segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Obrigado, Laís!

  


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OBRIGADO, LAÍS!

Apesar de entender que esporte e escola formam excelente combinação, venho notando que vai ficando cada vez mais difícil adequadamente conciliá-los, quando se trata de priorizar o alto rendimento em ambas as atividades.

Especialmente numa época em que cada atividade invoca uma quase "integralidade" para si, como se mostra a tônica do mundo global.

Embora sendo muito difícil, pois não podemos diminuir o tempo e dedicação necessários à escola, dentre outras atividades próprias à criança, do nosso primeiro até o sexto filho, os direcionamos também ao esporte, assim o fazendo por meio da natação, dos cinco aos dez anos de idade, mediante compromisso de dedicação e disciplina.

Após essa idade, a pretensão é de que sigam suas vidas se dedicando a essa ou outras atividades esportivas, inclusive as que eventualmente possam ter realizado, de forma concomitante com a natação, caso despertado o interesse para tais.

Assim é que além da natação, levando em consideração todos os filhos, praticam ou já praticaram ginástica, vôlei, tênis, futebol (salão, areia e campo) e atletismo, para ficar nas mais regulares. Sem desconsiderar, óbvio, como já mencionado, a necessidade do equilíbrio, especialmente com as atividades escolares, ponto, aliás, que jamais escaparia à marcação da mãe, por sinal, professora! 

Nesse contexto, a Laís é a quarta dos filhos. Chegara aos dez anos e também poderia exercer o "seu direito" de deixar a natação, caso fosse a sua intenção, como foi a dos três primeiros. E ERA!!!

Embora todos tenham se dedicado bastante, tendo evoluído significativamente até então, a diferença é que a Laís, com tal idade, já era federada, alcançando resultados expressivos a nível de ranking nacional de natação, inclusive medalhas no competitivo torneio sudeste da modalidade, enquanto mirim I e II,...

O interessante foi que ganhei o apoio até dos irmãos mais velhos da mesma, que me auxiliaram e à mãe no convencimento para que ficasse mais um ano,... Depois outro,... E assim seguimos até aqui! Fará 15 anos em breve!

Como mencionei, embora possa não parecer, sou fã do equilíbrio no desenvolvimento das atividades. Afora a natural pressão do meio, com a família devendo e podendo exercer importante papel de ambientação e amparo ao filho, entendo, em regra, exagerada a rotina e carga de treinos a que muitas vezes são submetidos crianças e jovens na busca pelos resultados, especialmente em se tratando de esporte de alto rendimento, gerando o que, leigamente chamo de "ambientes sadios de precoce exaustões". 

Sendo naturalmente presumível que um maior volume de treinos, em primeiro momento, enseje melhor rendimento, esse caminho "mais fácil", contudo, além de gerar uma "bola de neve", devido aos ambientes cada vez mais competitivos, em meu sentir, ainda me passa a sensação de que pode auxiliar a mascarar aspectos técnicos, do atleta e/ou do seu "staff", situações que uma vez trabalhadas, eventualmente, poderiam gerar melhoras, porém, envolvendo questões muito mais complexas do que "simplesmente", de forma precoce, ir aumentando exageradamente carga, "dobrando", etc.

Sobre isso, aliás, há algum tempo me dediquei ao escrito "tudo se resume a um ou dois segundos" (publicado neste espaço em 29.08.2016, ilustrado por uma fotografia do grupo do CNRAC, que considero muito marcante), quando a Laís, a propósito, já havia superado a "barreira" dos dez anos".

Não foi nada fácil. Tive que "assinar" (e levar para o professor dela "também subscrever") "um contrato" com a mesma, onde ficavam asseguradas várias condições, porém nada demais se considerarmos a idade, dentre elas: ter tempo para conviver com as amigas, poucos "tiros", alguns "mimos" bem simples, tipo chaveirinhos etc., além de somente três dias de natação.

Felizmente, o Professor Marcos, do CNRAC (Clube pelo qual tenho enorme gratidão e carinho e fiz questão de retratar neste espaço aos 09.04.2016, lembrando do dia 04.08.2015, quando o sexto filho iniciou suas atividades na natação), também assimilou as "exigências", contra tudo e contra todos. Afinal, "era tudo ou nada".

Assim foi até os dias atuais, após a "adequação" e "renovação" anual dos "contratos". Todos, porém, com a característica dos mesmos três dias de treino, dentre outras "exigências" menores. 

Evidente que isso resultou em variadíssimas emoções, as quais, em resumo, têm o grande mérito de terem trazido a Laís até aqui. Isso sem desconsiderar o seu aproveitamento, que mesmo em tais circunstâncias, considera-se interessante, reflexo do enorme potencial no âmbito esportivo, inclusive em outras atividades, embora o foco seja prioritariamente a natação.

Escrevo isso neste momento porque a acompanhei passo a passo, sempre que possível, nas manhãs de terça, quinta e sábado, afora as viagens para sudestes, brasileiros e outras, parte inapagável da história.

Agora, adentrando no ensino médio, nem eu e nem ela tomamos a iniciativa de renovar "formalmente" o "contrato". Por mim, saliento que não é necessário, me comprometendo em continuar a orientá-la nas cláusulas da vida, sempre que conveniente ou necessário. Passa a estudar de manhã (mais as "dobras") e treinar à tarde (três dias, Ozimar?). Eu continuo nas manhãs de terça, quinta e sábado, com a Liz e o Heitor. A propósito, a Liz também já passou dos dez... 

Eram apenas três manhãs de três dias da semana. Mas eu, eles e, com certeza, a natação matinal do Álvares Cabral, sentiremos muito esse início de temporada sem a Laís ao lado, na rotina dos treinos. Faz mal não, no sábado tmj!

Entretanto, não poderia terminar deixando de ressaltar quanto à emblemática marca alcançada naquela que considero a sua principal prova, no treino de sábado, o último antes do início dessa nova rotina. E pensar que foi o segundo semestre inteiro do ano passado à espera, que não aconteceu... Acho que isso quer dizer algo, mas como é impossível saber o quê, vou no sentido de que é a dureza agradecendo pela Laís se dedicar com tanto empenho ao tempero da leveza!