sexta-feira, 29 de março de 2019

Ladrão de ga-linha


LADRÃO DE GA-LINHA 

  Estes dias li em um veículo de comunicação entrevista com um especialista onde consta que o mesmo afirma que prender "ladrão de galinha" não contribui em nada para a segurança pública! 

  Concordo que não resolverá o problema da segurança pública! Porém, prender o "ladrão de galinha", ao menos ajudará a resolver a penosa situação daquele que possui galinhas... Imagine, então, se a minha rotina for ganhar o pão por intermédio das galinhas? Me desculpem os entendidos, mas, por favor, salvem as minhas galinhas! 

  Aliás, tenho outra consideração a ser feita: não prender o "ladrão de galinha" também não contribui em nada para a segurança pública. Então, por favor, tenham pena de mim: salvem as minhas galinhas!!! 

  Não me tachem de egoísta, por favor! Também estou preocupado com a segurança pública e não a minha exclusiva. Estou falando das galinhas porque é a que mais diretamente me aflige. Mas peço, também, se possível (depois das minhas galinhas, óbvio!) por todos os animais. Afinal, os tempos estão tão sombrios que a galinha não mais "reina" sozinha: tão levando de tudo! 

  Eu sei que a responsabilidade é de todos e "cada um tem que fazer a sua parte"! Ocorre que já fiz de tudo que se possa imaginar em termos de criatividade, além, claro, do que o mercado cada vez mais tem para me oferecer. Diria que o meu galinheiro é um dos mais seguros da região... Porém, haja criatividade nesse meio, né!? 

  Volto a dizer que acredito não estar sendo egoísta: eu também acho que essa criatividade toda para me driblar e fazer gol levando frango do meu galinheiro deveria ser canalizada para melhores situações, especialmente por meio de mais oportunidades, já que ser ladrão, no fundo, é uma ocupação de tamanha indignidade que causa dó! 

  Mas, por favor, eu não tenho essa chave! Estou trancado igual a você dentro deste regime aberto onde diariamente nos trombamos, com uma certa margem de liberdade para transitar. A chave que disponho é a do meu galinheiro, a qual, infelizmente, não me serve mais nem para me prender, a salvo, junto às minhas galinhas. Então, por favor, me ajudem: salvem as minhas galinhas!!!!!!! 

  Sei que você está ávido para me questionar sobre porcos - que me desculpem os animais pela ofensa - que vivem se lambuzando ilicitamente em ricas lamas, cujo mal que causam atinge não só ao meu, mas a todos os galinheiros, em uma "fuçada" só! Quanto a mim, afirmo: faço aquilo que considero possível! Só não dá para o meu galinheiro pagar esse pato! Assim, mais uma vez clamo, por favor: Salvem as minhas galinhas!!!!!!!!!! 

  Não é questão de maledicência contra o "ladrão de galinhas"! Só não vejo como possível tanta benevolência com a galinha alheia! Afinal, apesar de não ser o meu caso, conheço vários de galinheiros que já foram visitados uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove,... Mais de dez vezes!!! E "frangueses" que já foram presos em "frangante", em curtíssimo espaço de tempo, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito,... Quase 70 x 7 vezes! Não obstante,... 

  Outro problema é que tenho a sensação de que isso vai se encorpando! E como!!! Antes, era mais no varejo, porém, a coisa foi aumentando, aumentando, aumentando, ora chegando cada vez mais próximo do atacado (vale, inclusive, o trocadilho!). 

  A propósito, embora o especialista se refira a "ladrão de galinha", acho que é bom modernizar o termo, já que além de dar muito trabalho para limpar a "penosa", o gosto da rapaziada também foi mudando (picanha,...) e diversificando bastante no tempo (será que não estão vendo isso?): além do dinheiro, que nunca deixou de estar "na moda", podemos citar várias outras "bagatelas": tênis, relógios, jóias, bicicletas e, mais recente e insuperavelmente, os celulares! Como tem "ladrão de ga-linhas". 

  Embora acredite que muitos se identificarão com este texto, no fundo, de coração, meu desejo mesmo é alcançar os ladrões de galinha! Não imaginam como lhes quero bem! Vejo com muita tristeza o aumento de pessoas nessa situação e a forma como esse comportamento vai sendo sutilmente justificado, quando, intimamente, é um caminho de muita angústia e sofrimento! 

