes neste país o tema e o time andaram tão conjugados, quase formando uma coisa só!

     Aí não dá! São dois campos bem diferentes. Duas grandes áreas cujos titulares não podem ter reservas no momento de formar a equipe, da preparação à escalação, visando retribuir tanto o voto de confiança como o voto desconfiança depositado pela nação.

     Segundo as estatísticas, a pergunta que mais foi repetida, no mundo, de janeiro a junho deste ano: a copa do mundo vai influenciar nas eleições de outubro? Foram 878.343,2 vezes, sendo que em 878.343 isso ocorreu no Brasil e em 0,2 vezes (não sei como isso é possível), ocorreu no exterior, mais precisamente em Bangladesh, devido à associação com possíveis oscilações na bolsa de valores mundial, o que gerou séria preocupação para o restante do planeta.

      Devido ao sucesso do blogue que mantenho, atualmente disponho de contato com setores importantes da grande mídia e consegui decodificar informação privilegiadíssima, a partir de cuja fonte não posso revelar, podendo apenas declinar que se trata de um famoso repórter investigativo, prestes a descortinar “os bastidores da copa”, cujo auge ocorrerá no último dos sete programas, após repetidas vinhetas relacionadas à bombástica informação: “saiba o que verdadeiramente aconteceu naquele 08 de julho”.

     Tem tudo para aposentar o documentário “saiba o que verdadeiramente aconteceu com o Ronaldo”, na final da Copa do Mundo da França, em 1998 (ufa, finalmente!)

      Pelo que tenho conhecimento, adiantando um pouco do que será apresentado pela TV, o repórter acompanhou a rotina dos atletas, na véspera do jogo, e percebeu que eles também se viram muito afetados por esta história de seleição. Ele estava ali, de prontidão, nada de anormal ocorria, até que, interrompendo a programação, aconteceu verdadeiro alvoroço quando surgiu, em cadeia (rede, tá?!) nacional, a revelação de quem iria entregar a taça aos campeões.

      Nada demais se a grandeza que o tema assumiu não o tivesse transformado em uma questão tão crucial, a ponto de influenciar no rendimento (e nos rendimentos?) da seleção, embora não tenha conseguido compreender, para informar em primeira mão, a forma como isso ocorreu, apenas ciente que é algo absolutamente fantástico!

      Porém, como o meu blogue está em terceiro lugar entre os mais atrativos do Brasil, posição que pretende manter já que as duas posições acima são impossíveis de galgar (a primeira repercute os 10 - ou as 10? - melhores selfies, diariamente, no mundo, e a segunda dá dicas, também diárias, de como fazer para estar entre as 10 - ou os 10? - melhores selfies do planeta), eu próprio, quase ninguém sabe, dei uma de blogueiro investigativo e descobri o seguinte:

      A ferroada que o Neymar levou, transportando-o da grama, que ama, para a cama, aturdiu de tal maneira os seus companheiros que na noite que antecedeu ao “oito de julho”, ao invés da alegria que costumava reinar no ambiente, dormiram lamuriosos, profundamente abatidos pela perda momentânea (mas logo agora?) do companheiro, ao som de Wando: “você é luz, é raio, estrela e luar”.

     Já os alemães, capitaneados pelo “meia brasileiro” Lukas, “meia polonês-alemão” Podolski, convocado pelo comandante Joachim Low Profile especial e quase que exclusivamente para providenciar a aclimatação do time ao ambiente brasileiro e ganhar a simpatia do seu povo, independentemente de tramarem uma “sapecada” quando se deparassem com o escrete anfitrião e suas cinco vitoriosas estrelas na camisa, estavam tão familiarizados e ecléticos, que sabendo que o outrora temível leão estava ferido, foram buscar motivação em Beto Guedes, embora tenham confundido pequena parte da letra:

      “Nem o sol, Neeyyyymaarr, nem o brilho das estrelas, tudo isso não tem valor sem ter você...”

      E foram com tudo... E nós com nada! E deu naquilo que é melhor resumir em uma linha.

