segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Correr não é "somente" saúde


CORRER NÃO É “SOMENTE” SAÚDE 
  

  Muitas pessoas costumam me questionar desde quando e porque corro. 

  Fico meio sem jeito ao desapontar a maioria, já que a opção não se deve a questão de saúde ou para manter a forma. Mas como a prática não deixa de ser saudável, almejando, pretensamente, ser útil, confidencio, aliás, que talvez por fazê-la “desinteressadamente”, é possível que consiga mais resultados nesses aspectos do que muitos que confundem as coisas e se deixam seduzir por apelos estéticos e cosméticos de perfeição, próprios da era atual, escravizando condutas que deveriam, tanto mais quanto possível, partir da naturalidade e adequabilidade de cada um.

  Na verdade, eu corro porque sou da época em que os “pés descalços” imprimiam ritmo naturalmente acelerado na vida. Não iniciei porque isso era importante, mas porque, de alguma forma, surgiu enquanto ainda era muito novo. A propósito, durante o ensino primário, à época, existia forte estímulo do JEMVI (Jogos Estudantis Municipais de Vitória) onde participei de algumas provas de atletismo (era ruim em todos esportes de quadra, diga-se de passagem).

  São vários fatores que contaram até que, efetivamente, comecei a participar de “corridas de rua”, há mais de 25 anos. Gostei! O resto veio por grata consequência, como demonstra a atual importância que se dá à atividade física, com base na proliferação de incontestáveis estudos que, é verdade, realçam os seus benefícios, especialmente no tocante à qualidade de vida. 

  Nesse meio tempo, conheci aquela que se tornou a minha esposa, estando casado há 22 anos, mas como já era amante das corridas, felizmente, ela compreendeu e até valoriza essa relação, onde acredito que todos somos correspondidos. 

  A propósito, como em toda relação, a busca por reinventar-se antes que simplesmente acostumar-se, a fim de que seja para sempre, me fez diminuir um pouco da rotina de provas (um tanto “goumertizadas”, aliás!), sem desistir, contudo, dos prazeres da atividade, diversificada em suas formas, como, por exemplo, num olhar mais apaixonado para os treinos, sob novas e variadas roupagens, por exemplo!

  Caminhando (a rigor, correndo) desta forma, continuo encantado como se fosse num primeiro encontro, embora, às vezes, necessitando de um “terapeuta” para me auxiliar a prosseguir dedicando o meu exigido corpo à paixão. Tanto que, em viagem para prestigiar um dos filhos em campeonato de “beach soccer” (prefiro futebol de areia), em Santos, com a benção da esposa, a maior parte das roupas é a dedicada a essa antiga relação.

  Embora acredite que você tenha alcançado motivos para o título dado a estas linhas, vou dar um exemplo que considero um tanto inusitado de como a corrida foi útil (estou no voo de volta para casa) na minha estada em Santos, podendo servir até de sugestão para os mais “guerreiros” (se não for é melhor não tentar, pois não dará certo!):

  Geralmente, prefiro não fazer reserva de hotel onde há significativa disponibilidade, mapeando, entretanto, previamente, a região, em nenhuma ocasião tendo me arrependido desta opção, embora, naturalmente, como ventilei, tenha que contar com a disposição de um “atleta”, mesmo que seja para uma “boa caminhada”.

   No caso, acabei chegando a um hotel e ao quarto do tamanho das minhas necessidades (inclusive, visualizando, questionando e conferindo, sob todos os ângulos, no local, o que é muito diferente dos meios virtuais), “perto de tudo”, pagando menos da metade do que me sentia sugestionado pelas pesquisas e andanças preliminares que fizera. Tudo bem que o hotel é até mais antigo do que eu, mas se mudar apenas a forma de olhar, pode-se encará-lo como uma “relíquia”, como, a propósito, informa, orgulhosamente, um quadro afixado no local destinado ao café da manhã, que aliás, me conquistou em cheio, por exemplo, com a sua variedade e sabor dos sucos, dos quais, de forma deseducada, diariamente, tomei quase uma jarra (como gosto de apreciá-los depois de uma corrida!):

 

  Sério que tomando aqueles sucos e olhando o quadro - após a corrida, óbvio - me senti no próprio coquetel!

  Pois bem! Mas o exemplo não termina por aqui! Costumo buscar conhecer as redondezas do local onde me hospedo, inclusive constatando possíveis alternativas para almoço e lazer, através de corridas diárias. Como o local, próximo às praças da bandeira e da independência, fica no centro de várias praias, no primeiro dia segui para a direita. No segundo, para a esquerda. No terceiro, para a região mais central do município. Posso lhe garantir que através dessas passadas, pude captar muita coisa ao redor. No quarto dia foi o único em que me dirigi para um ponto específico, o Estádio do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, embora faça questão de registrar que antes de chegar ao mesmo, pude apreciar várias outros pontos.

  Enfim, é isso! O voo terminou! Estou de volta para minha estimada casa! Mas, diante de incerto amanhã, continuo com a firme ideia de aproveitar a vida correndo! De preferência, sem pressa de visualizar a linha de chegada!