domingo, 30 de outubro de 2022

Faça você a vez

 FAÇA VOCÊ A VEZ!

No dia seguinte haveria, seguramente, uma das mais importantes eleições de todos os tempos no Brasil: Lula x Bolsonaro!

Independentemente de quem realmente estava ou não com alguma vantagem sobre o outro, certo mesmo é que, politicamente, o país estava literalmente dividido entre dois extremos! Ou seja, a vitória de um será a "glória" para parcela da população que torce fervorosamente para aquele, enquanto a derrota, para outros, significará um "caos"...

Tem, obviamente, aqueles cuja opção não seria nem por um e nem pelo outro,... No fundo, acredito que esses "vibrarão menos", mas, também, "sofrerão menos", já que, apesar de não se sentirem vitoriosos, também não se sentirão tão fragorosamente derrotados...

A verdade é que o país estaria muito melhor, seja qual deles for o eleito, se fincado em uma "política de estado", ou seja, planejamento e balizas mais duradouras, que não fossem tão suscetíveis às inconstâncias e fragilidades das "políticas de governo" que cada qual busca imprimir durante o seu mandato, tão própria à personificação de vultos efêmeros como sendo verdadeiros "deuses", quando, na verdade, são "apenas" administradores de uma enorme responsabilidade e, como tal, desejavelmente, sujeitos a "freios e contrapesos" que essa almejada política de estado contribuiria bastante para tornar mais efetiva.

Envolto nesses pensamentos, abri espaço na mente para rápida divagação a respeito de uma mensagem que acabara de receber em meu celular, de uma pessoa muito estimada, relativa a fato que estava acontecendo em sua casa, naquele momento, e que, por sua vez, remetia a uma consideração que fizera à sua família, pertinente ao dia do meu casamento, há vinte e sete anos.

Daí troquei mais algumas mensagens com essa concunhada e comadre e, firme na minha premissa de que a inspiração é apenas uma simples e imperdível passageira de seus efeitos, mandei-lhe essa: "pois é comadre... A essência da vida é que sejamos assim... Passaremos! Mas, que façamos "a vez"! Isso é bom demais! Afinal, quem poderia imaginar!... Independentemente daquilo que não dependa de nós,... Façamos a vez! Nas coisas mais grandiosas e nas mais simples. E terá valido a pena! Difícil é aceitar, mas é isso! E continue sempre em busca de "fazer a vez". Afinal, você não somente faz, como ainda inspira. Fique com Deus!"

Enfim, é isso! Se você ficar triste, alegre, ou mesmo "indiferente" (com pequena margem de "erro", para lá ou para cá, nos adjetivos ora disponibilizados) ao resultado das eleições de hoje, seja você quem for, não deixe de aceitar e acreditar na sua importância em "fazer a vez" na sua vida e na de outras pessoas., independentemente de fatos que sejam de acordo ou contrário às suas expectativas.

Tenha isso como meta, ou seja, sua "política de estado", pois, assim, mesmo que as próprias "políticas de governo" suas e as de outras pessoas que interfiram na sua, acabem levando a oscilações naturais, não serão capazes de alterar a sua consciência sobre a importância que você próprio tem para os rumos de sua vida e de tantas outras pessoas, no exercício de sua fatia, de forma mais simples ou mais rebuscada, porém, em todos presente, do mais puro e belo poder!

domingo, 2 de outubro de 2022

O "cara" da camisa 15

 
O "CARA" DA CAMISA 15

Acho que foi em seu inesquecível aniversário de 15 anos, comemorado em nosso "refúgio", em Praia Grande, num intenso dia de muita alegria e, óbvio, futebol, que veio tamanho gosto pelo número! Aliás, na verdade, para mim, o conhecendo razoavelmente (rsrs), acredito que esse dia somente consolidou a oportunidade de escolher um número discreto, mas que, ao menos eu, não mais pense assim...

Aos cinco anos, igual aos demais posteriores irmãos, iniciou na natação, onde, "no mínimo", ficaria até os dez, quando já teria melhores condições de "escoiher" atividade esportiva que pretendíamos acompanhasse o seu desenvolvimento, deixando o demais por conta do destino.

Concomitantemente à natação, nas aulas de educação física e em atividade extra na Escola São Domingos, naquela naturalidade inerente a milhões de brasileiros, iniciou no futebol, mais precisamente no futsal, com o professor Rafael. Paralelamente, eu, corredor "ama-dor" há vários anos, o "aquecia" para suas atividades, mediante umas "despretensiosas corridinhas", porém, com o objetivo de "não fazer feio" nas tradicionais corridas "garotada", essa fantástica iniciativa da "Chocolates Garoto", que, felizmente, perdura até hoje e, tomara, permaneça para sempre no seu calendário anual, espraiando para o de milhares de agradecidos brasileiros, especialmente os capixabas.

Aos dez, sob comando dos professores Luiz Carlos e Luizinho, deixou a natação e iniciou na escolinha do Vitória, onde, comumente, jogava com a 10.

Aos doze, migrou para o Pedra da Cebola, sob orientação dos professores "Caxote", Julinho e Rubinho, onde permaneceu até os 15. Mais comum era a camisa 11, embora algumas vezes jogasse também com a 7, já que sua posição de origem era a de atacante, mais aberto pela esquerda, não se furtando em fazê-lo igualmente pela direita, caso fosse a opção do treinador.

Logo, o desenvolvimento de sua "social-adolescência" foi muito forjado em torno disso, daí, obviamente, os reflexos gerados nos demais "campos" de sua vida, até hoje.

