sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Nova Venécia Futebol Clube!

 

NOVA VENÉCIA FUTEBOL CLUBE!

Nasci e cresci em Vitória. Porém, em 1985, em razão de assunção de cargo público, dentre algumas opções no interior do Estado, escolhi Nova Venécia para o desempenho de minhas atividades, repetindo tal feito em 1992, quando, empossado em outro ofício, no qual me encontro até a presente data, na mesma cidade, primeiramente, desempenhei minhas atribuições.

Também casei no município, unindo-me a uma Veneciana, desta feita não só pela primeira, como a única vez (rsrs), razão para regulares idas à cidade, até os dias de hoje, especialmente para visita aos familiares da mesma, estendendo o encontro, sempre que possível, a outros que nos são mais próximos.

Desta forma, foi com bastante alegria que acompanhei o surgimento do Nova Venécia Futebol Clube, já que vira com muita tristeza o vazio deixado pelo Leão de São Marcos, AA Nova Venécia e o Veneciano, outrora agremiações que faziam as vezes do município no futebol profissional capixaba.

Em oito meses de criação, o Nova Venécia FC conquistou a Série B do Campeonato Capixaba e, mais recentemente, a Copa Espírito Santo, alcançando o acesso ao Campeonato Capixaba de 2022, vaga para a Copa do Brasil, Copa Verde e a Série D nacional.

Se parasse aí, devido a diversas variáveis que vão além do indiscutível empenho na busca pelos resultados, o enredo já seria demasiado surpreendente, constando nos registros históricos como algo realmente incrível e merecedor de detida análise, visando contribuir para os estudos em busca dos "ingredientes" que levem a "fórmulas" para a criação, sobrevivência e o crescimento dos clubes de futebol, logo, dos próprios e variados contextos em que estão inseridos.

Se é óbvio que, felizmente, as conquistas são um enorme combustível para manter viva e aumentar a chama, por outro lado, as expectativas, inegavelmente aumentadas, devem ter o seu lado emocional temperado por uma visão bastante racional da realidade, aliás, diversas realidades, no estado, no país e no mundo!

Enfim, o impagável entusiasmo deve contribuir para a superação de obstáculos bem mais difíceis, que, a propósito, por si só, já significa a própria manutenção do destaque "rapidamente" alcançado (bem sabemos que não é isso, pois o planejamento, quando bom, demora bem mais do que a sua execução), antes de se constituir em motivo para cobranças exageradas, embora o maior sucesso que possa ser obtido, efetivamente, nunca se baste, sendo sempre a próxima meta!

Uma confluência de fatores, envolvendo jogadores, torcida, comissão técnica, patrocinadores, dentre outros, possibilitou que neste momento exista uma vibração extremamente positiva em torno da valiosa "marca" Nova Venécia Futebol Clube. A sua sobrevivência e, se possível, o seu sucesso, tanto maior quanto se apresente alcançável, significam muito para si, para a cidade que carrega no nome, para o futebol capixaba e o brasileiro!

Muita coisa gira e ainda pode girar em torno disso!

E, como aqui na terra, o "Pombo" se mostra como brilhante embaixador do clube, digno do maior apreço pela forma como se volta para o crescimento do "ninho" onde nasceu, lá no céu, agora temos também o "Vovô", que, em sua nova missão, além de ter o orgulho do primeiro registro feito no cartório celestial ser justamente o do título "improtestável" do time da alma e do coração (os do Botafogo, Palmeiras e Atlético ocorreram só depois!), seguramente, já trouxe até o Pai para a torcida!

Desta forma, quem pode (ser) contra um time desse?


domingo, 31 de outubro de 2021

Foi o meu grande JUDICEÁRIO!

 FOI O MEU GRANDE JUDICEÁRIO!

Passei parte do dia decidindo se iria e, caso superada tal premissa, como faria para comparecer... A logística seria complicada! Além do mais, "trairia" algo que para mim é tão marcante, que acabei registrando, de forma sintética, em meio a outros, num livro de pensamentos: - se o lugar em que você mais se reúne com conhecidos de um passado distante é em velório ou na seção eleitoral, o que, aliás, muito entendem como a mesma coisa, significa que vocês precisam reservar mais tempo para se reunirem!

Ah! Não era velório, nem seria aquele encontro que de vez em quando "marcamos" na seção eleitoral. Antes fosse este último, porém, cuja próxima data está agendada para o ano que vem. Tratava-se, enfim, de decorrência daquele primeiro fato: uma Missa de Sétimo Dia!