      Com (quase) tudo consumado, neste intervalo que vai de julho a outubro, nota-se imenso trabalho de alguns em a-fas-tar os temas seleção eeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eleição. Outros, também tenazes, fazem questão de manter viva, bem viva, muito viva, a associação que nasceu morta, porém, quanto mais tempo demorar para ser enterrada, mais exalará o seu mau cheiro.

      Por último, apenas uma pergunta: afinal, a copa do mundo vai influenciar na seleição de outubro?

      O blogue foi a campo e já tem sua certeza, mas não irá revelar, já que o seu papel é contribuir para o pensar...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Padrão Cinco Estrelas

 
                    PADRÃO CINCO ESTRELAS


      Como não sou de ficar derramando leite pelo futebol chorado, finda a “copa das copas”, realizada em nosso país, trato eu de procurar fazer gols onde eles faltaram, dedicando minha vitória à seleção. 

       Com a experiência de quem conhece alguns atalhos, faço isso sem precisar tocar na bola para alterar o placar. 

       Olho para a minha camisa, “não oficial”, da seleção brasileira e nela encontro o meu time completo e perfeito. 

       O curioso é que a vitória que alcanço com ela advém justamente da derrota da seleção! Continuará comigo pelo menos por mais quatro anos, embora eu acredite que será por tempo bem maior.

       Ganhei como “brinde” em uma corrida de rua da qual participei no ano passado. Além do número 10 nas costas (o que, para mim, ainda mais a valoriza, pela coincidência com a de um dos poucos sobreviventes da nau frágil), tem como decisivo detalhe, na frente, cinco estrelas, obviamente referentes aos títulos mundiais conquistados pela seleção brasileira.

       Se o time fosse campeão, ela restaria desatualizada, razão pela qual, tenho quase certeza, naquele 08 de julho, a Alemanha jogou também pela minha camisa, embora eu tenha me surpreendido mesmo foi com o seu adversário, cujas estrelas, feridas ou apagadas, deixaram o uniforme sem brilho e sem luz, perdido no mundo da lua.

      É certo que o “mero detalhe” de não haver o acréscimo de nova estrela na camisa não se bastaria para não seduzir a comprar uma nova... Afinal, sempre dão um jeito nisso, não é mesmo? Se não é a estrela, tem outras coisas “importantes” que são alteradas, como a gola ou algum bordado, por exemplo. E quem é que aceita ser um desatualizado no meio da multidão? 

      Aliás, como a moda vai e volta, mas o dinheiro costuma ir nas duas vezes, é evidente que há espaço, também, para o visual “retrô”. 

      - Ora, bolas (bola não pelo amor de Deus)! Mas essa palavra não é o prefixo apenas “geneticamente modificado” que alude a algo tão, tão, tão, digamos, ultrapassado?! 

      - Nããããããooo! Será que você é tão ignorante que não nota a diferença, a “sacada”? 

      - Ah! Tá bom... Então, a minha camisa, que já é “retrô”, hoje, ficará melhor ainda algumas copas à frente!!!

       Sei! Tenho certeza que passo a falsa impressão de que sou um pão duro de roer.

       Mas não é verdade!

     Costumo dizer, em defesa própria, que a diferença entre o pão duro e o econômico é a necessidade ou a finalidade.

       Vou exemplificar com fato que considero decisivo para que tirem as conclusões, comprometendo-me a aceitá-las, independentemente de serem favoráveis a mim ou não, já que, por incrível que possa parecer, da forma que entendo cada uma das duas coisas, sou avesso a pão-duragem.

       Quando namorava com aquela que é a minha esposa, havendo intenção de casamento, costumava presenteá-la com bichos de pelúcia. Ela adorava. Eu, mais ainda, embora à época não demonstrasse, já que, na essência, era algo que adquiria para ela e não para mim ou para nós. E ao menos acredito, até hoje, que ela também assim imaginava, pois na interpretação é que reside o motivo que poderia ter gerado até a minha demissão por “justa causa”.

     Depois que casamos, para onde foram os tais bichinhos? Para a nossa casa, obviamente! A maioria, mais precisamente, para o nosso quarto!