Não me lembro bem como isso ocorreu, até porque as coisas já aconteciam de forma mais natural em sua vida, mas, por volta dos treze, acabou conciliando os campos de grama com a areia, onde, sob comando do professor Alex, passou a integrar uma geração (olha o nome do grande rival aí rsrs) fantástica e inesquecível do "Meninos da Ilha", cujos jogadores, à época, meritocraticamente, fazendo jus ao celeiro de craques capixabas da modalidade, seguramente integrariam seleção brasileira de base, caso existisse.

Tanto que, embora o Estêvão - esse é o nome do "cara" - tenha continuado a emprestar seu talento, alegria e disciplina ao futebol de campo até os 17 anos - agora já em outras equipes do Estado e, de forma mais esporádica, devido à maior competição com o estudo - foi na areia que ele realmente alcançou seu maior brilho.

Aliás, minto, porque tem um jogo realizado em campo de grama sintética, que eu considero um dos melhores realizados por ele: foi justamente "Meninos da Ilha x Pedra da Cebola", a partida final da "Copa Coca-Cola" de 2011 (inclusive com a camisa 10, que, lembro  muito bem, lhe foi entregue pelo professor Alex, para ele "não fugir da responsabilidade de se virar com ela").

O "moleque", em um time formado por jogadores cuja base era a "areia", utilizou todo o repertório contra o seu "ex-time" de campo. Perdiam por 1 a 0, ele buscando jogo o tempo inteiro, até que, quase no final, fez um gol que deu números finais à partida: 1 a 1!

O representante capixaba que iria participar da etapa brasileira seria escolhido através das penalidades. O "capitão" Estêvão foi o responsável pela primeira cobrança do Meninos da Ilha. Gol!!! Ganhariam?...

A tragédia não ocorreu e, sinceramente, nem deveria ocorrer, pois o Pedra da Cebola era muito mais time e teria condições de representar muito melhor - como fez - o Estado na competição nacional. Mas, para mim, ali ficou muito evidente que aquele menino da ilha de Vitória poderia fazer muita diferença em qualquer piso!

Porém, embora ele seja realmente versátil, se adaptando a todos os pisos, acredito que, no seu caso, o número reduzido de atletas em campo de jogo, onde a intensidade de participação é maior, facilite a sua desenvoltura e o seu gosto.

Aqui abro um parêntese para realçar aquilo que considero minha maior contribuição neste processo de formação: eu o levava para o campo e insistia que, apesar de destro, ele deveria procurar fazer suas jogadas utilizando, da mesma forma, ambas as pernas, sem aquela história de "perna boa". Parte de um de nossos "diálogos":

- Agora vamos bater pênalti! 10 com a direita e 10 com a esquerda!

- Mas, pai, eu não consigo com a esquerda!

- Tudo bem, eu compreendo! Então 10 com a direita e 15 com a esquerda!

Desta forma, o Estêvão foi se tornando um jogador bastante "letal": atleta extremamente rápido, focado e ambidestro!

Ríamos de se acabar após os jogos. - Pai. eu ouvia os gritos do técnico: marca o meio, ele vai puxar para o meio. Eu puxava para o fundo, com a esquerda e "blau"! - Ele só tem a esquerda, marca a esquerda. Eu puxava para o meio com a direita e "blau"!...

Foi campeão, artilheiro e melhor jogador na base e no adulto. Aos 16, fez gol em amistoso contra a seleção brasileira (de tanto que eu insistia que saída de bola é pra frente e não pra trás, foi numa dessas, quando recebeu, ali no centro, e acredito que não achavam que aquele moleque iria ter a ousadia de ir adiante, mas foi e... "Blau"!). Fez gol decisivo de bicicleta, justamente contra o meu glorioso botafogo, quando o seu time estava com um jogador a menos e, com a bola, não tinha muito o que fazer, "além disso"... Dentre outras proezas!

Mas, o melhor estava por vir: não tenho dúvidas em afirmar que o futebol profissional perdeu a chance de contar com um excelente jogador de futebol. Estudioso, aos 18 ingressou no curso de medicina. - Mas, Estêvão, o Sócrates também era médico...  - Pai, pra mim não dá! Vou focar nos estudos!

E focou! Mas, quem disse que na medicina "não há vida"? Pergunta ao "camisa 15"!!!

Vi algumas participações do Dr. Estêvão no campo, na areia e nas quadras, pela MEDUFES, sempre com essa camisa! É incrível: ele joga como se estivesse no Barcelona, seu time atua como o Bayern e o Chapola (como é conhecida a torcida), como... Um orgulhoso e retributivo bando de "loco, loco, locooo"!

Enfim, embora tenha participado de alguns campeonatos municipais, estaduais e até brasileiros, especialmente de "beach soccer", após o ingresso na universidade - inclusive o fazendo, com destaque, até hoje - a simbiose do jogador com o médico parece uma química que não só deu liga, como justifica que essas ligas sejam cada vez mais encorajadas e estimuladas, já que o destino está aí escancarado para todo mundo poder fazer dele uma boa receita, menos importando de que forma serão utilizados os importantes ingredientes que se possui, desde que voltados para um sabor agradável e, essencialmente, que não se proponha a ficar somente para si.

Talvez seja essa a razão verdadeira do curso de medicina durar seis longos anos (ou curtos, dependendo da ótica) ou, se não for, um belo motivo para se conformar rsrs

Aliás, esse "jogo" já parecia ter acabado para ele. Porém, como um "jogador-profissional", mesmo em sua residência, deve estar sempre de plantão, para possível atendimento a uma convocação extraordinária, a "prorrogação" de ontem, dia 01.10, foi simplesmente mais um desses grandes capítulos escritos pela história da MEDUFES. Final do futsal masculino: Medicina 5 x Educação Física 3! É campeão!!!






sexta-feira, 22 de julho de 2022


CINQUENTA ANOS DEPOIS DO "HÁ DEUS"!