Decidi ir! Aliás, no fundo, não poderia ser diferente, eu bem já sabia!... Deveria ter feito isso algumas vezes antes, quando o corpo ainda estava aqui, conosco, rezando, presente, suas próprias Missas; mas nessa, especial, seguramente, a alma estaria e isso acaba confortando, um suave consolo a amenizar o lado humanamente descontente!

Deixei o carro em Bento Ferreira, entreguei a chave na portaria da escola, para a esposa e filhos seguirem, após a labuta diária, enquanto eu, "folgado" nesse dia, pensava em como rumar até à Igreja, na Praia do Canto. Como faltava mais de uma hora, resolvi ir caminhando e meditando. No trajeto, passando pela Avenida Carlos Moreira Lima, reconheci o número 80. Ele mudara dali já há anos. Mas, aquele era o teimoso endereço em que habitualmente "o avistava", com os olhos de minha mente, como hoje, mais uma vez o fiz, embora de maneira bem mais detida e refletida.

Isto também ocorre quando passo pela Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 42, edifício Ames, no centro de nossa capital. Frequentei bastante as salas 1714/1715 e, embora ali também não mais se estabelecesse o seu escritório, para a nostalgia que multicolore nossa vida, continuava e sempre continuará a se localizar.

Porém, tudo começou mesmo foi no 5º andar, do edifício Fábio Ruschi, também situado no Centro, em 1982. Estudante do nível médio, curso técnico de administração, fora aprovado para estagiar na então Companhia Vale do Rio Doce. Conforme ocorreu com vários outros, eu podia ter sido lotado em Cariacica ou Tubarão, por exemplo. Mas, quis o destino, que ficasse em Vitória e fosse lotado no setor jurídico da Cia., localizado na Avenida Governador Bley, 236 (endereço onde, curiosamente, cerca de dez anos depois, seis andares acima, tomei posse no meu atual cargo público).

Até então nunca tivera contato com o ramo do direito, sequer sonhava com vestibular, apenas ia encarando as ocupações de acordo com as oportunidades que surgiam. Registre-se, entretanto, que ali trabalhava uma formidável plêiade de Advogados, que prefiro não nominar, para não correr o risco de esquecer de alguém.

Mas, o meu "ídolo" mesmo era o servidor José Carlos Ferreira Simôr, com sua genialidade extrema naquelas então poderosas e moderníssimas máquinas de escrever IBM elétricas. Findo o meu estágio, sem que recebesse aquele impossível convite para seguir na CVRD, como eu não era tão bom, mas nenhum "catador de milho", fui convidado para um "teste" no escritório de advocacia de um dos Advogados, acabei contratado e me tornei auxiliar de escritório do "Abreu Júdice", aos 01 de março de 1983.

Ali eu fui verdadeiramente apresentado ao Judiceário, através daquele que considero o maior responsável pelo curso que fiz, além de ter se tornado o meu maior mestre nele, embora não tenha sido tecnicamente seu aluno: Dr. FERNANDO DE ABREU JÚDICE (infelizmente, reduzidíssimo foi o contato com os Drs. José Ricardo de Abreu Júdice e Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon, à época frequentando mestrado na PUC-SP).

Todos que o conheceram sabem bem que ele não só era taurino, mas o próprio touro! Para ilustrar, sem pretensão de enganar ninguém - e, primeiramente, nem a mim e nem à memória dele mesmo - eu nem era o Luiz, mas o "Colored", adjetivo inimaginável para se referir a alguém nos dias de hoje! Para mim, todavia, isso pouco importava, porque eu precisava do emprego, primeiramente, não nego, mas também, no fundo, porque ele realmente gostava muito, bastante de mim! E me forçava a ser bom naquilo que eu fazia para ele, o que compreendo perfeitamente, porque, para mim, ele era simplesmente o melhor e, se não fosse assim, eu não serviria para ele!

E cá entre nós, conviver com os melhores não é nada fácil, mas, pensando por outro lado, é uma das maiores oportunidades que se tem para que você também melhore!

Logo, eu também fui ficando melhor! Afinal, ao mesmo tempo que me cobrava, me empoderava! Com pouco tempo, passei a conseguir acompanhar seu raciocínio e concatenação fenomenais, ao datilografar as incríveis petições, de várias laudas, com seus "escorços históricos", substanciais preliminares e profunda sustentação meritória, sem nenhum "ctrl c, ctrl v", criadas e ditadas instantânea e diretamente para mim, sem minutas, papeis ou intermediações!

Minha datilografia, mesmo sem curso específico para tal, melhorou "a toques não vistos" (inclusive foi fundamental para posterior aprovação e alcance de boa posição em um concurso), meu português idem e, principalmente, o gosto e o conhecimento tocante às "primeiras linhas" do direito!

Passou a não perder tempo com diversos "atos burocráticos", como procurações, por exemplo, deixando-as por minha conta! Conhecia o CPC inteiro (à época vigia o de 1973), de tal forma que artigos 267, 269, 282, 295, 301, dentre outros, se tornaram companheiros mentalmente íntimos também para mim...

Muito devido a essa "escola" que tive, apesar de ainda não frequentar o curso de direito, na prática eu já tinha "aprendido bastante" (tanto que, na verdade, o resto, depois da aprovação no vestibular, me desculpem pela franqueza, foi "muito fácil").

Enfim, para trabalhar com o Dr. Fernando, não tinha dia e nem hora! Vem à memória as noites e finais de semana que permanecemos no escritório, algumas vezes rumando também para Cachoeiro de Itapemirim, na companhia de seu fiel motorista, Osmar Moreira Dias, ficando eu todo orgulhoso pela contribuição para a pintura que, ao final, era assinada pelo artista, embora dificilmente reste preservada, em sua forma original, no seu devido lugar, em algum "espaçoso" escaninho da "história", em razão da forma avassaladora como, misturada a tantas outras, com ou sem expressão, são fugazmente "digitalizadas e descartadas".

Embora tenha trabalhado "informalmente" em alguns locais, antes do estágio, o escritório "Abreu Júdice" é o primeiro registro em minha carteira de trabalho, cujas folhas, a propósito, para ora fazer judícea histórica, não contém os extras que de vez em quando recebia, ainda que, até mais que isso, me cativava imensamente, ora confesso de forma espontânea, aquele suculento "marmitex" do Alice Vitória Hotel ou da "Baronesa", para que nossa "máquina" continuasse funcionando a pleno vapor.

Eu fiquei no escritório durante cerca de "cinco períodos", assumindo, a seguir, cargo alcançado em um banco, indo trabalhar no interior do estado, embora, no ano seguinte, tendo retornado para a capital, ainda fizesse alguns trabalhos para o mestre e sua equipe, concomitantemente com um cursinho pré-vestibular intensivo, sendo, então, aprovado para o curso de direito na Ufes, o qual, muito em razão do "estágio" e "prática forense" anteriores, foi concluído em menos períodos do que o previsto para a grade curricular.

Faço esse "escorço histórico", que obrigatoriamente me envolve, não com o prazer de dizer sobre mim, mas pelo tanto que este caminho eu devoto a ele, com eterna gratidão!

Cheguei à Missa com alguma antecedência! Lugar e momento para reflexões únicas e mais profundas!

Assim estava! Contudo, ciente da imensa fila que se formaria, ao final, para externar os sentimentos à querida Ana Rita Marques Júdice, filhos e demais familiares, bem como, acreditando que o término da Missa coincidiria com a "carona" que pretendia pegar com minha esposa e filhos em direção à nossa casa, fui até os mais próximos e caros ao falecido, cumprimentei-os e retornei para o meu assento.

Foi uma Missa profunda e maravilhosa! Uma hora apenas, mas que significa muito, tanto para quem foi, como para quem "partiu"! Fiquei muito feliz por ter ido! E bastante emocionado!

Embora fizesse força para focar atenção no "Padre e na Missa", a mente "viajou" bastante! Em uma dessas "viagens", me pus a pensar na "maratona de revezamento" que é a vida, cujo nosso principal papel é entregar o bastão para que o próximo, mais próximo, continue carregando-o, permitindo-se manter a chama, desde que o pavio se acendeu, há "quilômetros" de tempos atrás!

Somos os conduzidos, depois os condutores, por algum tempo "corremos ao lado", até que somos definitivamente ultrapassados, cruzamos a nossa "linha de chegada", enquanto os que permanecem, seguem lutando para conquistar, diariamente, suas "medalhas", como também ocorre quando dão uma pausa para agradecer e rogar para que todos recebamos, ao final, o nosso "troféu", prometido pelo "Organizador"!

Sim! A noite era festiva! Como dissera no início, é o momento indesejado, mas inevitável e exclusivamente próprio, em que muitos que não se vêem, há anos, "se reúnem" em torno do "anfitrião", numa aura humanamente incomparável, em torno dos melhores sentimentos que podemos ter na vida e sobre a vida. De forma tímida e respeitosa, oram, se cumprimentam e se alegram. Eu mesmo desejo muito que isso ocorra quando for a minha vez de cruzar a "linha de chegada"!

Para ilustrar, como penso que assim deve ser, a própria Missa não foi "lamuriosa"! A propósito, o mesmo ato que celebrava o sétimo dia de passamento do Dr. Fernando de Abreu Júdice, se identificava com outras três situações, além de dedicada a um dia da morte de um, dois dias da de outro, aniversário de casamento de 29 e 44 anos de dois casais, 16 anos de Ordenação Sacerdotal do Padre que celebrava a Missa,... Isto apenas ali e afora as "demais intenções que trazemos em nossos corações". Para terminar, a emocionante e inspiradora mensagem, por todos e para todos, elaborada e lida pelo filho Rodrigo! Seguiu-se a benção! Estava terminada a Missa!

E agora?

Dr. Fernando de Abreu Júdice se foi desta vida, porém continuará marcante para muitas no decorrer delas. Com judícea, será nome de rua, talvez de praça, prédio e não sei mais de que forma a imaginação será utilizada para homenageá-lo. Naquilo que sinto caber a mim, modestamente, ofereço este pequeno capítulo de sua história, naquilo que muito diz respeito à minha!

Diante dos fatos, Dr. Fernando, foi a forma que encontrei para lhe informar, "sem rebuços" (rsrs), que o seu pedido foi deferido, pois, como sentenciou o Padre, em inapelável instância, fundado no melhor Direito: "a morte não terá a última palavra!"

Conforme tanto gostava: "tollitur quaestio"!

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Não inveje: tem coisas que só acontecem com o botafogo!

 

NÃO INVEJE: TEM COISAS QUE SÓ ACONTECEM COM O BOTAFOGO!

Se você não é botafoguense, possivelmente deve estar doido para me retrucar, antes mesmo que eu explique: invejar de quê, cara pálida? - Fogão é segunda divisão!

Sim, o Fogão é segunda divisão! Ora, se o Botafogo está nela, ali também está o seu prestígio e todo o seu glorioso peso! Então, parabéns para a segunda, terceira ou seja lá qual divisão o Botafogo vier a se encontrar!

Contudo, acredito que iremos subir de série! Afinal, nos últimos doze jogos, o Botafogo ganhou dez, empatou um e perdeu outro! Isso, basicamente, tão somente com a mudança de um técnico, devido ao fato de que os resultados, até então, estavam muito ruins! A propósito, no momento, dificilmente em algum lugar do mundo existe um time que nos últimos doze jogos esteja com um aproveitamento igual ao Botafogo. Nem mesmo aqueles com planteis poderosíssimos!!!

Tem coisas que só acontecem com o Botafogo!!! Me desculpem, mas SÓ ELE tem essa primazia!!! Aliás, até por isso, embora, pelos últimos resultados, seja difícil assimilar tal hipótese, o Botafogo, SÓ ELE, de repente, nas próximas doze partidas, pode perder dez, empatar uma e vencer outra!!! Sei lá!

Estou até estranhando esse clima de calmaria em torno do Botafogo! Nada de arbitragens, brigas internas, inversão de mandos, penhora do campo, sondagens em torno de jogadores (fora o Rafael Navarro que, mesmo assim, parece que fica ao menos até o final do ano), ou sei lá o que mais. Tá ficando muito fácil subir!!! E todo mundo sabe que os Deuses, com suas desconhecidas, mas respeitáveis razões, não permitem isso ao Botafogo nunca, seja na série A, B, ou qualquer outra!!!

Mas, o verdadeiro motivo dessas linhas é quanto ao RAFAEL!!!

Há muito tempo não vejo um jogador de idêntico potencial que tenha demonstrado mais carinho e, principalmente, DESPRENDIMENTO, para atuar no clube de coração! Vejam bem, antes de me retrucarem: estou falando de coração e não decoração, tá!?

A inveja é tamanha que, infelizmente, tem quem mesmo diante de todas as evidências demonstradas, insiste em dizer até que isto, hoje em dia, é impossível, que não acredita, que não vai dar certo e blábláblá.

Falo em inveja porque quem diz isso pode saber de tudo, menos do que é ser Botafoguense! Pode não dar certo por algum motivo? Pode! Mas não acredito que o cara não tenha vindo de corpo e alma para o Glorioso! Afinal, quem é realmente Botafoguense, sabe bem que tem coisas que só acontecem com esse time! Imagina a rara oportunidade de confirmar isso de forma tão positiva, jogar no Botafogo e, ainda, ofuscar a "naturalidade" da "infidelidade recíproca" que caracteriza os "enlaces futebolísticos", atualmente, especialmente quando o dinheiro assume mais importância do que realmente tem.

