domingo, 26 de outubro de 2014

É Tudo História

             É  TUDO HISTÓRIA! 

Chega momento na vida da pessoa em que ela mesma deve se consultar enquanto esboço de último capítulo de um livro de história, já que ao menos os fatos mais recentes, devido à vivência contemporânea com os mesmos, não podem escapar-lhe ao conhecimento, a fim de que não se transforme em mera espectadora de seu próprio destino.

A experiência do passado deve servir de base para a vivência do presente e a projeção do futuro, a partir do âmbito de influência de sua existência, única e exclusiva como qualquer outra.

Não importa em que página você esteja, ou até qual ela vá. O inegável é que nela há algo registrado, não há página em branco.

Atualmente, existe muita coisa que é passada para você como pronta e acabada. Não aceite! Consulte o seu livro. No mínimo haverá fotografias. São ótimas para possibilitar viagem que todo livro de história requer.

Parta das mais recentes para as antigas. Perceba quanta coisa mudou. Olhe em volta. Consulte o ambiente interno e o externo. Possivelmente não estará satisfeito com todas as mudanças! Se estiver, ótimo! Caso contrário, é analisar se não poderia ter feito algo para que fosse diferente e, a partir daí, investir para que as próximas páginas se aproximem daquilo que deseja seja registrado.

É ótimo quando encontramos escritos feitos por nós mesmos. Tal qual as fotografias, partindo dos mais recentes para os remotos. É possível se reconhecer neles? É necessário fazer uma revisão? Seja como for, escreva mais. Esse livro de história deve servir especialmente para você, enquanto protagonista, embora não possa deixar de ser considerado que reflete na vida de outras pessoas, portanto, quanto melhor, melhor.

Revisitando meus escritos, me fixo nos artigos, o primeiro deles publicado aos 11.11.1990, portanto, há quase um quarto de século, no Jornal “A Tribuna”, como ocorre, de forma regularmente espaçada, até os dias atuais. De lá para cá muita coisa modificou, inclusive em minha vida, já que à época era solteiro, enquanto atualmente sou casado e pai de meia dúzia de filhos, para exemplificar no tocante a mudanças, desde superficiais às mais profundas, que o rumo dos tempos imprime em nossas vidas.

Refletindo, no contexto, percebo substancial mudança no que diz respeito à vida política do país, pois, agora, o partido que entusiasmou àquele primeiro artigo, denominado “voto na legenda”, escrito logo após eleições ocorridas naquele ano, é o mesmo que nos governa há doze anos e acaba, hoje, de reeleger a presidente (ou presidenta, como deseja), para mais quatro.

São mudanças que a vida opera! Os tempos são outros. Porém, ao invés de me ater às desanimadoras expectativas que a política desenha, acredito que melhor seja compartilhar que me sinto extremamente feliz pelo que à época fui inspirado a escrever, dedicando àquele hoje irreconhecível partido, cuja alma minha aumentada miopia não mais permite enxergar no corpo presente, um pouco do romantismo histórico que, após, tanto se esmerou em debochar, passando a viver, em contrapartida, coitado, em penúria agonizante, ao que tudo indica, lamentavelmente, até o dia de formalmente se enterrar: 

          “Carlos Chagas, que no dia 02.10.90, escreveu excelente artigo, publicado neste conceituado    jornal, sob o título “o saldo ainda é positivo”, deve estar preocupadíssimo com o resultado das eleições.

           Afinal, para ele, apesar de todo o desrespeito para com o eleitor, por parte de vários candidatos, a situação está infinitamente melhor do que, quando, num passado ainda recente, 1964 até 1982, para ser mais exato, mudava-se a cada dia as regras e posturas eleitorais, de acordo com as conveniências dos que detinham o poder, cassando-se e impedindo-se candidatos de concorrer.

          Ocorre que o eleitor, apesar disto, não estando muito satisfeito com seus representantes, relega esse direito conquistado (ainda que em forma de dever imposto), indo às urnas tão somente por obrigação, onde manifesta todo o seu descontentamento, das formas mais absurdas e variadas possíveis.

          De fato, o enorme índice de abstenções e votos em branco e nulos, deve fazer com que seja revista, urgentemente, a legislação eleitoral, facultando o voto, ou, o que é melhor e mais objetivo, seja revisto o comportamento político dos legítimos representantes do povo, eleitos diretamente, através de voto secreto, essencial à democracia alcançada e que não merece ser desprezada, muito menos por aqueles que, em tese, são os maiores beneficiários dela.

         Neste processo eleitoral, portanto, apesar de vários candidatos eleitos, ninguém ganhou, todos perdemos!

          De positivo mesmo, nesta eleição, a meu ver, só a expressiva votação obtida pela legenda do PT. Politicamente, isto significa uma crença ilimitada na ideologia de um partido e alto grau de consciência e politização por parte do eleitor.