      E agora, onde estão? Não é preciso pensar muito, não é mesmo? Nos quartos dos filhos! Embora, naturalmente, alguns ainda estejam no nosso! 

       É isso! 

       Pretendia discorrer mais a respeito (como a sequência de vários filhos para não perdermos as roupas, devido ao crescimento...) porém o tempo está curto e preciso aproveitar este pós-momento, imperdível para adquirir uma televisão, já que a minha estava ruim de saúde há algum tempo e acabou infartando naquele jogo, que, ao menos para mim, não foi tão ruim assim. 


domingo, 6 de julho de 2014

A morte do orkut



                                A MORTE DO ORKUT


      A morte não manda recado! Quando muito, fornece sintomas para que os mais antenados percebam que ela está chegando. Se os sinais a mostram irreversivelmente próxima, prepara-te! Se não, de qualquer forma, já que não se consegue rescindir o contrato com o fim, o negócio é ir tentando prorrogar o prazo...

     Ora, mas o orkut é apenas uma ferramenta velha e quase em desuso... Por que tamanho drama diante da notícia de seu passamento? 

   Aliás, os que se sentirem órfãos podem ficar tranquilos, pois serão adotados! Incumbe retificar: o maior dos motivos para a morte é (in)justamente porque a grande maioria dos “desamparados” já foi adotada, previamente! Afinal, nessa seara, o processo costuma ser esse: uma disputa tenaz pelos “filhos difusos”, onde o fator determinante à sobrevivência é a quantidade, daí a extrema volatilidade dos rebentos, disputada pelos mais modernos padrões de competitividade que se tem conhecimento.

   Eu, contudo, que tanto lutei empunhando armas que à época já se encontravam obsoletas, antes de ser definitivamente catapultado por algumas das inovações, confesso que não deixo de me solidarizar com os amigos e familiares do orkut, embora não o tenha conhecido pessoalmente nesses seus dez breves anos de existência.

     É possível que vários dos “neo-órfãos”, a propósito, tenham sido fundamentais para algumas de minhas derrotas, pois as mudanças estão ocorrendo de forma tão rapidamente avassaladoras que já não se limitam mais quase que exclusivamente a embates entre o “antiquado” e o “moderno”, pois nesses últimos já se encontram inseridos, atualmente, vários graus de “fósseis”, ou seja, a “nostalgia” chega cada vez mais cedo.

    Consta que o orkut, nascido em 2004, no ápice da popularidade, chegou a atingir 40 milhões de usuários no Brasil, alcançando o “status” de maior rede social até dezembro de 2011. Leve-se a dimensão desses números para o mundo e avaliem-se possíveis impactos de sua “morte”, já que não se pode ser “tão frio” a ponto de desconsiderar que o fim de ferramenta gigantesca como essa produz significativas alterações em campos sociais, do trabalho, etc.

   Além do mais, contribui para disseminar o gérmen da instabilidade, ou, melhor, confirmar-nos como “reféns das novidades”, já que são essas que visam captar a todo momento a atenção para o produto que se deseja consumido, pouco importando a colaboração para o processo de “cibernibalismo” que daí possam resultar. O petiz facebook, que também só conheço por ouvir dizer, mas, segundo comentários que eu não curti, está passando por problemas se saúde, que aguarde para confirmar...

   Anunciou-se que a morte ocorrerá no dia 30 de setembro de 2014! Como eu não acredito nesse tipo de morte anunciada, fico reticente com relação à execução. Afinal, de qualquer forma, se estava morrendo, já gerou vivificante visibilidade, seja em razão daqueles que acorrem para se manifestar a favor do óbito, seja devido aos que se posicionam contrariamente, seja, ainda, simplesmente por causa da veiculação, em série, do assunto, como costuma ocorrer com matérias do “interesse global”.

   Seja como for, embora eu não tenha conhecido o tal “orkut”, a se confirmar a sua morte, desde logo ressalto que lastimo muito pelo seu fim, especialmente porque é muito triste e preocupante para um dinossauro ver enterrado fóssil tão jovem. Penso até em me vestir de preto! 



segunda-feira, 30 de junho de 2014

pensamentos



Produzir sempre mais, cada vez com menos, para custeá-los, então, desempregados, e a seus pequenos!