Parabéns Botafogo! Parabéns Rafael!

A propósito, se não for pedir muito, veja se "contamina" o seu Xará, Navarro! Se sair, aconteça o que acontecer, jamais será a magia do Botafogo. Para desespero de qualquer azarão, tem coisas que só acontecem com esse time, você, felizmente, bem sabe! Privilégio de poucos compreenderem a razão e a importância disto!

segunda-feira, 3 de maio de 2021


O SEGREDO DA LAÍS PARA O RECORDE CAPIXABA NOS 50 METROS LIVRE? TREINAR "POUCO"!


A Laís é a quarta de seis irmãos, todos, em algum momento, com passagem pela natação do Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral.

Embora reservando tempo para outras atividades próprias à criança, por também considerarmos muito importante o esporte na vida deles, analisando as diversas situações inerentes à escolha por essa ou aquela modalidade, optamos pela natação, dos cinco aos dez anos, mediante obrigação de dedicação e disciplina.

Isso não significa tolhê-los de eventuais outras atividades, tanto que praticam ou já praticaram várias, de forma concomitante ou após, sem desconsiderar, obviamente, a necessidade do equilíbrio, especialmente com a escola, ponto esse que, aliás, jamais escaparia à marcação da mãe, por sinal, professora!

Tendo os outros três cumprido muito bem a sua etapa na natação, levando dela, para a vida toda, muita coisa boa, em 2015, aos dez anos, chegara o momento da Laís exercer a sua "prerrogativa" de também deixar a natação (aliás, ela sempre me diz - mas eu não lembro - que devido à sua dedicação, iríamos "deixá-la" sair aos nove, mas fez algo que eu não gostei e "exigi" que cumprisse o "contrato", integralmente)!

Porém, percebendo que ela tinha muito talento, com o "apoio" até dos irmãos mais velhos (rsrs), mediante algumas pequenas concessões, fomos "renovando o vínculo", ano a ano, permitindo que as diversas situações, além do talento da Laís, fossem moldando uma atleta de enorme potencial.

O fato de ela, então com dez anos, não gostar de treinar de forma exageradamente intensa, por muito tempo e nem durante os vários dias da semana, de certa forma, coincide com minha visão, em busca do equilíbrio! Mesmo em se tratando de esporte de alto rendimento, não me convenço que uma modalidade como a natação, por sua essência tão saudável, combine com um "ambiente sadio de precoce exaustão".

Sendo naturalmente presumível que um maior volume de treinos, em primeiro momento, enseje melhor rendimento, esse caminho "mais fácil", contudo, além de gerar uma "bola de neve", devido aos ambientes cada vez mais competitivos, em meu sentir, ainda me passa a sensação de que pode auxiliar a mascarar aspectos técnicos, do atleta e/ou do seu "staff", situações que uma vez trabalhadas, eventualmente, poderiam gerar melhoras, porém, envolvendo questões muito mais complexas do que "simplesmente", de forma precoce, ir aumentando exageradamente carga, "dobrando" etc.

Logo, "treinar pouco", para mim, num primeiro momento, não era problema, muito pelo contrário! A propósito, ponto que considero fundamental, desde que obedecidas premissas basilares,  é, sempre que possível, respeitar a individualidade de cada atleta, explorando ao máximo o seu potencial, de acordo com as suas particularidades.  Mas tínhamos o clube e o técnico...

Felizmente, mesmo enfrentando natural resistência, já que nem tudo dependia de si, o Professor Marcos Guimarães, aceitou o que chamo de desafio de "fazer mais com menos", afora a capacidade que teve para lidar com um pai leigo, porém, curioso e enxerido, uma atleta "preguiçosa", friorenta e com as suas exigências, das quais não abria mão, tipo um "contrato" em que teria tempo para isso e aquilo, dentre outras (pequeníssimas, diga-se de passagem) concessões...

Foi dessa forma que continuaram os treinos nos três dias da semana, sem as disseminadas "dobras": terça, quinta e sábado, pela manhã (e alguns poucos domingos, quando eu a convencia e a levava para uns "tirinhos secretos" rsrs) aos 11 (2016), 12 (2017), 13 (2018) e 14 anos de idade (2019).

Com dez anos (mirim II), tudo bem! Com onze (petiz I) ainda alguns resultados expressivos, como a vitória nos inesquecíveis 100 peito e, logo após, os 100 borboleta, no sudeste de natação,...

