sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Impressão boa é a que fica!



IMPRESSÃO BOA É A QUE FICA! 

Costumo dizer que os mais velhos devem aprender um pouco mais sobre tecnologia com os mais novos e esses desaprenderem um pouco mais com aqueles, especialmente em tempos em que esse equilíbrio se mostra como fundamental.

Contudo, a tecnologia não é nada democrática, muito pelo contrário: é tão cativamente dominadora que diante de ponderações que visem à reflexão quanto a essa massificação ditatorial, logo encontra voluntarioso exército de neobcecados que, sem qualquer esforço, é capaz de tornar pueril qualquer argumento que tenha a ousadia de desafiar o "pensamento único" impregnado à era do dogma tecnológico.

Nesse contexto, nós, os "velhos", ao invés daquele papel (papel?) de "aprender com os mais novos e ensiná-los a desaprender um pouco conosco", somos arrastados à uma espécie de "alfabestização", sujeitando-nos, não raras vezes, a situações ridículas e vexatórias, caso não consigamos nos aprumar, adequadamente, o mais rápido possível, aos rápidos, largos e incansáveis passos exigíveis para acompanhar o ritmo frenético da "novidadização tecnológica", mesmo porque, claro, a inovação está sempre pronta a obrigar a consumir, palavra de ordem!

Assim é que vi tombarem, mortalmente, várias de minhas indissociáveis companhias e que considero tão caras ao meu agora suposto crescimento, lutando para me adaptar à inconstância programada dos novos relacionamentos.

Sempre gostei de dividir minhas impressões sobre o que considero importante! A impressão que tenho da vida, aliás, muitas vezes se dá, por exemplo, mediante uma poesia ou por um retrato! Acho que sou quase um criminoso por isso, mas, para mim é algo realmente impressionante!

Aliás, já que estamos nessa de crime, ainda bem que existe prescrição! Ou, na pior das hipóteses, o benefício de ser contemplado com pena mais branda, por se tratar de "crime continuado"! Imagine que há quase cinquenta anos, praticamente todos os dias, adquiro exemplar impresso de jornal (só eu: 50 x 365 = 18.250 x o nº de páginas!!!!!) E, pior, sempre estimulei outros a fazerem o mesmo!

Contudo, parece quase certo que em algum lugar do futuro serei afastado, também, dessa companhia, não obstante, desde logo, faça questão de deixar registrado - se necessário (e possível) em papel impresso e assinado - que esse será um ato de violência contra a minha pessoa, aliás, o que expresso apenas por argumentar, pois para os arroubos da modernidade, isso nada parece importar!

Enfim, sei que é muita audácia minha, mas ainda considero muito importante uma boa impressão! E boa impressão mesmo não é aquela que vem e passa, mas a que fica!

Para finalizar, como comecei afirmando que o equilíbrio se mostra como fundamental, para aqueles que não tiverem a oportunidade de alcançarem um impresso deste texto - caso queiram, óbvio - o alcançarão por meio dos recursos tecnológicos disponíveis, graças ao auxílio de uma de minhas filhas, que faz esta parte para mim, não obstante, em contrapartida, faça questão de disponibilizar para a mesma, diariamente, exemplar de "jornal que não se rende".