No dia 12.06.2015, completei cinquenta anos de idade!

Para mim, por se tratar de uma data muito especial, a bodas de ouro da existência, com o inestimável auxílio de minha esposa, filhos e algumas outras pessoas importantes neste curso de vida, me presenteei com três atividades específicas no dia: pela manhã, uma corrida de 10 quilômetros, por mim organizada, na Praia de Camburi, a primeira e até agora a última em que consegui chegar na frente, mesmo porque aniversário até rima, mas não é data para comemorar com adversário rsrs; a segunda, uma Missa na Igreja São Gonçalo, na Cidade Alta, no ínicio da tarde; e a terceira, à noite, o lançamento de três livros, no Shopping Norte Sul (ARTIGO CINQUENTA [...e alguns parágrafos], 50 POR ORA e MULHER 1 X HOMEM 1 - A Igualdade no Casamento).

Pois bem! Hoje é dia 22.07.2022! Não exatamente um outro "dia dos namorados", como aquele, mas, igualmente, uma abençoada sexta-feira! Outra data muito especial na minha vida, porém, por uma razão muito diferente: trata-se do dia em que, há exatos cinquenta anos, ocorreu o falecimento de minha mãe, JURACY DE SOUZA SILVA! Só que, desta vez, embora não tivesse previsto nada além da Missa, à noite, fui presenteado com a confirmação de algo "transcendental" para a data: no início da tarde, farei palestra no Centro Pedagógico do Iases, em Cariacica, para sócioeducandos, sob o título "NÓS NÃO NASCEMOS PARA INTERROGATÓRIO", frase essa surgida durante a elaboração de um depoimento para o livro "Representatividade Negra no Direito Capixaba", lançado pela editora Cousa, no corrente ano.

Tenho pouquíssimas lembranças de minha mãe. Aliás, dos sete anos que estivemos juntos neste plano terrestre! Raríssimas fotos! Nenhuma ao seu lado! Deixou quatro filhos, todos homens, sendo eu o mais novo, enquanto os demais tinham nove, dez e doze anos de idade! Certamente, na linha de minha ascendência, que, salvo ela, não cheguei a conhecer nem no grau mais próximo, o de avós, era uma vida de muita dificuldade e luta! Aliás, tenho conhecimento de que minha mãe era muito, muito trabalhadora! E, se chegamos até ali, é porque, além disso, se dedicava ao extremo também a nós!

Casada com meu pai, eram muitas as dificuldades para criar os filhos! Abortou desta vida, mas jamais de um que seja dos rebentos concebidos (acho que eu, sendo o último, se fosse o caso, teria corrido o maior risco rsrs).

Vida que segue para os que ficam, meu pai casou de novo, tenho outros três irmãos (duas mulheres e um homem)! Faleceu em 1993, portanto, eu já era adulto e bastante companheiro do mesmo! Deixou esposa, minha madrasta, com quem mantenho cotidiano convívio!

Honrar pai e mãe, para mim, significa muito! Por isso, nesta data, tão especial, acho que é momento oportuno para ligeiras pontuações sobre algumas coisas que fiz e pretendo fazer, embora deixando os meus também muitos defeitos e equívocos para narrar em uma outra oportunidade rsrs:

Para dizer a verdade, eu não vivi a infância, sobrevivi a ela, trilhando os caminhos que iam aparecendo para alguém que não tinha preguiça de se lançar às oportunidades que surgiam para ganhar uns trocados, sem deixar de lado a escola, embora, a rigor, sem saber nem muito bem para quê, já que, à época, tão ou mais importante do que pensar no futuro, era auxiliar a família no presente!

Ou seja: as atividades "extracurriculares" rsrs, sempre me acompanharam, embora o meu primeiro emprego com carteira assinada tenha se dado aos dezessete anos, quando passei a receber um almejado salário mínimo!

Não dava para enfrentar vestibular em universidade pública para o curso pretendido, razão pela qual continuei trabalhando e, após aprovação em concurso público do Banestes, parti para o interior do Estado, de onde retornei, com 21 anos de idade, conseguindo conciliar as atividades com um cursinho intensivo, sendo aprovado, no ano seguinte, 1987, no curso de Direito da UFES.

Se "perdi" um tempo para entrar, ano em que completaria 22 de idade, consegui recuperar parte dele, pois, embora a grade curricular previsse cinco anos e já trabalhando em outro local, Justiça Federal do ES, consegui concluir o curso em quatro, orgulhosamente com o melhor coeficiente de rendimento da turma e tendo, inclusive, exercido a honrosa função de coordenador-geral do centro acadêmico.

Concluída a graduação, vieram concursos e aprovações voltadas para a carreira jurídica e, já no ano seguinte, como jamais sonhara, estava aprovado para o cargo de Promotor de Justiça no meu querido Estado do Espírito Santo, onde estou há trinta anos!

Nesse intervalo de tempo, fui aprovado também para professor do curso de Direito da Universidade em que estudei, porém, fiquei pouco tempo, reconhecendo que existem muitas pessoas mais vocacionadas do que eu para a nobre função, além do que, já possuía outra atividade profissional que me retribuía bem e exigia bastante, afora a constituição de família, com minha esposa grávida do nosso primeiro dos seis filhos que a vida nos brindou, logo, minha prioridade absoluta, sem sofismas!

A propósito, após trabalhar em diversas áreas do Ministério Público, atualmente minhas atribuições são em Promotoria de Família, onde me sinto bastante motivado, especialmente tendo em vista que, por força de lei, intervindo, basicamente, "somente" em situações que envolvam interesse de incapazes, minha atuação acaba centrada naqueles que cada vez mais sofrem os graves efeitos da desestrutura familiar, que são os filhos menores.

