terça-feira, 30 de julho de 2019

O Sapato Azul!


O SAPATO AZUL

  Não sou daqueles que acreditam em fórmulas simples para o triunfo, assim como também não me situo dentre os que o vêem como resultado de mirabolantes equações: fico no meio termo, embora, também, plenamente ciente, aqui sim, acredito, igual a todos, de que oportunidades são iguais às nuvens, ou seja, elas aparecem e desaparecem sem que muitas vezes nos demos conta, talvez passando o dia todo procurando fixamente à frente, quando uma rápida olhadinha para cima poderia no mínimo desanuviar... 

  Tem aquilo que faço. Tem muito que não faço, mas gostaria e ainda posso tentar fazer, assim como o que não faço e não quererei e/ou não poderei fazer. 

  Aliás, faço questão de ressaltar, quanto a isso, que a premissa básica é não partir da errada conjugação do presente do indicativo do verbo fazer: eu fácil, tu fazes,...

  Pois bem! se tem algo que eu tenho certeza de que não farei, mesmo se tiver mais uma centena de anos pela frente, por não ter a mínima vocação, além de outras prioridades, afora a própria estruturação necessária para chegar a tal desiderato, é fabricar sapatos!

  Ora, mas se não tem nada a ver comigo, então porque, raios, todos esses "prolegômenos", para falar de algo tão específico e que não pretendo fazer?

  Por duas razões, a primeira delas trazendo como consequência a segunda: tanto como uma calça e uma camisa, o sapato faz parte de minha indumentária diária. Com relação às camisas e às calças, consigo alcançar uma variedade de cores, mas, quanto aos sapatos, especialmente, no meu caso, os chamados "sociais",...

  Como não sou empresário e nem comerciante, foi na base do empirismo mesmo, mas me dei ao "trabalho" de perguntar a algumas pessoas qual a cor do sapato "social" que mais observava como sendo parte do traje usual: impossível a resposta ser diferente! Procedi, também, a um segundo questionamento: e a segunda cor preponderante? Acredito que dificilmente você também destoará. Já no tocante à terceira e daí por diante,... 

  É ou não é algo como preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto,...; marron, marron,...; ????????,... (ainda não está seguro? Digite "imagem de sapato social" na internet e veja o que o "cérebro eletrônico" lhe apresentará a respeito).

  Não me conformo que o azul não povoe os pensamentos, as ruas, as sapatarias e, em último plano, o meu guarda-roupas, já que acho que é uma "questão de honra" (porque não trabalho no ramo, pois se trabalhasse, faria tudo para ser uma questão de "grana") o sapato azul ganhar o seu devido espaço e não só o meu.

  Não consigo entender porque, dentre outras combinações sugeríveis, a minha calça azul com a minha camisa branca, por exemplo, uma das alianças mais comuns da rotina diária, não possa ser complementada com um sapato azul! Impossível que no universo de variações, especialmente os tons mais escuros dessa cor, não sejam considerados dentre os mais discretos e universalmente agradáveis, se é que seja esse o temor dos "difusores da moda".

  Tá bom! Sei que com muito esforço eu consigo chegar a um "belo sapato azul"! É uma pena! Especialmente porque deixando de olhar fixamente para a frente, dando uma rápida olhadinha para cima, vejo muito azul, acreditando que descer um pouco dessa cor pode proporcionar, ao menos, um belo passo à frente!

  Como a racionalidade sugere que razão e paixão não se misturam, é óbvio que este escrito deve ser avaliado com moderação, mas, de qualquer forma, ao menos um par de um belo e acessível sapato social azul, terá comprador certo, acreditando que azulará não somente o meu guarda-roupas, mas, quanto a este consumidor, pelas dificuldades para chegar a esse par ideal, um pouco do próprio coração.


segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ah... A Inspiração!

                           
AH... A INSPIRAÇÃO!

  Nestes últimos meses estava um pouco preocupado. Devido aos muitos afazeres não conseguia um tempo para escrever, algo que tanto gosto. Aliás, até poderia roubar um pouquinho do reduzido tempo que dispunha para fazê-lo. Ocorre que o prazer é o que leva à inspiração, assim como essa, em recíproca gentileza, leva ao prazer! 

   Logo, não dá para escrever simplesmente por escrever. Tem que estar inspirado. E para estar inspirado, tem que haver prazer. Assim, ao invés de escrever por escrever, preferi dedicar o pouquíssimo tempo extra que surgia simplesmente para o prazer!

   Não que preciso de algo muito substancial! 

  O sono, por exemplo, para mim, graças a Deus, é um grande prazer! Acho que foi para onde mais dediquei esse tempo roubado da escrita. A propósito, não pense que meu sono passou a ser muito, mas, se passou a ser um pouquinho mais do que era "antigamente", não deixa de ser um acréscimo.

   Como faz ressoar em minha mente o imortal poeta: "quem me dera ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante, fala demais por não ter nada a dizer".

   Pois é! O mais difícil é provar! Eu, por exemplo, queria mais, mas acho que, dentro do possível, hoje, dormi "quase" o bastante. O suficiente para inspirar-me, ao menos, a este ora egoístico prazer, já que tenho a exata noção de que consegui dizer apenas para mim... Aliás, talvez, no máximo, também para quem tenha dormido bastante,...