sábado, 24 de maio de 2014

pensamentos




A regra básica de um e-mail é que você gaste mais tempo para elaborá-lo do que a pessoa levará para lê-lo. Se não for assim, não envie.




 Está chegando o tempo em que o princípio da igualdade será exemplificado através do cara que consegue ser fiel tanto à esposa como à amante... Tá bom: igual façanha por parte da mulher também!




Testes indicaram que quem beber dez latinhas de determinada cerveja “sem álcool” poderá ser pego pelo bafômetro. Difícil é conseguir beber dez dessas latinhas.




A notícia boa é que estamos diminuindo o trabalho escravo. A ruim é que boa parte dele está sendo substituído pela automação. Ou seja, desaparece o trabalho e fica só o escravo.




O tempo cada vez mais integral para a educação é devido ao tempo cada vez menor para a criação. O grave problema é que um não anda sem o outro. Daí,...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Roubaram a copa


                                                                                               ROUBARAM A COPA

    Você, possivelmente, já tinha ouvido falar do roubo (na verdade, furto) da Taça “Jules Rimet”, aquela que imortalizou o gesto de Bellini, falecido em 2014, que a levantou, pela primeira vez, em 1958, enquanto capitão da seleção brasileira de futebol.

     Pois é! Após o zagueiro Carlos Alberto Torres repetir o gesto, por ocasião do tricampeonato, em 1970, ela passou a ser “definitivamente nossa”, porém, apenas por um tempo, já que nem todos estavam satisfeitos com essa espécie de sociedade anônima e resolveram se apropriar, furtivamente, das partes que pertenciam a cada um dos demais milhões de membros da nação brasileira.

      Pois bem! Ocorre que a “arte” de roubar foi muito aprimorada nos últimos tempos. Se fizer pesquisa, creio que o roubo ficará na lista dos mais incrementados, possivelmente em empate técnico com a corrupção.

     Chegamos a tal ponto que até já assistimos àqueles que não satisfeitos em estraçalhar os ânimos dos rivais, em campo, com ajudinha extra do mediador, ainda tripudiam, glorificando o ato ilícito: “roubado é mais gostoso”, conforme ocorrido na decisão do campeonato carioca deste ano. 

     Contudo, agora, o que roubaram mesmo foi a copa. A co-pa, friso! Não é a taça, uma partida, o futebol brasileiro, mas a c-o-p-a.

      Quer dizer que não vai ter mais copa? Que tragédia! Tem muita gente que achava que ela era a “salvação” para serenar um pouco da pressão sobre um monte de coisas, como, por exemplo, “o caso da Petrobras” (vai dizer que você - pedindo licença para utilização das expressões, pois acredito que foram patenteadas - também “não sabia”?).

       Não veremos os times entrarem nos “campos”, cada qual “dilma” vez? Afinal o pentacampeão selecionado canarinho “já é cioso” o suficiente para não se conformar com uma decisão que deixe de incluí-lo como provável campeão. Isso se alguma "zebra" não se mostrar forte o suficiente para virar o jogo. É muito difícil, mas nunca se sabe. Talvez!

       E você já deve estar furioso comigo porque este texto tem um título chamativo e até agora não expliquei o tal “furo de notícia”, já que, creio, ninguém ainda havia informado à população quanto a tamanho descalabro com a nossa nação, sedenta por ver reparado, em casa, o divino equívoco ocorrido com a copa de 1950 (como foi possível perdê-la se até “Deus é brasileiro”?). 

     Então explico melhor: a copa a que estou me referindo, muito comum mesmo aos lares mais simples, na época da minha infância, é aquele ambiente, próximo à cozinha e à sala e que, simplesmente, não se ouve mais falar quando se refere às novas unidades habitacionais.

     Está certo (na verdade, errado) que afora o preço mais elevado, tudo no imóvel reduziu (para atender à diminuição das famílias e ao déficit de moradias, segundo repetem, a todo instante, para você acreditar ou, no mínimo, se ver resignado a aceitar). Exemplifico, por tudo, com o “quartinho”, que é mais um termo antigo, então muito utilizado para designar o banheiro e que hoje serve para se referir ao quarto mesmo, embora com tamanho do banheiro. Mas a copa? Nem diminuiu. Simplesmente de-sa-pa-re-ceu. 

      Sei que você pode estar zangado. Não com relação à copa que lhe roubaram, mas pelo fato de eu ter me valido deste meio artificioso para veicular meu pensar. A propósito, que sirva como atenuante, meu objetivo não é lhe roubar tempo, mas alertá-lo para necessários cuidados com explorações que costumam ocorrer em épocas de euforia coletiva, como nesta em que o Brasil é “a pátria de chuteiras”. 

     Enfim, a copa visível está aí. E, para aproveitarmos bem o espetáculo, embora em ambientes menores, cabe registrar que as televisões estão melhores e, principalmente, cada vez maiores. Pra frente Brasil-zil-sil-zil...

sexta-feira, 9 de maio de 2014

pensamentos




Mãe é uma verdadeira sem hora




Estou com tremenda dor de cabeça. Mas se ela quiser me acompanhar vai ter que suar muito





Não fique preocupado: não sei quem está lhe filmando






Se a moda vai e volta e o seu dinheiro vai nas duas vezes, você realmente é uma pessoa que faz a moda






O progresso não dá pista, mas dá sinal


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Vista para o mar

     VISTA PARA O MAR

  Achava ele que finalmente chegara o momento de realizar o grande sonho de sua vida: comprar um apartamento com vista para o mar!

