domingo, 30 de outubro de 2022

Faça você a vez

 FAÇA VOCÊ A VEZ!

No dia seguinte haveria, seguramente, uma das mais importantes eleições de todos os tempos no Brasil: Lula x Bolsonaro!

Independentemente de quem realmente estava ou não com alguma vantagem sobre o outro, certo mesmo é que, politicamente, o país estava literalmente dividido entre dois extremos! Ou seja, a vitória de um será a "glória" para parcela da população que torce fervorosamente para aquele, enquanto a derrota, para outros, significará um "caos"...

Tem, obviamente, aqueles cuja opção não seria nem por um e nem pelo outro,... No fundo, acredito que esses "vibrarão menos", mas, também, "sofrerão menos", já que, apesar de não se sentirem vitoriosos, também não se sentirão tão fragorosamente derrotados...

A verdade é que o país estaria muito melhor, seja qual deles for o eleito, se fincado em uma "política de estado", ou seja, planejamento e balizas mais duradouras, que não fossem tão suscetíveis às inconstâncias e fragilidades das "políticas de governo" que cada qual busca imprimir durante o seu mandato, tão própria à personificação de vultos efêmeros como sendo verdadeiros "deuses", quando, na verdade, são "apenas" administradores de uma enorme responsabilidade e, como tal, desejavelmente, sujeitos a "freios e contrapesos" que essa almejada política de estado contribuiria bastante para tornar mais efetiva.

Envolto nesses pensamentos, abri espaço na mente para rápida divagação a respeito de uma mensagem que acabara de receber em meu celular, de uma pessoa muito estimada, relativa a fato que estava acontecendo em sua casa, naquele momento, e que, por sua vez, remetia a uma consideração que fizera à sua família, pertinente ao dia do meu casamento, há vinte e sete anos.

Daí troquei mais algumas mensagens com essa concunhada e comadre e, firme na minha premissa de que a inspiração é apenas uma simples e imperdível passageira de seus efeitos, mandei-lhe essa: "pois é comadre... A essência da vida é que sejamos assim... Passaremos! Mas, que façamos "a vez"! Isso é bom demais! Afinal, quem poderia imaginar!... Independentemente daquilo que não dependa de nós,... Façamos a vez! Nas coisas mais grandiosas e nas mais simples. E terá valido a pena! Difícil é aceitar, mas é isso! E continue sempre em busca de "fazer a vez". Afinal, você não somente faz, como ainda inspira. Fique com Deus!"

Enfim, é isso! Se você ficar triste, alegre, ou mesmo "indiferente" (com pequena margem de "erro", para lá ou para cá, nos adjetivos ora disponibilizados) ao resultado das eleições de hoje, seja você quem for, não deixe de aceitar e acreditar na sua importância em "fazer a vez" na sua vida e na de outras pessoas., independentemente de fatos que sejam de acordo ou contrário às suas expectativas.

Tenha isso como meta, ou seja, sua "política de estado", pois, assim, mesmo que as próprias "políticas de governo" suas e as de outras pessoas que interfiram na sua, acabem levando a oscilações naturais, não serão capazes de alterar a sua consciência sobre a importância que você próprio tem para os rumos de sua vida e de tantas outras pessoas, no exercício de sua fatia, de forma mais simples ou mais rebuscada, porém, em todos presente, do mais puro e belo poder!

domingo, 2 de outubro de 2022

O "cara" da camisa 15

 
O "CARA" DA CAMISA 15

Acho que foi em seu inesquecível aniversário de 15 anos, comemorado em nosso "refúgio", em Praia Grande, num intenso dia de muita alegria e, óbvio, futebol, que veio tamanho gosto pelo número! Aliás, na verdade, para mim, o conhecendo razoavelmente (rsrs), acredito que esse dia somente consolidou a oportunidade de escolher um número discreto, mas que, ao menos eu, não mais pense assim...

Aos cinco anos, igual aos demais posteriores irmãos, iniciou na natação, onde, "no mínimo", ficaria até os dez, quando já teria melhores condições de "escoiher" atividade esportiva que pretendíamos acompanhasse o seu desenvolvimento, deixando o demais por conta do destino.

Concomitantemente à natação, nas aulas de educação física e em atividade extra na Escola São Domingos, naquela naturalidade inerente a milhões de brasileiros, iniciou no futebol, mais precisamente no futsal, com o professor Rafael. Paralelamente, eu, corredor "ama-dor" há vários anos, o "aquecia" para suas atividades, mediante umas "despretensiosas corridinhas", porém, com o objetivo de "não fazer feio" nas tradicionais corridas "garotada", essa fantástica iniciativa da "Chocolates Garoto", que, felizmente, perdura até hoje e, tomara, permaneça para sempre no seu calendário anual, espraiando para o de milhares de agradecidos brasileiros, especialmente os capixabas.

Aos dez, sob comando dos professores Luiz Carlos e Luizinho, deixou a natação e iniciou na escolinha do Vitória, onde, comumente, jogava com a 10.

Aos doze, migrou para o Pedra da Cebola, sob orientação dos professores "Caxote", Julinho e Rubinho, onde permaneceu até os 15. Mais comum era a camisa 11, embora algumas vezes jogasse também com a 7, já que sua posição de origem era a de atacante, mais aberto pela esquerda, não se furtando em fazê-lo igualmente pela direita, caso fosse a opção do treinador.

Logo, o desenvolvimento de sua "social-adolescência" foi muito forjado em torno disso, daí, obviamente, os reflexos gerados nos demais "campos" de sua vida, até hoje.