Aos doze, petiz II, foi quando ela e nós tivemos uma grande oportunidade de conviver e trabalhar com muitas frustrações, já que não ganhou nada, até porque, inegavelmente, neste momento, a pouca carga fez muita diferença... Mas, se o projeto é maior, isso é passageiro, pensava e falava para ela, considerando que se não desaprendera, apenas se poupava, pois "apenas possuía" doze anos e não "já possuía" doze anos!

Aos treze, infantil I, nada muito diferente do ano anterior, salvo um "grandiosíssimo" alento: o seu "fôlego" só era suficiente para as provas de 50 metros (a velocista estava forjada por uma série de fatores, né!?) e, numa "despretensiosa" competição, aqui no nosso querido Estado do Espírito Santo, fez um tempo muito bom nos 50 metros costas (quase não se dedicava a esse estilo, acreditando-se que nadava melhor as outras três modalidades), o que a levou para o sul-americano escolar, em Arequipa, Peru, onde, orgulhosamente, representou o nosso País, conquistando inacreditáveis três medalhas de ouro: 50 metros costas, 4 x 50 livre e 4 x 50 medley).

Aos catorze, infantil II, praticamente a mesma rotina, porém, já bem mais próxima dos pódios e, em algumas pouquíssimas vezes, chegando a ele em competições nacionais, porém, novamente ouro no sul-americano escolar, resultado obtido como integrante do revezamento brasileiro, em Assunção, Paraguai.

Aos quinze, juvenil I, mudou de técnico... Mas não de estilo (rsrs). Tendo alterado o turno, na escola, passou a treinar no vespertino, com o Professor Ozimar Gomes, que também se mostrou compreensivo e atencioso. Agora, quatro vezes!!! Porém, em um desses dias, de forma bastante complicada, pois treinava menos tempo, já que chegava mais tarde devido a inegociável "dobra" na escola (também tenho minhas reservas quanto a isso, mas, nesse caso, minha opinião pouco vale!).

Apesar da trágica pandemia que se instalou em nosso país e no mundo, com os cuidados inerentes, nadou umas poucas vezes no ano de 2020, conseguindo tempos considerados muito bons, especialmente em uma competição realizada em Recife, em setembro, quando nadou os 50 livre para 26,94 (estava balizada com 27,37) e os 100 para 59,88 (óbvio que os 100 continuam não acompanhando os 50, mas, nas circunstâncias, tempo muito bom, inclusive, a primeira vez abaixo de um minuto: balizada com 1.01.92, concluiu com 59,88).

O resultado nos 50 metros, a propósito, lhe deu índice para o Troféu Brasil de Natação, onde, com o tempo de 26,87, alcançou a nona classificação na etapa eliminatória, ou seja, a primeira atleta fora da final A, sendo que a oitava passou com 26,86 (ainda bem que frustração não era coisa nova na vida dela rsrs)!

Com a remodelação da natação do Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral, em abril do corrente ano, a Laís mudou novamente de técnico, desta vez o não menos competente e vitorioso Professor Alexandre Antunes! Ela continua treinando quatro vezes por semana, até por força das circunstâncias, porém, de nossa parte, sem, ainda, intenção de alterar, o que, embora com um pouco mais de contrapontos, resta assimilado.

E não é que, assim, a Laís, no dia 1º de maio, durante Tomada de Tempo Oficial da Equipe Acqua - Cnrac, nadando para a sua nova melhor marca, 26,62, chegou, ao que consta, ao recorde capixaba para os 50 metros livre absoluto, cuja marca, anterior, era de 26,85?

Pois é! Embora leigo, porém há vários anos praticante de rotineira e disciplinada atividade relativa ao esporte amador, além de pai participativo na vida dos filhos, sempre entendi e cada vez me convenço mais que o velocista necessita de menos piscina do que o fundista, porém, não de menos dedicação. Eventual menor tempo na piscina deve ser compensado com a busca de nível ótimo de entrega! E redobrada atenção para os fundamentos!

Foi dessa forma bastante peculiar que a Laís chegou até aqui, a este recorde, sendo estas poucas linhas uma espécie de "argumento" para quem acredita que treinar "pouco", em determinadas situações, não se mostra como impeditivo para se ir alcançando excelentes conquistas,... Mas, como disse, a contrapartida é no sentido de que o tempo voltado para a atividade, seja subjetivamente incorporado como de dedicação extrema, muito mais do que se é exigido de qualquer outro.