Já com relação a questões sociais, especialmente após a co-autoria no livro lançado este ano, como mencionei adrede, os direitos ínsitos à afrodescendência, notadamente no que tange a oportunidades, passou a ter um foco mais presente em minha vida.

Inclusive, recentemente, embora tenha me inscrito visando promoção para cargos vagos de Procurador de Justiça, pouco antes da votação eu declinei motivadamente do certame, tendo em vista que uma vez convencido da importância e legalidade das cotas raciais em cargos superiores da administração pública, me senti incomodado na situação de possível beneficiado de uma linha que passei a defender, de forma bem mais veemente. No fundo, sinto que a vida já me deu muito mais do que eu poderia esperar. Logo, penso que não deva ser eu a pretender mais dela, mas sim, ela de mim.

De qualquer forma, como os registros tratam como mero pedido de desistência, cabe esta pontuação, até porque entendo que se a assimilação desta linha, hoje, no que tange à administração pública, já seria tardia, muito mais com relação ao Ministério Público, devido ao seu perfil constitucional, conforme mais detalhadamente sustento e pode ser conferido em https://jus.com.br/artigos/97351/instituicao-de-cotas-nos-cargos-superiores-da-administracao.

Por fim, retorno à palestra de hoje à tarde, "NÓS NÃO NASCEMOS PARA INTERROGATÓRIO", no IASES, voltada para sócioeducandos, firme na premissa de que se esses adolescentes estão em situação de extrema vulnerabilidade a estímulos negativos, os positivos ainda mais devem se mostrar e prevalecerem.

Trata-se de algo que venho pensando e me preparando há anos e que, por coincidência do destino, se realiza justamente neste dia mágico, augurando que, oxalá, alcance corações e almas para os quais é voltado, um presente que minha mãe, certamente, se orgulha em receber, ainda mais porque é um daqueles que queríamos muito que tivesse chegado também ao seu e nosso querido JOSÉ LUIZ!


domingo, 10 de julho de 2022

Havia uma missa no meio do caminho



NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA MISSA

Recebi aquela notícia como quem se vê diante de um copo meio vazio: o Campeonato Brasileiro Júnior de Natação estava suspenso! Pouco depois, o copo esvaziou um pouco mais: a competição estava inapelavelmente cancelada!

Ora, se o copo não se esvaziou totalmente, então ainda estava ao menos um pouco cheio, não é!?

Fazendo uma verdadeira “ginástica” para que isso ocorresse, vim a Salvador (não riam, acreditem!!!) imbuído exclusivamente do propósito de acompanhar minha filha em mais este importante certame de sua jovem vida.

Chegamos na terça-feira, dia 05.07, ela nadou na quarta, a suspensão e cancelamento se deram na quinta, sendo que minha filha completaria sua jornada no sábado, dia 09, com retorno para a nossa Vitória do Espírito Santo no domingo.

Após digerir a notícia, imediatamente busquei antecipar o retorno, porém, isso exigiria o dispêndio de uma “extorsiva” quantia que jamais me submeteria a pagar, mesmo porque não me encontrava diante de uma completa “restrição da liberdade da vítima”...

Olhei para o copo um pouco cheio... Quer saber de uma coisa? Abaixo desse nível ele não ficará de jeito nenhum!

Firme no propósito inicial de acompanhar a minha filha, o mais importante era saber como ela estava avistando o seu copo e tratar de auxiliá-la a não baixar “de” nível (e nem “o” nível, já que esse tipo de conduta contribui para copos derramados no caminho...).

Estávamos sem a presença física do treinador dela, mas tomando conhecimento de que no mesmo horário da competição ocorreria uma bendita “Copa Salvadora”, mediante contatos com outros “Copos Salvadores”, conseguimos inscrevê-la nesse evento e o copo à minha frente já me pareceu bem menos vazio, ou melhor, um pouco mais cheio.

A “concentração” permaneceu a mesma, logo, rotina de atleta e “staff” (rsrs) de atleta, já que as suas provas ocorreriam no último dia da competição, ou seja, sábado, dia 09.

Mas foi justamente nesse dia que eu senti o “meu copo” nem um pouco vazio, ou melhor, totalmente cheio!

Minha filha nadou pela manhã! Voltamos para o hotel! Era por volta de 10:00 horas. O aquecimento do período da tarde seria às 15:30. Devido à minha afrodescendência, gosto muito de usar um tipo específico de chapéu que remete às origens. Desta forma, após rápida pesquisa, concluí que a minha maior chance de incrementar  meu vestuário ocorria naquele momento e se encontrava no Mercado Modelo. Trinta minutos para ir, mais trinta para voltar, uma meia hora para rápida pesquisa no local... Sim! Dava para eu ir! Logo, iria!

Por espontaneidade a atleta não me acompanharia! Mas não me senti cometendo nenhum “constrangimento ilegal” ao convencê-la a ir comigo! No fundo, além de realmente querer a sua companhia até o local, achava que isso faria mais bem a ela do que a mim, embora, obviamente, seja difícil até eu mesmo acreditar nisso (rsrs).

Percorri praticamente todas as lojas do local e não encontrei o que pretendia em nenhuma delas. Mas, não um, nem dois, e sim três lojistas me remeteram para uma espécie de “Posto Ipiranga” do assunto:

    - Procura logo ali, em frente ao “elevador”, o Jamaica! Ele resolverá!

    - Mas, quem é o “Jamaica”? Como vou saber que tal pessoa é ele?

    - Ele é único! Você vai olhar e vai saber que é ele!

