segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Zombando da Morte


                                                              
              ZOMBANDO DA MORTE

 
   Não tenho nada contra a morte. Ainda mais nos dias de hoje. Êta vida agitada!
 
   Diga-me se não tá todo mundo querendo descansar mais um pouco?
 
   Após dormir, creio que a única diferença entre continuar descansando e morrer é que, no primeiro caso, a pessoa acorda (ou alguém, ou o despertador, ou o galo, ou qualquer outra coisa, porém, acorda!) para mais um dia cansativo, enquanto, no segundo, persiste no “descanso”... Quer melhor?
 
   Hummmmm! Pensando bem, o ideal mesmo é tentar conciliar as duas coisas, tipo adiantando, em vida, um pouco daquele descanso que só teremos depois da morte.
 
   Funcionaria assim: como atualmente eu tenho pouco tempo para dormir, pegaria, diariamente, emprestado umas duas (ou três, ou quatro ou cinco) horas do longo tempo que terei para descansar eternamente e, no final da vida, ao invés de morrer no momento previsto no calendário celestial, iria pagando as horas estendidas, condenado a viver essa cansativa vida um pouco mais. Aliás, não me importaria sequer se tivesse que fazer esse pagamento com juros bem elevados...
 
   Dessa forma, quem sabe, talvez, até conseguiria alguns dias de remição do purgatório?

   A propósito, dona morte (ou Dona Morte, se fizer questão), será que eu vou passar por lá algum dia (ou algumas noites)?
 
   A bem da verdade, embora faça questão de deixar bem claro para a morte quem é que está mandando (ao menos até esta parte do texto. Sabe-se lá se serei eu a determinar o ponto final?) saliento que só não me farei mais rude com ela porque, no fundo, acredito que não tenha culpa de nada, além de imaginar o sofrimento que deve ser a sua vida, diariamente incomodando tanta gente:
 
   - Mas jááááááááááá?  
 
   Haja constrangimento!!!!
 
   Bem, já deu para perceber que no fundo eu estou tentando mesmo é um meio para enganar a morte, empreitada que, segundo recado recebido, ela até aceita discutir, porém, no campo dela, hipótese que eu, enquanto vivo, não aceito nem morto.
 
   Fica assim: se eu não posso enganá-la, pelo menos ela não retira de mim o prazer que tenho em enfrentá-la com uma simples caneta, fazendo dela o que eu bem entender. Mesmo cansado - ao menos até aqui - quem continua mandando sou eu!  
 
  Mas existe outra razão para que eu não seja tão rude com ela: está tarde! E eu muito cansado! Vou dormir!  

  Então boa noite e... Até amanhã (tomara!)! 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário