segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Tudo se resume a um ou dois segundos

    
TUDO SE RESUME A UM OU DOIS SEGUNDOS

  Fim da excelente XII Copa Minas de Natação e cá estamos nós, cabralistas da natação, de volta ao nosso querido Espírito Santo. Amém!

  Mesmo se não chegamos todos à vitória, com certeza, somos os que estamos mais perto dela: Cariacica, Serra, Vila Velha, Viana,...

  Brincadeirinha! Só para diminuir a tensão que muitas vezes paira quanto ao tema, que é sério, porém, não deveria ser tamanho assim.

  A propósito, quanto a isso, tudo se resume a um ou dois segundos...

  Tá bom: às vezes um pouco mais! Porém, não se descarte que, em outras oportunidades, é até um pouco menos...

  A Laís mesmo, em uma das provas de etapa do sudeste, chegou em quarto lugar, a um centésimo da terceira. Em outra, compartilhou o primeiro lugar, rigorosamente empatada. E, aproveitando para “criativizar”, explorando lado bom, digo que isso é coisa pra gente grande, tipo Michael Phelps, Chad Le Clos e Laszlo Cseh, triplamente empatados em uma prova da recente Olímpiada (lembra?), porém, em segundo lugar (hehehe. Caramba, Joseph schooling, que isso, hein?!)

  O problema então é: como chegar a esse um ou dois (ou um pouquinho mais, né?) segundos? 

  Primeiramente, é preciso relaxar: afinal, se fosse tão bom assim, não seriam segundos, seriam primeiros!!!!

  Brincadeirinha de novo! Tem uma série de fatores, dos quais destaco: o atleta, a estrutura técnica e o tempo. 

  O aspecto mais fácil é com relação ao tempo, já que é o único objetivamente mensurável (e sem direito de defesa e de ficar bravo com a gente), daí o enorme contributo que esse fator vem proporcionando para a criação de “ambientes sadios de precoces exaustões”, digamos assim, a carga imposta especialmente às gerações mais recentes para tentar alcançar a “glória”, essa que vai cada vez mais se inserindo em contexto de “grande negócio”, capaz de movimentar cifras estratosféricas mundo afora, haja vista o apelo proporcionado pela “indústria do esporte”, obviamente, com todas as consequências que o forte viés econômico implica. 

  Com relação aos outros aspectos, ciente da difícil realidade do clube do qual honrosamente sou sócio, prefiro destacar, através desta competição, resumindo tudo o que leva a isso, o inigualável “calor” proporcionado a seus atletas (me desculpem os demais clubes, mas ficou nítido na arquibancada), seja enquanto nadando ou logo após a prova, do “risonho” ao “choroso”, pois é momento em que mais e melhor precisam ser recebidos e estimulados, se não for possível aquele incomparável colo, às vezes. 

  Quanto aos atletas, é óbvio que devem trabalhar e se dedicar ao máximo para melhorarem seus resultados, alcançando um, dois ou sejam lá quantos segundos almejarem. Seja por exigência própria e/ou dos terceiros (indispensáveis. Contudo, não são os primeiros, que é você, se é que me entende, caso contrário, pergunte a um terceiro!). E, mesmo assim, ciente de que os “adversários” também estão fazendo o mesmo! Além disso, muito conscientes de que quanto mais se avança, mais difícil vai ficando avançar, afora a importante consideração de que somos indivíduos fantasticamente diferentes, com respostas diversas aos estímulos, por mais igualitários que eventualmente possam ser transmitidos!!! 

  Enfim, estão de parabéns! Não é para qualquer um estar no lugar de vocês! Contudo, não deixem de ser gratos a quem lhes proporciona essa oportunidade, mesmo que você, eventualmente, não consiga enxergar os benefícios que estão sendo alcançados para toda a sua vida.[1]

  A nós, pais, avós, irmãos, tios, demais parentes, amigos, enfim: o objetivo são eles e não nós, que, obviamente, nos realizamos através deles. Sejamos os primeiros (e não os segundos, terceiros ou últimos) a verificar o que podemos fazer para melhorar um ou mais segundos na nossa importante missão. No fundo, é o objetivo mais fácil de alcançar, pois é o único que só depende de cada um de nós, sem a temível concorrência.




[1] A propósito desses benefícios, vide a crônica postada abaixo, aos 09.04.2016, sob título “Álvares Cabral”

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Jornada nas estrelas

 

JORNADA NAS ESTRELAS 
(mas que também poderia ser chamada de “CAMISA DA FAMA”)

  A formação de uma família é algo que considero tão gratificantemente incomparável que, hoje, 14.08.2016, dia dos pais, a possibilidade de ser um deles, sinceramente, é o retorno verdadeiro e indelével, que me realiza completamente, para o sempre, amém.

 Resolvo partilhar essa alegria pois a pressão sobre a família é tão grande que ela vai sendo enterrada, gradativamente, felizes, portanto, os que se dedicam a descobrir a riqueza que significa a dureza de desenterrar esse tesouro, necessitando de mãos firmes, coesas e vigorosas, já que o segredo desse enigmático mapa é cheio de pistas falsas e divisoras de esforços que, em sentido absolutamente diverso, deveriam somar-se.

  Logo, o caminho não é nada fácil, repleto de desafios, razão pela qual, para quem ainda nele não adentrou, somente o recomendo para os corajosos, dispostos a enfrentar não apenas mais uma dentre outras jornadas, mas uma verdadeira “jornada nas estrelas”, já que a viagem é extremamente longa e desgastante, porém, incomparavelmente bela e necessária para quem não consegue imaginar um céu desprovido das mesmas.

  Como toda viagem, ainda mais essa, deve ser bem planejada, o que, aliás, me fez refletir bastante ao lado de minha “copiloto”, antes mesmo de nossa decisão de embarcá-los, um a um, na inigualável nave-mãe, durante os seus primeiros meses de vivência.

  A propósito, antecedente a isso, fizemos um pacto que nos tranquiliza e dá certeza de que mesmo se algum de nós sofrer algum “defeito irreparável”, que nenhuma “oficina” ou “mecânico” dê jeito, o outro fará o impossível para levá-los ao único que oferece a “garantia estendida”, que foi, a rigor, o que nos convenceu a embarcar nessa incomparável aventura.

  Pois bem! Já que não vou me dedicar a enumerar as dificuldades que naturalmente se enfrenta na condução, para que não acreditem, falsamente, que no caminho “só se visualizam flores”, não vou, também, revelar as gratas surpresas que me foram preparadas pelos “passageiros” e pela “copiloto” para o “dia dos pais”, salvo uma que para mim teve um significado tão profundo que me levou a não caber dentro de mim, daí estas linhas.

  Ganhei uma camisa branca, extremamente simples, adquirida pela copiloto e que foi decorada pelo formato de uma das mãos besuntadas em tinta de cada um dos seis filhos, cujas impressões digitais desiguais sugerem a exclusividade de vários universos distintos, ainda que vinculados a um duplo liame gerador indissolúvel.

  Desta forma, para mim, se trata de uma verdadeira e exclusiva “camisa da fama”, algo que partilho de forma simbólica com os que se dedicam à dureza e beleza da “jornada nas estrelas”, esta que, infelizmente, resta um tanto diminuída devido à espetacularização da “guerra nas estrelas”, o chocante cada vez mais ofuscando o singelo em nossas vidas e, o pior, na de nossos filhos.