Constatei rapidamente: pura verdade!!!

Contudo, aqueles trinta minutos que calculara seria utilizado para uma possível pesquisa e compra se tornaram um pouco mais! Na verdade, enquanto o “Jamaica” não encontrou algo que me satisfizesse, não sossegou! Tirava os chapéus de tudo quanto é lugar! Tinha tanta coisa espalhada em seu pequeno recinto que a impressão é de que ele buscava coisas até no subsolo para me apresentar mais de uma centena de peças do seu produto!

Com a inestimável ajuda também de minha filha e de um daqueles espelhinhos do “Jamaica”, que lembrava a minha infância, escolhi cinco chapéus, além de ter ganhado um de brinde! Tudo por R$ 50,00 (cinquenta reais). Diante da modicidade do preço (os que tinha, até o momento, não saíram por menos de R$ 30,00, cada), tentei ao menos pagar pelo que ganhara! Que nada!: - Você leva mais este outro, então, que custa R$ 15,00, mas vou fazer pra você pelos mesmos R$ 10,00.

Compra concluída, não daria tempo nem para conhecer o famosíssimo “Elevador Lacerda”! Bem ali à minha frente! Que pena!...

Que pena? Uma “Escolha de Sofia” entre o “Elevador Lacerda” e o “Jamaica”? Me desculpem: fico e recomendo, sem pestanejar, o “Jamaica”!

Mas o melhor de tudo estava por vir! A foto! Aliás, a sessão de fotos com o “Jamaica”, com o “Elevador Lacerda” de prestigioso “ator coadjuvante” ao fundo! Essas fotos são mais que um grande troféu que conquistei e vou levar para sempre desta viagem!

A propósito, o “Jamaica” por umas duas vezes falou que em 2023 terá que ir a Vila Velha (cidade vizinha à que moro, separada apenas por uma “Terceira Ponte”). Como ele me passou o telefone e disse que posso encontrá-lo em tudo o que diz respeito a rede social, até lá vou procurar saber quando irá ocorrer a tal viagem para poder retribuir ao menos um pouco do bem que ele me fez aqui!

Ora, o que tem a ver o “Jamaica” com o título desta crônica? O “Jamaica” é um Deus? Menos, né “Jamaica”! No máximo, talvez, um Santo rsrs.

Sim: o título poderia ser “No meio do caminho tinha um ‘Jamaica’”! Mas não é assim porque havia algo ainda maior e mais importante por vir!

Desde antes do início da viagem, minha filha falou que após o evento, no pouco tempo que restaria para retornarmos para nossa casa, queria se encontrar e permanecer com alguns amigos, atletas de outros Estados, agora sem o “peso” da “concentração” para o outro dia de “labuta”, o que, diga-se de passagem, considero extremamente saudável.

Logo, fui com a mesma até o local onde haviam combinado, a deixei lá e parti em retorno para a minha hospedagem, com aquela enorme mochila típica de atleta de natação nas costas. Simplesmente porque tem coisas que não precisam de razão nenhuma para acontecer ou não, resolvi não voltar pela bela orla, mas por uma avenida paralela, quando me deparei com aquela linda Igreja, que já tinha visto antes, mas não reparado como no momento, pois estava bastante movimentada.

17:40? Sábado? Deve ser casamento!...

Não era!

Perguntei a alguém que estava na escadaria de acesso e ele me informou que era Missa e que começara a pouco!

Estava de chinelo, com uma enorme mochila nas costas... Mas, dentre algumas bermudas que trouxera, eu não estaria trajado com a calça que também viera na bagagem, por acaso...

Porquê entrar? Porquê não entrar? Entrei-oo Amado Mestre!

Amado Mestre mesmo!

Acreditam que era justamente o dia de Festa dos 62 anos da Paróquia Nossa Senhora da Luz, onde inclusive estava presente o Bispo, Dom Sérgio???

E, para finalizar, após a Missa, porém, anunciado nela, o lançamento do primeiro livro, infantil, de uma professora, Alexsandra Vieira, chamado “Clara das Nuvens”. Impossível não ser aquela “benção final” que eu tinha a chance de levar, como estou levando, para minha casa!

Voltando a falar do copo, que acabou ficando um pouco para trás:

Evidente que também entendo que os episódios que circundam o cancelamento da competição envolve uma série de fatos que podem e devem ser melhor avaliados, até porque líquidos derramados não retornam para os copos...

Por outro lado, no que tange a cada um, PRINCIPALMENTE OS ADULTOS, é agir com a maior prudência possível, buscando, especialmente, influenciar no naturalmente difícil equilíbrio do heterogêneo grupo de principais “vítimas” da situação, ou seja, atletas, jovens, cheios de aspirações pessoais, agrupados em diversos clubes, diante de delicadas circunstâncias que permearam o abrupto cancelamento do evento, independentemente de qualquer juízo de valor que se faça quanto ao mesmo...

Enfim, no que tange a mim, diante da enorme tempestade que repentinamente se formou, tentei aproveitar para encher um pouco mais o meu copo, então meio cheio, torcendo que TODOS, mas, especialmente a minha filha, tenha conseguido se valer ao menos um pouco da borrasca também, já que, nessas circunstâncias, só aceitaria a ideia de esvaziar o meu se esse fosse o irreal caminho para acrescentar ao menos uma gota no copo dela.

E como, certamente, a tempestade não terminou, é o que sinceramente desejo para mim, para você, para todos nós, não só no que tange a este episódio, já que os copos, queiramos ou não, nos acompanharão por toda a vida, o que menos importando é se são “Nadir” ou “Stanley”.