Não me lembro bem como isso ocorreu, até porque as coisas já aconteciam de forma mais natural em sua vida, mas, por volta dos treze, acabou conciliando os campos de grama com a areia, onde, sob comando do professor Alex, passou a integrar uma geração (olha o nome do grande rival aí rsrs) fantástica e inesquecível do "Meninos da Ilha", cujos jogadores, à época, meritocraticamente, fazendo jus ao celeiro de craques capixabas da modalidade, seguramente integrariam seleção brasileira de base, caso existisse.

Tanto que, embora o Estêvão - esse é o nome do "cara" - tenha continuado a emprestar seu talento, alegria e disciplina ao futebol de campo até os 17 anos - agora já em outras equipes do Estado e, de forma mais esporádica, devido à maior competição com o estudo - foi na areia que ele realmente alcançou seu maior brilho.

Aliás, minto, porque tem um jogo realizado em campo de grama sintética, que eu considero um dos melhores realizados por ele: foi justamente "Meninos da Ilha x Pedra da Cebola", a partida final da "Copa Coca-Cola" de 2011 (inclusive com a camisa 10, que, lembro  muito bem, lhe foi entregue pelo professor Alex, para ele "não fugir da responsabilidade de se virar com ela").

O "moleque", em um time formado por jogadores cuja base era a "areia", utilizou todo o repertório contra o seu "ex-time" de campo. Perdiam por 1 a 0, ele buscando jogo o tempo inteiro, até que, quase no final, fez um gol que deu números finais à partida: 1 a 1!

O representante capixaba que iria participar da etapa brasileira seria escolhido através das penalidades. O "capitão" Estêvão foi o responsável pela primeira cobrança do Meninos da Ilha. Gol!!! Ganhariam?...

A tragédia não ocorreu e, sinceramente, nem deveria ocorrer, pois o Pedra da Cebola era muito mais time e teria condições de representar muito melhor - como fez - o Estado na competição nacional. Mas, para mim, ali ficou muito evidente que aquele menino da ilha de Vitória poderia fazer muita diferença em qualquer piso!

Porém, embora ele seja realmente versátil, se adaptando a todos os pisos, acredito que, no seu caso, o número reduzido de atletas em campo de jogo, onde a intensidade de participação é maior, facilite a sua desenvoltura e o seu gosto.

Aqui abro um parêntese para realçar aquilo que considero minha maior contribuição neste processo de formação: eu o levava para o campo e insistia que, apesar de destro, ele deveria procurar fazer suas jogadas utilizando, da mesma forma, ambas as pernas, sem aquela história de "perna boa". Parte de um de nossos "diálogos":

- Agora vamos bater pênalti! 10 com a direita e 10 com a esquerda!

- Mas, pai, eu não consigo com a esquerda!

- Tudo bem, eu compreendo! Então 10 com a direita e 15 com a esquerda!

Desta forma, o Estêvão foi se tornando um jogador bastante "letal": atleta extremamente rápido, focado e ambidestro!

Ríamos de se acabar após os jogos. - Pai. eu ouvia os gritos do técnico: marca o meio, ele vai puxar para o meio. Eu puxava para o fundo, com a esquerda e "blau"! - Ele só tem a esquerda, marca a esquerda. Eu puxava para o meio com a direita e "blau"!...

Foi campeão, artilheiro e melhor jogador na base e no adulto. Aos 16, fez gol em amistoso contra a seleção brasileira (de tanto que eu insistia que saída de bola é pra frente e não pra trás, foi numa dessas, quando recebeu, ali no centro, e acredito que não achavam que aquele moleque iria ter a ousadia de ir adiante, mas foi e... "Blau"!). Fez gol decisivo de bicicleta, justamente contra o meu glorioso botafogo, quando o seu time estava com um jogador a menos e, com a bola, não tinha muito o que fazer, "além disso"... Dentre outras proezas!

Mas, o melhor estava por vir: não tenho dúvidas em afirmar que o futebol profissional perdeu a chance de contar com um excelente jogador de futebol. Estudioso, aos 18 ingressou no curso de medicina. - Mas, Estêvão, o Sócrates também era médico...  - Pai, pra mim não dá! Vou focar nos estudos!

E focou! Mas, quem disse que na medicina "não há vida"? Pergunta ao "camisa 15"!!!

Vi algumas participações do Dr. Estêvão no campo, na areia e nas quadras, pela MEDUFES, sempre com essa camisa! É incrível: ele joga como se estivesse no Barcelona, seu time atua como o Bayern e o Chapola (como é conhecida a torcida), como... Um orgulhoso e retributivo bando de "loco, loco, locooo"!

Enfim, embora tenha participado de alguns campeonatos municipais, estaduais e até brasileiros, especialmente de "beach soccer", após o ingresso na universidade - inclusive o fazendo, com destaque, até hoje - a simbiose do jogador com o médico parece uma química que não só deu liga, como justifica que essas ligas sejam cada vez mais encorajadas e estimuladas, já que o destino está aí escancarado para todo mundo poder fazer dele uma boa receita, menos importando de que forma serão utilizados os importantes ingredientes que se possui, desde que voltados para um sabor agradável e, essencialmente, que não se proponha a ficar somente para si.

Talvez seja essa a razão verdadeira do curso de medicina durar seis longos anos (ou curtos, dependendo da ótica) ou, se não for, um belo motivo para se conformar rsrs

Aliás, esse "jogo" já parecia ter acabado para ele. Porém, como um "jogador-profissional", mesmo em sua residência, deve estar sempre de plantão, para possível atendimento a uma convocação extraordinária, a "prorrogação" de ontem, dia 01.10, foi simplesmente mais um desses grandes capítulos escritos pela história da MEDUFES. Final do futsal masculino: Medicina 5 x Educação Física 3! É campeão!!!