quarta-feira, 9 de maio de 2018

Vida mais barata!




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VIDA MAIS BARATA!

  Aproveitando-me da experiência adquirida através da não tão pacífica convivência com aquele saudável brinquedo infantil, costumo dizer que não se resolve nenhum quebra-cabeça descartando peças, mas encontrando a maneira correta de encaixá-las.

  Logo, para resumir e ir direito ao assunto, eu não me conformo que exista tanta gente sem emprego e o mundo projete o seu futuro baseado no descarte de ainda mais gente para a acomodação de robôs! 

  Sei! Possivelmente não tiveram a experiência do quebra-cabeça e, ainda por cima, os robôs, de fato, são bem mais inteligentes do que eu... Bolas!!!

  Confesso que diante dessa irrefutável constatação até que tentei convencer a esposa a tentarmos um robozinho... Mas só conseguimos, um após outro e outro e outro e outro e outro... Filhinhos! Logo,... 

  Calma! Ainda me resta a alma! Se eu a tenho, com certeza, consigo provar que eles (ao menos por enquanto, penso!) são uns desalmados...

  Contudo, como isso não é tão simples de demonstrar, dado os artifícios dos artífices da artificialidade, que repetem repetitivamente repetitivos refrões refratários ao refrigério refrescante refreador das refregas diárias, prefiro, por ora, mudar de assunto: vou falar de baratas.

  Consta que existem há milhões de anos e apesar de consideradas responsáveis pela transmissão de várias doenças, tem espécies que além de fazerem parte da cadeia alimentar do próprio ecossistema em que vivem, também são apreciadas como iguarias humanas, afora o seu uso medicamentoso.

  Infelizmente, na minha casa, se qualquer delas tiver o azar de aparecer, antes mesmo de procurar saber se a infeliz é do bem ou do mal, é considerada “barata non grata”, especialmente pelas habitantes do sexo feminino, sabe-se lá por que!

  O fato é realmente para lamentar, visto que ao proceder à rotineira leitura de periódico jornalístico, no espaço destinado à ciência e tecnologia (poderia também ser na de economia), me deparei com matéria informando que uma fábrica localizada na cidade de Xichang, se destaca, dentre várias outras, na China, dedicadas à mesma finalidade, qual seja, a criação de baratas, cuja produção dessa prodigiosa empresa ultrapassa seis bilhões de unidades, anualmente!

  Tudo isso num prédio de dois andares, ou seja, poucos metros quadrados para a concretização desse verdadeiro “barato”, entretanto, amparado por um sistema de inteligência artificial voltado para lhes proporcionar todas as “regalias” para se reproduzirem freneticamente e alcançarem o melhor desenvolvimento possível. 

  “De quebra”, por contribuírem para a desestigmatização desse insetinho tão ultrajado, pesquisando um pouco mais sobre o assunto, encontrei que a tal fábrica “ já arrecadou cerca de 700 milhões de dólares com a venda de medicamentos produzidos a partir de baratas esmagadas. Segundo os fabricantes, o resultado é uma espécie de chá (argh!) levemente adocicado com um aroma que lembra peixe. Sua ação combate, principalmente, problemas gástricos e respiratórios, e o governo(?) diz que mais de 40 milhões de pacientes foram curados graças a sua fórmula.” (https://www.tecmundo.com.br/mercado/129759-fabrica-chinesa-cria-6-bilhoes-baratas-por-ano.htm).

  Detalhes que naturalmente me chamam a atenção é a ressalva no sentido de que o edifício é selado e raramente humanos podem entrar, ficando por conta dos computadores o controle do nível de temperatura, umidade, comida e água do local, bem como no tocante ao “custo muito mais baixo que o de outros medicamentos que combatem os mesmos sintomas”, levando o “soro de barata”, por consequência, “a ganhar cada vez mais força no mercado chinês”.

  Juntando uma coisa com outra, portanto, fico a imaginar o quanto damos voltas para encontrar justificativas que convençam os outros quanto aos nobres motivos da economia para encontrar alternativas barateadoras, especialmente da mão de obra humana, visando mais facilmente impingir os seus produtos, quaisquer que sejam eles, sempre a pretexto de ratear (não disse, ainda, ratar) uma vida mais barata para todos.

  A propósito, é bem possível que no novo quadro oficial de ocupações, para fazer frente às centenárias que vão sucumbindo ante à tecnologia, surja a de “caçador de barata”. Formalmente, é óbvio, pois, na informalidade, a partir da divulgação do exemplo chinês, por certo, já há muita gente “empreendendo” atrás.


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