domingo, 19 de abril de 2015

Mulheres também são problema


MULHERES TAMBÉM SÃO PROBLEMA



  Caía a noite, chegara do trabalho e aguardava esposa e filhos retornarem da escola onde a primeira trabalha e os outros estudam, quando, em frente ao portão de casa, fui pego de assalto – calma gente, não é aquele assalto! - por um conhecido de longa data, que estacionou a sua bicicleta bem defronte a mim e nos pusemos a conversar.

  Não nos falávamos há muito tempo! Na condução do meu veículo, em oportunidades difíceis de parada para um bate-papo, até que o avistara algumas poucas vezes. Todas elas, aliás, se não falha a memória, na condução da mesma bicicleta que ora lhe locomovia.

 Por que me lembro da bicicleta? 

  Impossível não lembrar! 

  Num ambiente de “magrelas” cada vez mais portentosas, aquela é justamente o contrário: só chama a atenção por causa de sua total simplicidade, termo esse que, a rigor, não sei bem se sintetiza o “conjunto da obra”. Para se ter ideia, como foi o primeiro objeto de nossa conversa, o amigo, não se lembrando da longínqua época de aquisição, ilustrou que a mesma foi trazida na mudança que a família fez em... 1979!

  É uma daquelas “Ipanema”, que, acredito - dando asas à liberdade de imaginação e sugerindo fundada controvérsia - era o veículo de locomoção da “Garota de Ipanema”, na década de 60, inspirando, também por esse motivo, o Vinícius e o Jobim à canção que se tornou imortal como a bicicleta à minha frente.

  Mas, no momento, quem estava diante de mim, sentado nela, era o “Garoto da Ipanema”, que me proporcionou agradável conversa, levando a muitas reflexões e gargalhadas.

  Aliás, não foi por pouco tempo, já que o “humor do trânsito” não estava dos melhores, nesse dia! 

  Até que minha esposa chegou, o meu filho mais novo veio direto para o meu “cangote”, mesmo assim não impedindo que tenhamos conversado mais um pouco.

  Embora considere extremamente agradável o teor de nosso diálogo - e foi sobre muita coisa mesmo! - existe um fato que considerei mais marcante, constituindo-se ele na razão que levou ao presente escrito, sendo o resto apenas uma forma de “encher linguiça”, ainda que tenha o gosto de fazê-lo da melhor maneira possível, para que você consiga consumir tudo, sem passar mal.

  O fato se deu a propósito de um elogio que lhe fiz: se eu não soubesse que ele tem idade próxima à minha (49, porém, muita gente acreditando que é mais de 50...), pela sua aparência, com sinceridade, diria que ele não tem mais de 35...

  Calma! Não vá sair por aí, desesperado, à procura de uma “Ipanema” para se exercitar! O “segredo” que ele compartilhou, de forma muito segura, inclusive na presença da minha esposa, ora revelo em primeira mão para você: - É QUE EU NÃO CASEI!

  Bem feito, Luiz! Lembra que dias atrás você escreveu uma crônica baseada na história da Jessie, a mulher mais velha da Escócia, aos 109 anos de idade? E tentou deslustrar o seu grande feito, possivelmente magoado devido à fórmula por ela revelada: “ficar longe dos homens. Eles são apenas mais problemas e não valem a pena!”.

  Você até ironizou, escrevendo que se depender de também ficar longe dos homens, acredita que até pode superar o recorde dela, não é mesmo? Porém, e das mulheres??? Sai dessa, agora!!! 

  Realmente eu não tenho como sair dessa e nem quero! Mas, o fato é que o cara não falou nada para me provocar, à minha esposa ou ao meu, ao seu casamento! Ele é simplesmente uma pessoa que não se obriga a viver de acordo com o que a maioria pensa - ou talvez nem pense - que deva ser. E não tem tantas pessoas que são felizes assim?

  Poderia “me defender”, no momento ou agora, estabelecendo um contraditório, mas, para quê?...

  Por via das dúvidas, o que não revelo de jeito nenhum é o nome do sujeito ou qualquer outra pista que possa levar à sua identificação. E também já pedi à minha esposa que faça o mesmo, pois sei que existe muita gente querendo, porém, enfrentando dificuldades para “envelhecer”. E não quero sequer pensar na possibilidade de estimular alguém a se aventurar ao convencimento do meu amigo.

  De qualquer forma, como integram inafastavelmente este texto, não posso retirar as delatoras informações proporcionadas pela sua “magrela”, sendo bem possível que neste momento esteja com ele circulando pelas ruas da Grande Vitória...



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Andando na frente - Parte 3*



       ANDANDO NA FRENTE – PARTE 3


              Hoje é dia 08.04.2015. A Laís completa 10 anos!

           Quem leu “andando na frente – partes 1 e 2”, sabe bem qual o presente que tanto me alegra em dar para meus filhos quando alcançam esta idade. Aliás, a rigor, não sou eu quem dou; apenas, enquanto pai (com a coautoria da mãe), permito, já que assim disciplina as normas de trânsito: o direito de andar no banco da frente do carro! 

            - E isso lá é presente? Pobre filha...

          Tudo bem que à noite também vai ter uma festinha! Porém, ainda mais quando as coisas acontecem na época própria, é inegável que esse direito proporciona grande alegria à criança, quando o alcança. Tanto que, geralmente, insistem em obtê-lo antes! 

            Contudo, é verdade que tendo os irmãos mais velhos já passado “pelos mesmos bancos”, não tivemos dificuldades para a Laís assimilar de forma natural a espera.

          Coisa simples, mas que alegra bastante, como deu mostras na manhã de ontem, quando a levava para a aula de natação e ela falou animadamente:

          - Ôba! Amanhã eu vou poder ir para a escola no banco da frente!

         - Sim, Laís! Amanhã sim! Afinal é o dia do seu aniversário de 10 anos! Porém, não se esqueça que você tem outros irmãos e o seu presente não pode alterar “regra de boa convivência”! Portanto, “keep calm”! Afinal, segundo a Lei de Newton, assimilada pelo nosso Código de Trânsito, dois corpos não podem ocupar aquele espaço ao mesmo tempo!

         Enfim, querida, a vida é um presente que deve ser desembrulhado aos poucos, com cuidado, esperando que dessa forma possa ser melhor compreendida a importância do papel. 

            Meus parabéns, adorável e encantadora LAÍS!