A mulher não está mais à procura de um príncipe encantado que a faça acordar, mas daquele que lhe dê um beijo para que possa simplesmente dormir.



Eu não ligo para dinheiro... Falta-me o telefone.



É preferível aumentar brutalmente a segurança ou diminuir sensivelmente a violência?



O progresso está vindo rápido, no baú de uma moto!


sábado, 21 de junho de 2014

Nem tudo pode ser perfeito...

                           
 
                              NEM TUDO PODE SER PERFEITO...


         Como diz a letra da música cantada pelo “pensador antigo” Benito Di Paula: “nem tudo pode ser perfeito, nem tudo pode ser bacana, quero ver o cara sentar numa praça, assobiar e chupar cana.”

          À época, jamais se poderia imaginar que a maior dificuldade, num futuro próximo, deixaria de ser a associação entre assobiar e chupar cana, já que para se sentar numa praça, atualmente, é preciso conjugar o tempo, cada vez mais escasso, com a segurança, outro requisito também distante...

       Assim, apesar da versatilidade do homem sentemporâneo, como os locais voltados para a prática de suas habilidades são recintos sempre mais fechados, acredito que resta explicado porque é extremamente difícil neles encontrar alguém assobiando e/ou chupando cana, algo que além de não possuir nenhum “glamour”, certamente incomoda muita gente, logo, seja expressa, seja tacitamente, vedado pelas complicadas regras de convivência das novas “comunidades”.

        Estamos muito mais versáteis, porém, a não afiançar que isso seja realmente tão bom, também, muito mais postiços!

        A propósito, se vislumbrasse a realidade de hoje, acredito que não seria considerado assim tão “muito bom, muito legal” a então inimaginável combinação do pensador, ao pretender que “cantor ou compositor pudesse ser ator ou jogador de futebol”. Quantos cantores que se aventuram como atores, ou atores que se metamorfoseiam como cantores, ou, ainda, em “contra partida” (literalmente), jogadores de futebol que resolvem conjugar também essas habilidades, com resultados terríveis para os amantes - e esposos - de cada uma das artes?

        As famosas “peladas” de fim de ano, ainda vai!  Mas, se fossem contemporâneos aos sentemporâneos atuais, talvez se transformasse em “show de realidade” o que só era possível no invencível campo da melodia: “bola com Vinicius de Moraes que passou para Toquinho, Toquinho passou para Jorge Ben, que passou por um, passou por dois e deu para Luiz Gonzaga e é goooooool, estamos sonhando torcida brasileira!

         Não é porque eu corro razoavelmente bem, que serei um triatleta! Imagina, então, o pentatlo? Ou o decatlo?...

         Bom, mas “a taça do mundo é nossa. Com brasileiro não há quem possa!”.

         Acredito, portanto, que temos grande chance de nos tornarmos os seres mais “flex” do planeta.  

       Não é esse o tipo de profissional que se propaga como sendo os mais cobiçados pelo mercado? Que se difunde como os que serão absorvidos(?) pelo futuro no campo do trabalho?

       Pois bem! Quando paro (andando ou correndo, é óbvio!) para refletir um pouco sobre o assunto, noto como a situação é tragicômica. Poderia citar inúmeros exemplos - os outros ficarão por conta da imaginação ou constatação de quem queira (e tenha algum tempo) para se dar a esse trabalho - mas exemplifico com o cenário de uma palestra, algo que para mim está cada vez mais chocante.

     Está superada a fase do terrível toque do celular no meio do evento. Devido a tamanha persistência dos cerimonialistas, praticamente toda a assembleia se acostumou a deixar o aparelho no modo “vibração” (se bem que já tem especialista acreditando que possa causar até terremoto, de tanto que “vibra” o ambiente). A questão, agora, é a ATENÇÃO ao que se fala.