(Domingo, 10.07, Aeroporto de Salvador-BA, após trazer minha filha para o seu voo, durante “aquela” oportunidade de espera de quatro horas, até o meu).

sábado, 25 de junho de 2022

Trinta anos de MPES


TRINTA ANOS DE MPES


Hoje, 25 de junho de 2022, completo trinta anos de exercício enquanto Promotor de Justiça do querido Ministério Público do Estado do Espírito Santo.

No fundo, a única coisa que sinto falta, neste momento, assim como já registrei em outros "aniversários", mas reforço especialmente neste, "de bola", independentemente dos registros que são feitos, é de receber da Instituição e/ou de minha Associação, algo material, simbolicamente marcante, que pudesse pegar, pendurar ou simplesmente guardar, preferencialmente de pouquíssimo valor monetário, alusivo a tal etapa percorrida, como um broche, uma medalha, ou o que a criatividade de outrem, com a prerrogativa de proporcionar, sugerisse, não somente a mim, mas a todos que chegassem a essas datas simbólicas, como 5, 10, 15, 20, 25, 30, ou sei lá quais fossem assim consideradas.

Mas, hoje é dia de festa, não de lamentos, diante do que para mim, efetivamente, representa chegar até aqui, razão pela qual tal registro se deve apenas ao reforço de uma ideia, que persiste, diga-se de passagem!

Tenho cinquenta e sete anos de vida, logo, mais da metade deles nas fileiras do MPES. Aliás, confesso que quando ingressei, não me imaginava permanecer por tanto tempo, antes que o direito à "inatividade" (???) me alcançasse e eu a ele! Afinal, à época, por si só, esse tempo seria suficiente para a aposentadoria. E como eu, afora o tempo de trabalhos informais, já possuía mais nove anos de contribuição,... Porém, certo é que, com as sucessivas alterações legislativas, a última delas a famigerada "reforma da previdência", para alcançar o direito de optar ou não pela aposentadoria, ao que consta, só daqui a mais três anos,...

Não me faço de rogado! Absolutamente! Tudo tem sua razão de ser! E tenho que procurar ser o mais útil possível, por esses ou seja lá quantos mais anos sejam... Se, certamente, não mais com o mesmo vigor do frescor dos "vinte e poucos anos", procurando compensar com uma melhor lapidação dos anos de experiência, buscando, essencialmente, diante da ainda tosca realidade que a todos incumbe agir para transformar, manter aceso o inconformismo que a responsabilidade pelo importante cargo exige.

Isso foi e continua sendo um grande desafio! Afinal, diante de tudo o que o Ministério Público fez por mim, ainda mais se torna importante avaliar: o que eu fiz por ele? E, especialmente, porque a batalha não terminou, muito pelo contrário: o que de melhor ainda posso fazer?

Apesar de nesse percurso, repleto de momentos intensos, ter sacrificado algumas coisas, como uma carreira de professor universitário, pouco após ter ingressado nela, nesses trinta anos eu firmei parceria com uma "sócia" e, juntos, chegamos a seis filhos, dos onze aos vinte e cinco anos de idade, registro do qual me valho para resumir a importante estabilidade material que o cargo me proporcionou.

Portanto, neste momento de minha vida, faço questão de expressar minha gratidão a Deus pela forma que me permite conduzir o meu destino, naquilo que me cabe, rogando a Ele que me ilumine para ser um Promotor de Justiça melhor, diante do tamanho dos desafios que o dia a dia cada vez mais apresenta para quem acredita que a substituição daquela primitiva máquina de escrever por um atualíssimo computador, enseja que as conquistas sociais venham, ao menos, com a mesma intensidade...

terça-feira, 7 de junho de 2022

Botafogo: e se o comprador fosse russo?


BOTAFOGO: E SE O COMPRADOR FOSSE RUSSO?

Concluída a negociação, o centenário Botafogo de Futebol e Regatas se tornou uma SAF, ou melhor, Sociedade Anônima do Futebol, instituída pela Lei nº 14.193/2021.

Reconheça-se que dificilmente se conseguiria alcançar melhor alternativa antes que o clube acabasse mortalmente absorvido pelo vírus da insolvência.

Essa monstruosa dívida, advinda ao longo de gestões do clube, é situação que certamente será estancada, até porque a aquisição é um investimento, sendo natural que o transnacional negociante se acerque de cautelas para não prosseguir no vertiginoso crescimento de um débito calamitoso, muito pelo contrário, a valorização da marca e o retorno financeiro sejam consequências de uma política planejadamente exitosa.

Contudo, embora existam regras básicas relativas a deveres e responsabilidades (leis 6.404/1976 e 14.193/2021), nova questão que se apresenta, no meu sentir, é que, no fundo, aquilo que realmente mais importa ao futuro de um clube, passa a depender, basicamente, de uma só pessoa, natural ou jurídica (ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto), com todas as peculiaridades de qualquer individualidade: o acionista controlador!

Logo, mesmo que adotadas medidas visando diminuir sua influência, mas na medida em que o dinheiro, especialmente neste mundo globalizado, não tem bandeira, pátria ou nação e é o fator determinante para a opção por esse ou aquele acionista controlador, imagina se o comprador do Botafogo fosse algum empresário russo...

É certo que tal fato, por si só, nos dias de hoje, ocasionaria enorme agitação em torno da SAF, embora, acredita-se, não a ponto de se parecer com a atualmente enfrentada pelo Chelsea, da Inglaterra, com uma série de restrições à utilização de seus recursos, dentre outras sanções aplicadas a empresários russos com negócios no país, devido à guerra na Ucrânia.

E este exemplo foi trazido apenas para ilustrar fatores relativos à "safinização" do futebol, porém, nada muito diferente do que vem ocorrendo com a economia de modo geral, cada vez mais globalizadamente interdependente, ou melhor, subserviente!

Ocorre que o futebol, pela sua própria essência, não deveria rumar, jamais, para esse campo, onde o clube se torna, na prática, menor do que o negócio, a par de sua importância.

Aliás, é diferente quando optamos por outros mundos, de quando imploramos para que sejamos adquiridos por eles, como nossa única esperança de sobrevivência, que, no momento, reconheça-se, forçosamente, é um caminho que ao menos apresenta luz à sombria realidade de alguns dos mais tradicionais clubes brasileiros.

No mais, então, antes de torcer pelo time, é torcer primeiro pelo controlador, afinal, alguém que, repentinamente, se tornou a verdadeira estrela solitária do clube!

segunda-feira, 14 de março de 2022

Instituição de cotas nos cargos superiores da administração

 INSTITUIÇÃO DE COTAS NOS CARGOS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO

Convidado pela Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo, para veicular, em um livro, juntamente com outros autores, depoimento de produção espontânea a respeito de atuação na promoção do tema afeto à Comissão, depois de muito refletir, acabei aceitando e, em razão deste passo, com enorme alegria, celebro, hoje, dia 14.03.2022, o lançamento do livro "Representatividade Negra no Direito Capixaba"; pela editora Cousa.

Uma vez que as cotas em universidades e em concursos públicos, depois de muitas batalhas sociais, se tornaram realidade legislativa, juridicamente sedimentada, aproveito a oportunidade para centrar em torno de um novo desafio, que são as cotas nos cargos superiores da administração pública, sem prejuízo de outros âmbitos, além dela, obviamente!

Se for para se opor, por meio dos obstáculos que podem ser trazidos para o meio do caminho, assim como se deu com relação a alguns degraus já felizmente superados nesse campo das cotas, certamente eles existem, como se encontram retratados, por exemplo, a conferir, por quem queira, mediante a ação civil pública sob nº 0004525-86.2017.8.08.0048, que tramitou perante a Vara da Fazenda Pública Municipal da Serra e visava que as normas relativas às cotas sirvam de parâmetro também para as contratações que independam de concurso público, notadamente para a ocupação de cargo comissionado.

A rigor, é muito mais uma questão de iniciativa e vontade política do que propriamente a possibilidade ou impossibilidade de sua instituição, já que, certamente, se algum óbice há, seja de que natureza for, ao invés de conduzir à cômoda resignação na omissão, deve ser enfrentado e superado, pois não está em sintonia com o planejamento e execução de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial, conforme emana da Carta Constitucional e legislação infraconstitucional decorrente.

Impossível continuar a se contar nos dedos os negros que ocupam cargos superiores da administração pública - ou ocupavam, já que em alguns dos mais pujantes Órgãos nem ali estão mais eles e nem a representatividade da raça.

Como "a pressa do negro" não parece a mesma dos "reais fatores de poder que regem a nação" e necessita de "servidores práticos, não retóricos" (A Essência da Constituição, Ferdinand Lassale), sem prejuízo de outros, evidentemente, pois a expectativa é de que ocorra com todos, mediante ações que levem à superação dos eventuais óbices, identifico o Ministério Público, pelo seu perfil constitucional, como Órgão que muito se compatibiliza com iniciativas visando a consecução dos objetivos, inclusive com relação aos seus próprios cargos superiores, como os de Procuradores de Justiça, por exemplo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Vitória maiúscula?


VITÓRIA MAIÚSCULA?

Quando não nós mesmos a utilizar esta forma de expressão, em não raras oportunidades somos surpreendidos com algumas comparações relativas a um grande feito, atribuindo-o a uma vitória maiúscula.

Ora, no próprio parágrafo que iniciei o presente texto, todas as demais letras são minúsculas, só o Q é maiúsculo!

E o que seria do Q maiúsculo, sozinho?... Nada!!! Apenas um Q maiúsculo. Já com as letras minúsculas, ao menos haveria um monte delas, à espera de uma só letra maiúscula para o trem fluir no seu carrilar...

Tudo bem! Eu realmente não poderia iniciar o texto sem ele... Logo, combinemos assim: a letra maiúscula é importante, mas, sem as minúsculas, ela não faria sentido. E não me venha com a ideia de um texto todo em maiúscula, por favor!!!

Aliás, o que você acha de LASS??? Não lhe diz nada, não é? E uiz ntônio de ouza ilva? Num exercício de adivinhação, fica até mais fácil, mas, evidentemente, também não diz nada! Já Luiz Antônio de Souza Silva dá sentido tanto às letras maíúsculas, como às minúsculas e à própria forma encontrada pelos meus pais para o registro de minha existência, durante e até depois dela, obrigado!

Enfim, para cada vitória, há uma derrota! No caso, embora se enfatize sobre a vitória, é necessário pensar, também, na derrota! E se a vitória é maiúscula, a derrota será minúscula! O que, ao menos para mim, é inaceitável!

Melhor mesmo é deixar as letras fora disso! Nasceram não para disputarem entre si, mas para se completarem, possibilitando um mundo de inimagináveis divagações e combinações, comparáveis com as maiores vitórias que alguém, algum dia, já alcançou ou possa vir a alcançar. E o melhor: sem vaidades, já que, salvo indisfarçável implicância, democraticamente, se revezam, todas elas, ora na condição de maiúscula, ora na de minúscula!

Vitória é vitória. Derrota é derrota! Quando inicia uma frase tanto o v de vitória, quanto o d de derrota serão maiúsculos. Quando não for assim, serão minúsculos. E ponto final!!!



sábado, 12 de fevereiro de 2022

A Fila

A  FILA

No dia 18 de janeiro de 2022 morreu, aos 112 anos de idade, o espanhol Saturnino de la Fuente Garcia!

