quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Barrados!

 BARRADOS!

Jornais noticiaram que o Arquipélago de Fernando de Noronha está novamente recebendo turistas, o que não ocorria desde março, porém, incialmente, ao que consta, só podendo entrar na ilha quem, recuperado, já tiver testado positivo para a Covid-19. 

Evidente que a gradativa retomada da atividade turística, vocação natural do belo local, não pode ser um fim em si mesma, especialmente nesse triste momento de nossa história, daí medidas restritivas serem absolutamente necessárias, notadamente para proteger os moradores do arquipélago. 

Contudo, sem entrar no mérito de questões eminentemente técnicas que sustentam a tese de que esses não mais oferecem risco de contágio, assunto para os especialistas, o critério, nitidamente, acaba por discriminar aqueles que não foram infectados, como se isso, por si só, fosse algo inadequado, sutilmente transmitindo mensagem de estímulo a fazê-lo, contrariando, para ficar apenas nesse exemplo, a lógica do auto-cuidado, tão importante em tempos de pandemia, que ora tanto sacrifica a humanidade. 

Para ter idéia do inusitado da situação, imagine se esse mesmo protocolo passa a ser utilizado em outros lugares e ambientes... 

Não obstante, para não concluir na linha dos oportunísticos apelos que ora tanto são feitos pela melancolia, embora considere que tal medida mereça ampla reflexão, felizmente, para o caso, a iniciativa adotada ao menos se baseia em bons propósitos: "ninguém quer a morte, só saúde e sorte" (Gonzaguinha)