  É isso! O que seria de nós se não sonhássemos acordados, com algumas coisas que muitas vezes são tão reais em nossos sonhos noturnos e se evaporam tão logo despertamos?...

  Mas... Um apartamento com vista para o mar? Parece ser mais fácil um casamento (desde que não se exija que o alguém more de frente para o mar, não parece tão difícil assim), um emprego (fora da época braba de crise como atualmente vivemos, também não parece muito improvável), tornar-se um jogador de futebol (serve nos campinhos de futebol no final da Praia de Camburi?). E por aí vai.

   Aliás, tudo isso se tornara realidade, com a modéstia que lhe falta no tocante ao sonhado apartamento.

   Casou-se com Martiniana, uma esposa adorável, extremamente dedicada ao marido, aos dois filhos (Martini e Ana) e que tão bem zelava da casa simples, de cinco cômodos, que haviam adquirido há cinco anos, mas ficava distante 5 quilômetros, 102 metros e 43 centímetros da praia, como o próprio Edgardo Médio medira, com a sua inseparável fita métrica. 

  Trabalhava como operador de máquinas, profissão que lhe garantia retorno suficiente para o sustento da família e, com certo aperto, uma grata poupança, onde procedia a rotineiros depósitos, desde a época das pequenas mesadas, que recebia dos pais, quando ainda era bem menino. Embora nunca tenha comentado para ninguém, o grande sonho vinha desde essa época.

  Meia-atacante, habilidoso com as duas pernas, como faz questão de dizer, acredita que não teve sucesso no futebol por falta de um empresário de visão... De qualquer forma, aos domingos, logo após a Missa matinal, estava quase sempre ali, nos campinhos do final da Praia de Camburi, onde o seu passe era extremamente disputado!

  O único domingo que faltara ao futebol nos últimos vinte e cinco finais de semana foi para ver de perto algo que lhe chamou atenção em um anúncio de jornal (tinha o hábito de pedir os classificados de jornais comprados pelos amigos, economizando até o dinheiro do periódico para a realização de sua “boa causa”). 

  Indicava o anúncio: “Vd apt°. V. P. Mar. Brt. Aperto. 6021-0126”. Imaginou: é minha chance! Afinal, apartamento com vista para o mar, em ocasião de aperto pode ser barato mesmo. Até o anúncio é econômico, coitado! Quem sabe? Agendou por telefone e foi até o local.

  O apartamento era realmente barato. Porém “V. P. Mar” não era propriamente “vista para o mar”, mas “Vila Princesa do Mar”. Vila sim, princesa não, mar... Muito, muito distante. Mais até do que a distância da atual residência de Edgardo e as águas do seu sonho!

  Outro anúncio: Aptº. Vista p/ o mar. Cabe no seu bolso. Tratar: Rua Aimorés, 01, Bairro Filomena.

  Ainda mais depois da experiência vivida com o anúncio anterior, ficou em dúvida: afinal, o que cabia no bolso? O preço ou o apartamento? Esses anúncios de duplo sentido... Podiam até lhe tirar o sorriso, mas não o sonho!

  Foi até o local e parcialmente não se sentiu enganado pelo jogo de palavras. Apesar do apartamento bem pequeno, não era nenhuma maquete anunciada como quitinete. 

  Como já saiu de casa com o aval da esposa, compraria o imóvel, que “cabia” realmente em “seu bolso”, não fosse um pequeno imenso detalhe: a vista era para o mar porque a construtora que adquirira todos os lotes da região, estava construindo aos poucos, por razões ardilosamente óbvias, partindo dos terrenos mais longes do mar para os mais próximos.

  Era o primeiro prédio em construção, que distanciava uma imensidão da praia. A vista para o mar seria muito, mas muito passageira.

  Não aceitou e ainda aprendeu a sutil diferença entre “vista para o mar” e “vista ‘eterna’ para o mar”, como lhe explicou o corretor.

  Deu atenção a alguns outros anúncios, como um em que, chegando ao local, o proprietário lhe conduziu a um dos dois quartos do apartamento, onde, de binóculos, subindo na cama, retirando o ar condicionado do buraco onde se localizava, dava para visualizar algo que realmente parecia o mar...

  Em outra situação, a vista era para Omar (maldito jogo de palavras), um sujeito que morava no apartamento de frente e tinha uma cara muito brava...

  Caiu na realidade: o seu dinheiro não dava para realizar o grande sonho.

  Talvez num futuro muito, mas muito distante, quem sabe?

  E, conformadamente, pensou: quer saber de uma coisa? Acho que seria muito frustrante realizar o meu grande sonho. Com o que eu iria sonhar?

  Resolveu descansar um pouco do sonho, sentado ao lado da esposa e filhos, no sofá da sala (onde existia um quadro quase do tamanho da parede, onde só se via mar) e falou para os mesmos: como sou feliz, sonhando ou acordado, ao lado de vocês!