segunda-feira, 18 de março de 2019

A vilanização do trabalho



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A VILANIZAÇÃO DO TRABALHO

Ainda que impensável uma política baseada em "emprego sem crescimento", o contrário, fundada em "crescimento sem emprego", também não condiz com a vasta forma como é modernamente explorada, pela direta e indispensável relação que deveria existir entre uma coisa e outra.

Embora o desemprego, segundo a OIT, alcance quase duzentos milhões de pessoas no mundo e empregos precários ou vulneráveis ultrapassem um bilhão, enquanto a globalização cuida em arrastar os países, subtraindo autonomia no que tange à economia, quando se trata de globalizar o antídoto, uma possível vacina, apesar do longo tempo que este futuro, ora presente, infelizmente, se vaticina, seja sob muros, seja sob murros, repele-os cada qual à sua sina, pela qual ninguém assina.

Daí, fato é que vamos assimilando significativo distanciamento de políticas bem próximas: uma espécie de divinização da economia em confronto com a "judascialização" do trabalho.

O trabalho, visto como mero e desprestigiado departamento da economia, é caminhar sinistro, perda de identidade que ora registro, exemplificando-a a própria extinção da condição de ministro.

Como a economia global se preocupa bastante com grandes investidores, por eles, também, batalhão de lobistas nos corredores, afora ilustres outros senhores, como nunca o contraponto do trabalho necessita de firmes apoiadores, aliás, políticas públicas essenciais vão bem além das bolsas de valores.

O trabalho, que já foi escravizado, evoluiu quando das correntes libertado, porém, inegável que, atualmente, perante a economia, é o grande vilanizado.

Evolução que se apregoa é tudo automatizado, enxuto de ser humano, um infeliz desqualificado, como diariamente assim rotulado, aquele que não cabe no perfil estreito do mercado.

Não basta sequer mestrado ou doutorado, quanto mais o pobre desempregado e que não conseguir "empreender" qualquer coisa que lhe garanta ao menos o supermercado, e que engrossará, no fim, o rol dos milhões pelos demais sustentado!

Enfim, alguma coisa está muito errada! Enquanto há anos inúmeros benefícios são exigidos e concedidos aos pilares desse tipo de globalização aqui aportar, como pode o sonho crescente dos indispensáveis jovens brasileiros ser enfrentar rígidas regras de outro

país para poder emigrar, com melhores perspectivas de trabalhar, seguida de remuneração digna para se sustentar?

Nunca se reformou tanto, nunca se disse, sobre direitos, que tanto ainda há para se transformar. Até justiça com nome de trabalho se pretende acabar, nunca sendo tão frágeis, apesar de tudo, mínimas garantias de que isso fará o país melhorar, sequer, não piorar!

No fundo, evidências vão em sentido contrário! A autofágica evolução competitiva apregoada pela economia global se move mediante liberalizado estímulo a todo tipo de mecanismo que diminua o fundamental valor alcançado ao longo do tempo pelo trabalho humano.

Assim, rebaixado a oneroso custo que precisa ser urgentemente enxugado, ações continuarão firmemente voltadas para o ônus que representa o trabalhador, antes mesmo da prioritária obrigação, de imediata ocupação, daqueles milhões de desempregados, cujo contingente, nesse contexto, só aumenta, pois dele se alimenta.

Aliás, ao invés de exercerem o trabalho, contribuindo, inclusive, para custear os pesados encargos sobre a ação, dentre outros da nação, desempregados são fraudados nesse universal direito ínsito à dignidade, que resulta, por sua vez, em incremento da sua vulnerabilidade, não raro, a propósito, objeto de exploração, especialmente em época de eleição!

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