        É incrível como estamos “assobiando e chupando cana”, ao mesmo tempo, nesse tipo de evento. Com a maior naturalidade! Saca-se o telefone celular (ou outro instrumento tecnológico que faça às suas vezes) e, com dedinhos rápidos e fogosos, diante dos vários recursos disponíveis, navega-se para bem longe do recinto, deixando, apenas, o “corpo presente”. Se os aparelhos forem “confiscados”, amplificando o ridículo da situação, creio que haverá casos de depressão, talvez até morte!

       É por essa e outras que costumo dizer que antes a menor unidade estrutural básica do ser vivo era a célula, hoje é o celular!

       Não carece de se alongar demais sobre o assunto. Para quem queira entender é muito fácil. O difícil é aceitar que essa tal versatilidade tem “nos consumido” e, mais ainda, que não necessitamos ser tão “flex” assim. 

    Quem sabe, eu próprio, já sem muito tempo para me sentar na praça, pois há ofícios dos quais não se desencana, teria poupado muita gente se neste momento não estivesse assobiando?... Perdoem-me! É forma de sobreviver ao confuso meio...

domingo, 15 de junho de 2014

pensamentos

 
 
Para alcançar o necessário equilíbrio, é bom que os mais velhos utilizem mais a tecnologia aprendendo  com os mais novos e os mais novos deixem de utilizar um pouco a tecnologia desaprendendo com os mais velhos
 
 
 
Forma politicamente correta de dizer que não sabe: se a resposta certa à pergunta é a letra “a”, “b”, “c”, “d” ou “e”, como diz o Delegado, “eu não descarto nenhuma hipótese”
 
 
 
O pai que hoje está muito ocupado, amanhã poderá estar muito oculpado
 
 
 
O longo tempo que se leva para aprender a falar e, depois, mais outro tanto para compreender o que se fala,  é justamente para que, a seguir, se gaste ao menos um pequeno tempo raciocinando antes de dizer
 
 
 
 
Como estamos vivendo mais, no futuro as professoras ao invés de “tia” passarão a ser chamadas de “vó”.  Que tal?
 
 
 
 A ideia central da globalização era desenvolver e avaliar o campo de competitividade mediante encontro de embaixadas na copa do mundo para a disputa de seus problemas e um brinde comum com a taça

 

domingo, 8 de junho de 2014

Suíte 313


                                                                                    SUÍTE 313

           O título dá margem para muitos roteiros!

           Daí, não tem jeito: ou você parte para a leitura ou fica sem saber do que se trata.

      Mas já adianto, enquanto você chegou só até aqui: acho que, talvez, vá se decepcionar. Afinal, trezentos e treze é um número bastante sugestivo. Ainda mais para um aposento restrito e fechado, onde TUDO pode acontecer...

           Pois é! Mas não aconteceu absolutamente NADA, se é que se pode dizer assim.

           Ao invés de passar um tempo no local, apenas resolvi “passatempo” enquanto nele estava.

         Não se pode dizer que fiz coisas muito diferentes. Dei valor à oportunidade que tive de estar “mais tempo” com o meu filho mais velho, jovem ainda, nesta época em que encara alguns vestibulares visando ingressar na universidade.

           Ficamos acomodados na suíte 313 do Hotel Gramado, na cidade de Campos. Aliás, campos e gramado é uma coisa que eu não sei conjugar muito bem, mas ele, se depender disso, acho que consegue a aprovação. 

         Quanto ao vestibular, neste momento em que exerço o meu ócio criativo ele está lá, prestando. Por mim, independentemente do resultado, ele já está aprovado! Faz bem a sua parte e é isso o que importa, já que o futuro não costuma reprovar quem age dessa forma, desde, especialmente, que aprenda a ler o que nem sempre é possível ver.

          Nada demais, não é?!

        Enfim, sei que existem fatos que costumam imortalizar determinados locais, notadamente quando são capazes de causar fortes comoções, sejam elas boas ou ruins, estas mais usualmente.

        Ouso desafiar, contudo, recomendando que se dê valor a coisas que possam parecer simples, mas que se tornam especiais devido ao tempero que se emprega. 

