terça-feira, 23 de maio de 2017

O que custa um atraso?


 O QUE CUSTA UM ATRASO?
 Devido à situação metereológica `resultante de uma Bendita chuva, de que tanto necessitamos e esperávamos (mas quase sempre resmungamos naquilo que nos incomoda), estou à espera da liberação do voo para minha adorável Vitória, após breve estada em Belo Horizonte, onde duas de minhas filhas, a Laís e a Liz, de 12 e 8 anos, respectivamente, vieram participar do tradicional Torneio Sudeste Mirim/Petiz de Natação, representando o centenário Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral, por sinal, no mesmo dia em que outro de meus filhos, o Estêvão, representaria a agremiação, contra o Tupi-MG, nas oitavas de final da Copa Brasil de Futsal, mas, por um imprevisto, não teve oportunidade de fazê-lo.

  Enquanto aguardo, impaciente pelas evasivas respostas apresentadas pelo preposto da empresa aérea quanto às perspectivas possíveis, salvo atualização por uma quantidade indefinida de boletins, perspectivando horas de incerta espera - e tinha gente de voos bem anteriores que já tinham migrado para o meu -, recordo-me de outro episódio, envolvendo a Laís, então em sua primeira viagem aérea, ocorrida no ano de 2014, aos nove anos, seis meses e oito dias de vida, justamente para participar de seu primeiro Torneio Sudeste Mirim/Petiz de Natação, ocorrido no Rio de Janeiro.

  Valho-me da eternização do episódio através da crônica escrita à época “quanto é que vale um mimo?”[1], onde procurei registrar de forma “leve e doce”, a importância de certos momentos na vida de uma pessoa, especialmente na de uma criança.                                                                       

(...) Entre pequenas concessões, levo três cookies na bagagem, biscoito que ela adora!  Um pela viagem, outro após os 50 metros livre e o terceiro depois dos 50 metros borboleta, independentemente do resultado, embora em ambas as provas ela tenha chances de pódio.

Cedo-lhe a honra da “janelinha”!  Fiz questão de marcar com bastante antecedência, já que para uma primeira viagem de avião não tenho dúvidas de que isso é muito significativo, especialmente na vida de uma criança.

A máquina fotográfica pronta para os vários registros: no aeroporto, entrando no avião, acomodada dentro dele e chegando ao destino, para ficar em alguns dos  mais importantes.                      

(...) Logo, quando fiz a minha primeira viagem de avião, o que mais me cativou, obviamente, foi o lanche.  E sempre foi assim: nunca recusei!  Nem as balas.  Inclusive, muitas vezes trouxe para casa, alegrando os meus filhos, especialmente pela lembrança, pois, obviamente, não se comparava com as “maletinhas” de outrora.

Pois é!  Então é isso!  O “mimo” foi diminuindo, diminuindo, diminuindo... Tanto, que agora nem bala o nosso voo  fornece.  Se quiser, tenho que pagar, a bordo, o que convenhamos, no meu caso, tenho certeza que irão concordar, não tem graça nenhuma! 

Os tempos são outros! 

Afinal, numa época em que valor e preço tanto se confundem, coitado do pobre “mimo”:  é alegre demais para a seriedade das planilhas de custo, passando, portanto, a não valer nada. 

Tudo bem que muita coisa mudou, mas será que não dá para rever  critérios ao menos para uma criança em primeira viagem?”
                                           
  O que ocorre, agora, é que, aos oito anos, seis meses e vinte e um dias de existência, este é o retorno, para casa, da primeira viagem da Liz. Logo, não ajo somente por mim. Acresça-se às consequências inerentes às crianças que estão comigo, essa, “simbólica”, relativa ao particular e significativo momento!

  Desta forma, tendo em vista, inclusive, que outra companhia aérea, com horário de voo marcado para uma hora após o nosso, para o mesmo destino, já o cancelou, remarcando as passagens para o dia seguinte, acomodando os passageiros e provendo às suas necessidades de alimentação, não só eu, mas todos os que pude observar, estão contrariados com a enorme possibilidade de uma duradoura indefinição no tocante à nossa situação.

 Já “massageando o espírito das crianças” para essa espera, no aeroporto, além da possibilidade de mais um ou dois dias até chegar em casa, inclusive, também, tentando “reprogramar” ou encontrar a melhor maneira de justificar os compromissos, fui surpreendido com o aviso de que o voo iria partir, rapidamente (uma breve concessão climática!!!!!!!). “Apenas” uma hora e alguns minutos de atraso! Nãoooooo! Isso é um sonho!

  Precavido e desconfiado, após uma senhora, na fila, brincar com as crianças, dizendo, dentre outras coisas, que elas logo estariam em casa, mantive a guarda: - crianças, iremos partir, mas não significa que iremos pousar! Talvez não seja possível! Portanto, prevalece a possibilidade de que fiquem mais um ou dois dias num “random tour” (turismo aleatório), sem a mamãe, só com o papai-ai-ai!!!!! 

 Confesso que estar pousando, com segurança, em “tão pouco tempo” após as possibilidades que a situação prenunciava, acabou me desnorteando: uns foram para hotéis, outros embarcaram em ônibus... E nós, que estávamos nos sentindo em situação bem menos confortável, acabamos sofrendo menos os efeitos do evento da natureza, para o qual, na verdade, as companhias aéreas devem melhor atentar, visando minorar os efeitos de algo que não podem evitar.

  Se foi sorte, competência, um misto dos dois ou de mais algum ingrediente, não sei! Mas como teve esse resultado altamente positivo, especialmente para a Liz, em sua primeira viagem, acredito que não será demasia narrar que isso ocorreu em um voo colorido, que, a propósito, continua a oferecer um “miminho” (está de bom tamanho, não reduzam para mini-miminho ou miminhozinho, por favor!) que eu, deseducada e erroneamente, confesso, faço e estimulei os meus a fazerem ao serem perguntados qual dos “mimos” deseja: - se possível todos, por favor!

  A propósito, no saguão do aeroporto, aquela simpática senhora nos viu, já na companhia de outros do “nosso time” e falou para as crianças - viu? Não disse que iríamos chegar logo?! Ao que então, retruquei: - a senhora bem falou, mas eu muito rezei. Aliás, é altamente recomendável. Sempre! Seja no ônibus, no avião ou no hotel,... (Papai do Céu me perdoe e os demais me desculpem por essa!). 

  Enfim, em casa e feLIZ, verdadeiro taLIZmã!



[1] Caso deseje,  confira na íntegra em http://euandopensando.blogspot.com.br, postagens mais antigas, 16.10.2014. 

quarta-feira, 10 de maio de 2017


O sonho de muitas pessoas que não cometeram crime algum é poder simplesmente usufruir de uma prisão domiciliar