Sim. E daí? Todo dia nasce gente e morre gente! Porque o registro da morte do tal Saturnino?

Caramba! Com tanta propaganda sobre longevidade, nos últimos tempos, com promessa de que "em breve" (que nunca chega!) viveremos até os mil anos, não imaginava que o homem mais idoso do mundo possuía "só" 112 anos de idade!

Pois é! Passou a vez! Além do próximo da lista, deve haver, agora, uma "pequena fila" de pessoas entre 100 e 111 anos, "esperando" o seu momento de ocupar o posto. Se não se transformarem, antes, em um ex-possível mais idoso do mundo, passando a vez antes de chegarem ao posto, óbvio!

Pelo menos essa fila parece um pouco mais difícil de ser fraudada!!! Não digo nem pela falta de possível "criatividade" para burlar a lista, mas sim, pela idade dos "postulantes", a pressupor que mesmo um ou outro que eventualmente tenha se desviado dos caminhos da correção, já tenha entendido, nessa fase da vida, ser melhor aproveitar a estendida oportunidade para melhor influenciar as diversas gerações posteriores, que tanto necessitam de bons exemplos.

Aliás, consta que o posto foi ocupado pelo Saturnino por pouco tempo, já que o "assumiu" aos 10 de setembro de 2021, Tempo suficiente, entretanto, para nos brindar com o seu valoroso "segredo" para a longevidade: "uma vida tranquila... E não machucar ninguém"!

Quanto a mim, ainda um pouco longe nessa fila, porém, um tanto inquieto quanto ao indefinível termo meia-idade, aproveito a aguçada oportunidade para sugerir que o mesmo seja utilizado para definir aquelas pessoas que estão mais ou menos na metade da idade da pessoa mais idosa do mundo. No caso dos homens, o mais idoso; no das mulheres, a mais idosa!

Ou seja, como conto 56 anos de idade e o Saturnino tem 112, estaria eu exatamente no epicentro da meia-idade. Simples e objetivamente assim!

De qualquer forma, como efetivamente se sabe somente quando se começa a idade de cada um, sem informações de quando se está na meia ou no fim da idade, melhor mesmo é ir vivendo um dia de cada vez, pois, este sim, ao menos tem horário para começar e para terminar. E oxalá, possamos eu e você estarmos vivenciando essa cotidiana entrega de bastão de um dia para o outro, por algumas muitas incontáveis oportunidades!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O destino é quem manda


O DESTINO É QUEM MANDA!

O Djokovic era o principal favorito para o primeiro "grand slam" de tênis do ano, o Australian Open.

Ocorre que após um longo imbróglio envolvendo sua participação, já que não se submeteu à vacina para a covid, sua atuação foi vetada, aumentando as possibilidades de outros expoentes do esporte.

O destino é feito de incógnitas. Logo, ninguém sabe como teria sido se ele tivesse participado. Só o destino. Mas isso ele carregará só para si, para sempre. Certo é só que um jogador, que acabou entrando no lugar dele, não teria atuado! A dinâmica de cada jogo, os resultados, a influência que exerceria em cada torcedor, que poderia ter comparecido ao evento ou não, alterando ou não algum fato relevante de sua vida, por essa ou aquela circunstância,... Enfim,...

Como orienta a sabedoria: faça força para estar, pois ao menos não dará oportunidade para, eventualmente, não sentirem a sua falta! Ou, ainda pior, celebrarem!

Fato é que, como acordo cedo e o fuso horário, nesse caso, contribui, embora não de forma completa, assisti a grandes jogos pela tv! Sendo torcedor do Nadal, logo, reconhecidamente na condição de suspeito nessa avaliação, confesso que nem senti falta do Djoko.

Quanto ao Nadal, tudo poderia acontecer, já que vinha de meses de inatividade, devido a lesões. Voltara pouco antes em um torneio na própria Austrália. Inclusive vencera. Porém, sets bem disputados, adversários menos ranqueados, jogos com duração menor, além de menos partidas.

No Australian Open, jogo após jogo, foi seguindo, passando pelo momento mais difícil no confronto de quartas de final, contra Denis Shapovalov, decidido no "suspiro" e "sem respiro", no quinto set, isso após ter ganho os dois primeiros.

A maior emoção, entretanto, estava reservada para a final, diante do russo Daniil Medvedev. Perdera os dois primeiros sets. Se encaminhava para perder também o terceiro. Eu já tinha entregue os pontos. Ele, o "touro", felizmente, mais uma vez, não!

Dirão que foi aquela bola que ele acertou ou a outra que o Medvedev errou que mudou os rumos do jogo. Já alguns relatarão que foi o olhar... A troca da raquete... A meia da sorte!!! Que nada, foi somente o destino!

É ele quem manda! No caso, não sei se de "forma consciente ou não", alfinetou com crueldade o fígado do Djoko, que, seguramente, não estava vacinado para o tamanho do "evento adverso" experimentado: não só perdeu uma excelente oportunidade de desempatar a seu favor o número recorde de "grand slams" (que dividia com o Federer e o próprio Nadal), como viu esse avançar um à sua frente!

Curioso, ao menos para os meus olhos, que mesmo tendo "deixado tudo em quadra", o comumente esquentado Daniil Medvedev, ao final do jogo, angariando minha sincera simpatia, parecia "saborear" a derrota para o Nadal, como se, no fundo, compreendesse que nesse dia, por mais que se esforçasse para vencer, o destino, nitidamente torcendo e conspirando contra, jamais deixaria de demonstrar a sua explícita superioridade!