          Ainda bem que isso não a deixou mais cara, pois, para mim, a suíte 313 se transformou num saboroso “tira-gosto”.

          E então? O que acha? Afinal, tem tanta coisa esperando somente um bom tempero para melhor ser degustada...

domingo, 1 de junho de 2014

Como será o amanhã?

                                Como será o amanhã?

                                                                                                     
    Conforme sugere a letra da música: “responda quem puder! O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser”.

    Pois bem! Daqui a pouco mais de um mês tudo voltará à calmaria da selvageria que está teimando em se incorporar à nossa rotina, cheia de situações estressantes que nos colocam em dificuldades no momento de priorizar as que devemos combater primeiro. Se ao menos o espírito estiver desarmado já é bom sinal para nosso trânsito diário.

   A verdade é que sobressaem nas ruas, novamente, o verde e o amarelo (será que é por isso que tem tantos se esquecendo do vermelho?)! 

    E não estou me referindo a sentimento de patriotismo devido às eleições de outubro... Trata-se de outra eleição, quando ao término de vários “mata-matas”, que se espera sem nenhuma ocorrência grave, será escolhido aquele que governará o mundo redondo da bola pelos próximos quatro anos.

    E esse mundo só tem aparência de continentalmente democrático! Tudo bem que quem está no alto do pódio, embora possa ser reeleito tantas vezes quantas conseguir, não leva nenhuma vantagem, salvo consiga provar que a máquina se manteve melhor preparada do que todas as outras que se voltam para derrotá-la.

   Ainda que sejam trinta e dois candidatos, se considerarmos que nas últimas edições, apenas oito disputaram as doze finais, é dedutível que o campeão seja um deles: Brasil, França, Itália, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Holanda e Espanha (dos dois últimos, inclusive, o adversário do Brasil já nas oitavas-de-final, caso todos avancem de fase).

    Mesmo que vários deles, algumas vezes, tenham ficado pelo caminho precocemente, os outros mantiveram o embate final entre o grupo restrito, deixando para os menos prováveis, espaço, no máximo, para a disputa de terceiro e quarto lugares, como ocorreu com Bélgica, Croácia, Coréia do Sul, Portugal, Uruguai, Polônia, Suécia, Bulgária, Turquia e União Soviética, sendo que somente os cinco primeiros participam da atual edição.

  Seguindo no campo das probabilidades, as chances de um país-sede ser campeão são relativamente boas se considerarmos que isso ocorreu em 1930, 1934, 1966, 1974, 1978 e 1998 com Uruguai, Itália, Inglaterra, Alemanha (então Ocidental), Argentina e França, respectivamente.

  Porém, uma das vezes em que não ocorreu e deixou marcas dolorosas foi justamente quando o Brasil sediou a competição, em 1950, ficando com o vice-campeonato, restando, portanto, evidente que somente o primeiro lugar serve a este futebolístico país, ainda mais diante do seu histórico em copas e da chance de proporcionar final diferente, sessenta e quatro anos depois, com novos protagonistas, em cenários também modificados. 

    É compreensível que tanto se fale em futebol neste momento. Quer se queira, quer não, é uma paixão incorporada ao dna brasileiro. E a maioria dos atuais espectadores nem havia nascido quando foi realizada a copa em seu solo e dificilmente verá uma próxima, no país. 

    Ocorra o que ocorrer, daqui há cinquenta anos, certamente, é provável que poucos serão os que se reportarão a vários fatos importantes que estão a acontecer, enquanto, por outro lado, alguém poderá ter remoçado, deste ano até lá, o emblemático papel que o “Ghiggia” representou durante todas essas décadas, se um ou mais jogadores brasileiros não ocuparem, nesse particular, o espaço à espera daqueles que pretendem se firmar no formol da história.

    Embora a copa deixe evidente ao mundo que o Brasil passa por problemas extremamente sérios em sua grande área, espera-se que, na pequena, se concentre em atacar todos os que ousarem desafiar a defesa de sua soberania futebolística, firme na compreensão de que não se pode comandar as saudades, mas se deve caprichar na vivência dos motivos.