  Não entre nele! E, se tiver, saia!!! Imediatamente!!!!!! Não espere dos outros e nem culpe ninguém. É você! A revolução é sua! Tenha fé e força! Não terá garantia de nada, salvo de uma maior intimidade com a sua dignidade. A única coisa que, aliás, posso sim, lhe garantir, é que se trata do melhor caminho, no pouco ou no muito, embora torça para que você prospere, especialmente naquilo que dá mais sentido à existência. Verá como isso lhe fará bem! 

  É isso! 

  Mas, para terminar, como não pode ser diferente, não esqueçam do meu fundamental apelo: help, SOS, socorro! Salvem as minhas galinhas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 



segunda-feira, 18 de março de 2019

A vilanização do trabalho



Resultado de imagem para mundo sem emprego
A VILANIZAÇÃO DO TRABALHO

Ainda que impensável uma política baseada em "emprego sem crescimento", o contrário, fundada em "crescimento sem emprego", também não condiz com a vasta forma como é modernamente explorada, pela direta e indispensável relação que deveria existir entre uma coisa e outra.

Embora o desemprego, segundo a OIT, alcance quase duzentos milhões de pessoas no mundo e empregos precários ou vulneráveis ultrapassem um bilhão, enquanto a globalização cuida em arrastar os países, subtraindo autonomia no que tange à economia, quando se trata de globalizar o antídoto, uma possível vacina, apesar do longo tempo que este futuro, ora presente, infelizmente, se vaticina, seja sob muros, seja sob murros, repele-os cada qual à sua sina, pela qual ninguém assina.

Daí, fato é que vamos assimilando significativo distanciamento de políticas bem próximas: uma espécie de divinização da economia em confronto com a "judascialização" do trabalho.

O trabalho, visto como mero e desprestigiado departamento da economia, é caminhar sinistro, perda de identidade que ora registro, exemplificando-a a própria extinção da condição de ministro.

Como a economia global se preocupa bastante com grandes investidores, por eles, também, batalhão de lobistas nos corredores, afora ilustres outros senhores, como nunca o contraponto do trabalho necessita de firmes apoiadores, aliás, políticas públicas essenciais vão bem além das bolsas de valores.

O trabalho, que já foi escravizado, evoluiu quando das correntes libertado, porém, inegável que, atualmente, perante a economia, é o grande vilanizado.

Evolução que se apregoa é tudo automatizado, enxuto de ser humano, um infeliz desqualificado, como diariamente assim rotulado, aquele que não cabe no perfil estreito do mercado.

Não basta sequer mestrado ou doutorado, quanto mais o pobre desempregado e que não conseguir "empreender" qualquer coisa que lhe garanta ao menos o supermercado, e que engrossará, no fim, o rol dos milhões pelos demais sustentado!

Enfim, alguma coisa está muito errada! Enquanto há anos inúmeros benefícios são exigidos e concedidos aos pilares desse tipo de globalização aqui aportar, como pode o sonho crescente dos indispensáveis jovens brasileiros ser enfrentar rígidas regras de outro

país para poder emigrar, com melhores perspectivas de trabalhar, seguida de remuneração digna para se sustentar?

Nunca se reformou tanto, nunca se disse, sobre direitos, que tanto ainda há para se transformar. Até justiça com nome de trabalho se pretende acabar, nunca sendo tão frágeis, apesar de tudo, mínimas garantias de que isso fará o país melhorar, sequer, não piorar!

No fundo, evidências vão em sentido contrário! A autofágica evolução competitiva apregoada pela economia global se move mediante liberalizado estímulo a todo tipo de mecanismo que diminua o fundamental valor alcançado ao longo do tempo pelo trabalho humano.

Assim, rebaixado a oneroso custo que precisa ser urgentemente enxugado, ações continuarão firmemente voltadas para o ônus que representa o trabalhador, antes mesmo da prioritária obrigação, de imediata ocupação, daqueles milhões de desempregados, cujo contingente, nesse contexto, só aumenta, pois dele se alimenta.

Aliás, ao invés de exercerem o trabalho, contribuindo, inclusive, para custear os pesados encargos sobre a ação, dentre outros da nação, desempregados são fraudados nesse universal direito ínsito à dignidade, que resulta, por sua vez, em incremento da sua vulnerabilidade, não raro, a propósito, objeto de exploração, especialmente em época de eleição!

segunda-feira, 11 de março de 2019



O casamento deve ser igual a um jogo amistoso de final de ano, cujo caráter comemorativo do evento impede que o maior intuito seja vencer o adversário, mas estabelecer a maior confraternização possível com ele, tendo em mente que o empate vai cansar menos e é o melhor resultado para garantir a prorrogação.