          Votando-se na legenda, acredita-se no partido, em sua ideologia e em todos seus candidatos, já que qualquer deles pode ser eleito com aquele voto: despreza-se o interesse particular depositado num ou noutro candidato; afasta-se o corporativismo porque pode ser eleito candidato de qualquer localidade.

           Enfim, é um exemplo de confiança na ideologia e em toda a estrutura de um partido, que o credita e responsabiliza bem mais os candidatos eleitos com aqueles votos, vinculando-os ainda mais às diretrizes partidárias.”

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

quanto é que vale um mimo?




                                 QUANTO É QUE VALE UM MIMO? 


           Para quem é acostumado, apenas um curto trajeto, de Vitória ao Rio de Janeiro, menos de uma hora. Para ela, conforme deixa transparecer, não é a distância ou o tempo que importa, mas sim, o fato de ser a sua primeira viagem aérea, aos nove anos, seis meses e oito dias de vida!

          Rumo ao desconhecido!

          Por mais que se faça ideia, é impossível saber o que é uma viagem de avião sem que se esteja nele.

          Aliás, tenho certeza que, em princípio, não era a sua “primeira viagem” dos sonhos! Vai competir pela equipe de natação do Álvares Cabral, esporte e clube pelo qual passaram os seus três irmãos mais velhos e certamente irão passar os dois mais novos, uma das exigências dos pais, ainda que aos dez anos possam decidir se permanecem ou não no mesmo esporte, já que a faculdade é apenas quanto ao tipo e não no que diz respeito à obrigatória prática esportiva.

          Embora considere que todos tenham feito bem a sua parte, levando para o resto da vida o que aprenderam com tal prática esportiva, cujas medalhas são apenas o símbolo material, a Laís é a primeira que nessa idade já está federada, viajando (DE AVIÃO) com a equipe, aliás, uma turma que ela gosta muito, o que facilita mais um pouco as coisas para mim, o pai, que viajo com ela.

          Entre pequenas concessões, levo três cookies na bagagem, biscoito que ela adora! Um pela viagem, outro após os 50 metros livre e o terceiro depois dos 50 metros borboleta, independentemente do resultado, embora em ambas as provas ela tenha chances de pódio.

          Cedo-lhe a honra da “janelinha”! Fiz questão de marcar com bastante antecedência, já que para uma primeira viagem de avião não tenho dúvidas de que isso é muito significativo, especialmente na vida de uma criança.

          A máquina fotográfica pronta para os vários registros: no aeroporto, entrando no avião, acomodada dentro dele e chegando ao destino, para ficar em alguns dos mais importantes.

          Abro parênteses, recordando-me da minha infância: a natação não era propriamente em um clube e a minha primeira viagem de avião demorou tanto tempo para acontecer que quando tive a oportunidade de fazê-la foi a trabalho. Sem lamentações: foi ótima! Talvez por isso me sinto tão criança ao viajar com a minha filha.

         A propósito, um significativo detalhe fez com que aquela minha primeira viagem fosse (literalmente) mais saborosa! 

         O meu pai tinha um amigo que trabalhava numa dessas companhias de viagem e de vez em quando ganhava daqueles lanches servidos no avião. Uma daquelas “maletinhas” proporcionava uma verdadeira festa lá em casa. Éramos muitos! Mas aquele “manjar dos Deuses” parece que passava pelo “milagre da multiplicação”, tamanha a felicidade que ocasionava em todos! 

         Logo, quando fiz a minha primeira viagem de avião, o que mais me cativou, obviamente, foi o lanche. E sempre foi assim: nunca recusei! Nem as balas. Inclusive, muitas vezes trouxe para casa, alegrando os meus filhos, especialmente pela lembrança, pois, obviamente, não se comparava com as “maletinhas” de outrora.

          Pois é! Então é isso! O “mimo” foi diminuindo, diminuindo, diminuindo... Tanto, que agora nem bala o nosso voo fornece. Se quiser, tenho que pagar, a bordo, o que convenhamos, no meu caso, tenho certeza que irão concordar, não tem graça nenhuma! 

          Os tempos são outros! 

          Afinal, numa época em que valor e preço tanto se confundem, coitado do pobre “mimo”: é alegre demais para a seriedade das planilhas de custo, passando, portanto, a não valer nada. 

          Tudo bem que muita coisa mudou, mas será que não dá para rever critérios ao menos para uma criança em primeira viagem?

 

domingo, 12 de outubro de 2014

pensamentos




Se depender de mim para operar um computador ele morre
 

 

É para desconfiar de uma época em que fidelidade ao invés de ônus gera bônus
 
 
 
 
 
Quando lhe faltar energia você perceberá se tem ou não luz própria