Por fim, não posso deixar de ressaltar que, no fundo, a bem da verdade, o tempo da Laís para a natação pode até ser considerado curto... Mas esse tempo é voltado para atividades que muito contribuem, já que, embora "treine pouco" para essa específica atividade, com a compreensão dos professores Luiz Claudio Ventura e Fernando Pontes (já que o tempo é ainda muito menor, evidente!) é campeã da corrida garotada, recordista estadual sub 14 nos 800 metros livre e sub 16 nos 1000 metros, distância essa que, inclusive, lhe deu medalha de prata na etapa nacional dos jogos escolares, em 2019, mesmo ano em que medalhou também nos 50 metros costas na natação,...

Embora de forma também ainda incipiente, faz um trabalho específico para os ombros e, recreativamente, pratica skate, toca violão, patina, joga bola, vive como uma adolescente (com moderação rsrs), é cobrada a estudar bastante (claro!) e, essencialmente, a rezar (aqui sim, sem moderação!!!).

Impossível deixar de salientar, também, no contexto, a obrigação quase semanal que tenho, seja no sábado ou no domingo, de levá-la para algo que tem adorado muiiiiiito fazer, que é surfar!!!...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Fala aê, querido!



FALA AÊ, QUERIDO!


- Fala aê, querido! 

Era assim que ele se dirigia a mim, quando mantínhamos contato!

Crescemos em bairros próximos. Ele, no Jabour e eu no Solon Borges, em Vitória.

Mas foi quando adultos que passamos a ter uma relação mais próxima, a partir de contato profissional, que acabou se transformando em uma grande oportunidade de estreitamento pessoal.

Curiosamente, quem me alertou para o seu já quase certo passamento, um dia antes do trágico acontecimento, foi o Rodgers, outro caro amigo do Jabour, cujo contato, até então, também fora pequeno, porém, há uns vinte e cinco anos, igualmente por questões profissionais, acabou participando mais ativamente da minha vida pessoal, estreitamento esse mantido de lá para cá.

Aliás, outra coincidência: o contato profissional com o recém-falecido surgiu a partir de um automóvel que comprei do Marcelo Carvalho, outra grata amizade que trago do Bairro Solon Borges, até os dias de hoje, O ano era 1992 e eu iria fazer o primeiro seguro de um automóvel (para ser mais preciso, um gol GT preto, ano 1986), já que, até então, os carros que tivera nunca me levaram a tal iniciativa. Não lembro como cheguei à pessoa do José Cani Júnior, mas foi com ele que fiz e renovei o seguro desse carro e de todos os outros que lhe sucederam, como assim também ocorreu com os da minha esposa, a partir de 1995, até os dias de hoje.

Como não tivemos muito contato na infância, e talvez porque esse se deu a partir de uma relação profissional, quando já éramos adultos, para mim ele nunca foi o "Grilo", assim como eu, para ele, nunca fui o "Bobó", embora o tempo de convivência e a intimidade já nos autorizasse a isso.

No começo, eu buscava informações esmiuçadas sobre os valores, as seguradoras, os descontos que davam etc Com o passar do tempo, ele me conhecendo melhor e eu a ele, já sabia que os valores apresentados eram os melhores possíveis, logo, o que discutíamos, era sobre as opções de seguradores, mesmo assim, bem pouco, pois ele, sabendo da minha preferência pelo Banestes, já procurava o melhor possível com esse banco, tanto que, nesses vinte e oito anos, sempre renovei com o mesmo.

Felizmente, pouquíssimas foram as ocorrências que me levaram a acioná-lo, não obstante, nessas vezes, sempre obtive o melhor trato, tanto do "introcável" profissional, como do amigo.

Janeiro, fevereiro e março eram os meses em que nosso contato era certo! Janeiro devido à agenda e os calendários de mesa que sempre cuidava em conseguir junto ao Banestes. Fevereiro, o mês de renovação do seguro do automóvel de minha esposa. E março o do meu carro. Nessas épocas, apesar da rapidez dos contatos, sempre tirávamos um tempinho para conversar um pouco sobre as nossas vidas.

Janeiro passou. Senti a falta dele. Com relação à agenda, há muito sabia que estava com os "dias" contados, já que outras opções mais práticas surgiram, daí porque acreditei que as duas que conseguiu para mim, em 2020, poderiam ter sido as últimas. Quanto aos calendários de mesa, os de 2020 trouxeram junto uma "prévia" de 2021, que me permitiam esperar até fevereiro, época da renovação do seguro, quando, tenho certeza, se fosse possível, traria ao menos dois para mim...

No início de fevereiro, contudo, o que recebemos, foi a triste notícia dada pelo sócio dele, o Luiz, quanto à gravidade do quadro de saúde do Cani, que não poderia, por ele próprio, renovar o seguro,...

