quarta-feira, 7 de março de 2018

Terapia de ex-casal



TERAPIA DE EX-CASAL 

  Para que se possa tentar proporcionar o máximo proveito em disputa envolvendo ex-casal para sempre perpetuado sob forma do mais perfeito e exclusivo vínculo genealógico decorrente, ao longo da história simplesmente denominado de FILHO, o direito moderno expressamente estabeleceu o caminho da “solução consensual das controvérsias”, a ser estimulada por todos aqueles que de alguma forma se envolvem com a dinâmica judicial pertinente. 

  De acordo com a lei, durante vigência de uma sociedade conjugal, a direção dos filhos menores incumbe ao casal, em regime de colaboração. Ocorre que se estão perante o âmbito judicial para disciplinar sobre o assunto, significa que a sociedade, caso tenha existido, foi ou está para ser desfeita. 

  Quando conseguem equacionar a situação sozinhos, ainda que fazendo-se necessária a chancela judicial, optam por apresentar uma proposta consensual, para a homologação, o que, geralmente, não acarreta dificuldades. 

  Contudo, quando há divergências é que a situação tende a maiores dramas, não obstante, todos os casos devam ser tratados sempre sob o prisma da incessante busca da contemporização. 

 Aqueles intrigantes minutos que costumam durar uma audiência de conciliação, geralmente, é o primeiro momento - e pode ser o último – que as partes estarão diante de pessoas revestidas da autoridade conferida pelo Estado para interferir significativamente em suas situações familiares que deveriam, a todo custo, serem resolvidas de forma caseira. 

  Bom senso e razoabilidade são as chaves para o sucesso de uma conciliação. Entretanto, como o âmbito familiar é repleto de questões sensíveis, caso as partes resolvam levar e fazer uso de suas munições, especialmente conhecendo os pontos vulneráveis do alvo à sua frente, a necessidade de contenção é algo que além de trabalhoso, milita contra o objetivo principal da audiência. 

  Penso que seja proibido adentrar em uma audiência de conciliação com o espírito armado. Porém, como nenhuma revista consegue impedir que tal aconteça, por vezes, se chega armado até os dentes, oportunidade em que todas as energias devem ser utilizadas para o desarme, mesmo porque, em tais situações, embora o alvo costume ser específico, frequentemente, a munição acaba atingindo mais grave e seriamente justamente o fruto comum de ambos, o qual, aliás, é aquele a quem todos devem tratar com absoluta prioridade na questão. 

  É por isso que estou plenamente convencido de que, não obstante a responsabilidade de todos aqueles que de uma forma ou de outra estejam envolvidos com esse tipo de demanda, assim como muitas uniões se submetem à chamada terapia de casal, urge que se analise se, de fato, não seria o caso de dinamizar, também, a terapia de ex-casais, para o bem de seus permanentes frutos, os seus filhos, até porque, quando as divergências impedem de enxergar o valor da ponderação entre eles, é muito grande a possibilidade dos rebentos virem a necessitar de tratamento para terem condições de sobreviverem em meio a seus pais.


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