domingo, 28 de junho de 2015

Nota de falecimento ll




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         NOTA DE FALECIMENTO II 



  Estou novamente dentro do banco...

  Mas podem ficar sossegados. Como os desdobramentos continuam a depender de minha caneta, não será também desta vez que farei dela “uma arma”: logo, “não matarei ninguém”!

  Contudo, não dá para relaxar! Suicídios acontecem, não é?...

  É mais ou menos igual àquela situação intranquila, onde o responsável pela nau, nitidamente afundando, faz questão de dizer que tudo está sob controle, apenas enfrentando uma “marolinha”,...

  Portanto, fique ligado, até o final, pois, realmente, repito, eu não matarei ninguém, mas, sinceramente, nem eu sei o que pode acontecer antes da última linha!

  Afinal, não é porque o cara enfrentou uma “Nota de Falecimento” e não morreu que irá enfrentar outra (aliás, como nos filmes, é possível que o autor já esteja pensando, inclusive, na parte III, dependendo do sucesso que esta obtiver) e irá sobreviver para continuar a história...

  Certo é que ele continuava não fazendo falta... Namorada: nem pensar... Parentes e amigos: ninguém a dele se lembrar...

  O negócio, entretanto, é o governo!!! 

  Pois é! A crise chegou de tal forma que já tendo taxado todo mundo, de todas as maneiras possíveis  - e impossíveis (de imposto sobre “grandes fortunas” até a “pequena pobreza” se chegou, acredite!) – alguém, da alta cúpula, querendo ganhar o prêmio criado especialmente para a época, o “bônus sacanagente”, sugeriu  - e foi aplaudidíssimo - que houvesse um “pente fino” sobre os mortos, tendo em vista que obtivera informações - e ninguém quis saber de onde elas apareceram, tão boa foi considerada a ideia - de que pessoas estavam forjando a sua morte para escapar da implacável “perseguição impostonômica” que houvera se instalado.

  Pouco importava se, em vida, apresentava sinais de riqueza ou não - afinal, poderia estar planejando o "crime de lesa pátria" há muito tempo, fundamentou o proponente, novamente ovacionado, sem que sequer se importassem em saber o que significa essa expressão, muito menos se era adequada. Logo, todos (todos é como ele disse, enfaticamente!) os mortos nos últimos vinte anos seriam investigados (desnudados e desossados até, afirmou ele, se necessário).

  O certo é que em determinado momento chegaram ao nosso desafortunado (será mesmo?!) camarada!!! 

  - Morreu ou não morreu, afinal?

  O relatório da comissão foi inconclusivo! Eram poucos os dados a respeito de sua existência (não conseguiram chegar a mais nada além do meu escrito anterior). E como o cara realmente não tinha ninguém por ele o meu medo era que me “convidassem” a esclarecimentos sobre o que sabia a respeito, fato que, felizmente, até o momento não ocorreu!

  - Número 327! 

  Um antes do meu! Como, finalmente, logo serei atendido, só dá tempo de esclarecer que diante da incerteza quanto à morte do camarada, a regra  - também elogiada e acolhida à unanimidade - é a de que se lance um “impostozinho” mínimo em seu nome   - princípio do “in dubio pro grana” (decorrência, a propósito, que se deu com enorme rapidez, diga-se de passagem), se lance o nome no rol de mortos devedores e ele, se quiser, que pague para honrar a sua reputação (inclusive, todos os cemitérios ganharam ao menos um caixa eletrônico, para facilitar a situação dele e de outros, como foi frisado), apareça para contestar ou que acerte a sua dívida com Deus...

  Mas, mesmo assim, com a advertência de que, certamente, não passará pela “porta estreita do céu”, como fez questão de fazer retumbar por tumbas e catacumbas, pelo sim, pelo não, aquele governo, do alto de sua laicidade...


sexta-feira, 12 de junho de 2015

SIMquenta anos

                                      SIMQUENTA ANOS


“Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar, e cantar, e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz”
 
    Hoje, dia 12.06.2015, eu completo simquenta anos!

   Uma fase da vida que considero tão especial que, junto à Família, para celebrá-la, venho preparando especial programação, a ser conferida por aqueles que me honrarem com algum momento ao meu lado.

   Em reciprocidade ao tempo, que me chama a brincar com ele, afirmo-lhe que a preparação para esta data ocorre há exatos cinquenta anos, embora a três esteja mais enamorado da ideia.

   Resta previsto, então, que às 5:00 horas (ou acorda cedo ou dorme no ponto) ocorrerá uma corrida de 10 km no calçadão de Camburi; às 12:00 horas (Senhor de todas as horas), Missa na Igreja São Gonçalo, no Centro de Vitória; e, às 19:00 horas (a noite é para o ser viço também), lançamento de três livros no Shopping Norte Sul, em Jardim Camburi.

   A única exigência feita, neste dia, é que, FINALMENTE, eu vença uma corrida, pois é acessível a todos os que, até aqui, fizeram parte de algum momento de minha vida (logo, os não poucos que correm mais do que eu, hoje, me perdoem, mas venham por qualquer motivo, menos para vencer...).

   Por fim, embora não menos e nem mais dedicada, a programação inicial era um pouco diferente da que, finalmente, está preparada para ser, mesmo assim, sujeita a controle que não necessariamente me obedece, já que o Senhor do destino é o único que sabe como efetivamente será o próximo minuto...

   Aliás, isso serve como estímulo para nos adequarmos às tantas situações que planejamos minuciosamente para a nossa vida, mas que, por razões que não comandamos, acontecem de forma diferente da nossa vontade.

   A propósito, como é um momento único, embora com a responsabilidade de emblematicamente sintetizar cinquenta anos (e, por favor, não me inveje por coincidir com uma sexta-feira, dia dos namorados,...) , é justamente nessa linha a sincera e refletida mensagem que desejo para a vida de todos aqueles que, como eu, enquanto nos é permitido, estão construindo a sua obra: se você passar por uma rua ao invés de outra, apenas um detalhe, tudo poderá ser diferente na sua vida. Só não pode ser diferente a vontade de pavimentar, da melhor maneira possível, a estrada, qualquer que ela seja. 
                                  
                                                 “Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder ou quiser"