No sábado, dia 06.02, em contato com o Rodgers, sobre outro assunto, foi, então, quando ele "me preparou" para o pior...

Hoje, pela manhã, bem cedo, meu irmão, Leonardo, primeiro me ligou e depois me mandou a mensagem dos familiares do Cani, quanto ao falecimento do meu amigo, ocorrido ontem, dia 07.02.

Sinto que o acaso não me protegeu, enquanto eu andava distraído... Devia ter amado mais!

Só me restava o velório ou o sepultamento. Porém, nessa época de pandemia, é restrito aos familiares, o que obedecerei, compreensivelmente, embora afoito para avançar esse sinal vermelho, torcendo que não seja necessário ser tentado a novamente fazê-lo, na Missa de 7º dia.

À Deus meu amigo! Chegando lá, com certeza, você será festivamente recebido: - FALA AÊ, QUERIDO!

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Maioridade espiritual


MAIORIDADE ESPIRITUAL 


Hoje, uma pessoa muito sara (digo, cara) para mim e minha família, completa 18 anos, estando apta, portanto, para exercer pessoalmente todos os atos da vida civil, de acordo com a nossa legislação. 

Segundo essas normas, aos 16 tornou-se relativamente capaz e, agora, aos 18, passa a ser a própria responsável pelos seus atos. 

Porém, como o modo de vida está bastante diferente dos tempos em que os seus pais completavam a mesma idade, isso resulta, na prática, em uma autonomia que não costuma alterar bruscamente a vivência em família, tanto que a data passa mais como um aniversário comum, se observarmos pelo lado bom das hipóteses, pois, infelizmente, mais frequente mesmo é a sua lembrança como o momento que dá início à imputabilidade penal. 

Logo, como esse aniversário a que me refiro inspira-me a escrever apenas passando pela maioridade civil, porém, com foco voltado para a “maioridade espiritual”, faço questão de enfatizar que isso, para mim, tem uma relevância indescritível, mesmo porque, eu, no “alto” dos meus 55 anos, ainda me considero um “neófito espiritual”, embora, a rigor, confesse o meu nível "básico" em termos de empenho. 

Ora, mais o que é a maioridade espiritual? 

Ainda bem que fiz questão de dar pistas quanto ao meu nível de envolvimento com a matéria... Logo, sinceramente, eu não sei! A propósito, nunca tinha pensado nisso, ... Mas, de uma coisa eu me envaideço (olha a imaturidade espiritual aí, gente!): procuro não deixar passar uma inspiração, justamente por considerá-la “apenas” uma imperdível passageira dos seus efeitos... E, no caso, a inspiração veio especificamente em razão do aniversário dessa pessoa! 

Enfim, não sei o que vem a ser a “maioridade espiritual”, mas, mesmo não sabendo, posso assegurar, em papel assinado e com firma registrada, que essa pessoa, inspirando a escrever desta forma sobre o tema, especialmente em um momento tão árido da existência humana, preenche requisitos próprios à maioridade espiritual. 

Como não existe nenhuma legislação que defina esses requisitos, ou a fase da vida própria para alcançá-la, neste caso, o momento manifestou a oportunidade, já que à procura de um presente para lhe dar, tenho certeza de que este será recebido como o melhor, deixando-a timidamente muito feliz em obtê-lo, levando-o para toda a sua vida. 

Também não tenho dúvidas quanto a Quem mais deseja agradecer ou qual Lugar que mais almeja frequentar neste dia... Isso, obviamente, são apenas algumas pistas relativas ao alcance da “maioridade espiritual”, pois, a rigor, a “construção” não ocorre em um dia específico, mais ao longo dos anos... 

E que seja frisado que este “reconhecimento” não importa em qualquer tipo de “obrigação”, pois passamos a vida toda recebendo estímulos diversos a respeito dos fatos que se sucedem, e a liberdade intransferível de interpretá-los e nos influenciarmos por cada qual deles é uma das coisas mais fantásticas ínsitas ao nosso livre arbítrio. 

Concluo salientando que todos ensinamos nossos filhos a darem os seus primeiros passos e ficamos muito felizes quando eles caminham por si próprios em uma boa direção! Porém, no campo específico do crescimento ora retratado, além da humanidade, infelizmente, estar cada vez mais desconforme quanto à importância desse valor como uma das maiores heranças que possa almejar transmitir para os seus filhos, a assimilação, além de tudo, é de cada um! Logo, os pais dessa sara (digo, cara) pessoa, com certeza, é quem mais celebram nesse belo dia de maioridade. Parabéns!