sábado, 19 de novembro de 2016

Nada do que foi será




NADA DO QUE FOI SERÁ

  Existem coisas que só acontecem com o Botafogo... E com a Laís (tá bom, com outros também)!

  Ela é assim: próximo de uma competição, todo cuidado é pouco, já que não raramente o “script” está planejado de uma forma, porém,...

  O ano era 2014, mês de outubro, época do importante torneio sudeste de natação, no Rio de Janeiro, quando, então com 9 anos de idade, iria iniciar a sua participação nesse tipo de evento, na condição de “Mirim I”, representando o Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral. 

  Poucos dias antes, como é dada a certas estripulias, próprias de uma criança alegre e bastante ativa, pulando de uma cama para outra, no seu quarto, tendo calculado mal a distância... Pobre joelho! A pequena “cratera” que se abriu, pouco abaixo da rótula, deixando escorrer aquele filete de líquido vermelho não era nada preocupante para o futuro da atleta, contudo, para aquele evento próximo:...

  Mas, no fim, deu tudo certo: e com duas “suadas” medalhas de prata!

  O ano, agora, era 2015, o mês, igualmente, outubro: duas semanas antes do sudeste de natação (ocorre duas vezes ao ano, revezando-se entre os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro), desta vez em nosso Espírito Santo (amém!), a Laís participara de um dos mais importantes eventos de corrida de rua do país, seguramente o maior do nosso Estado, a Corrida Garotada.

 Dedicada e bastante versátil, então com 10 anos, tinha possibilidades de alcançar uma boa posição na categoria 10-11 anos. E foi o que conseguiu: o 3º lugar!

 Ocorre que além da premiação respectiva, trouxe (novamente) um dos joelhos “danificado”, com um filete do líquido vermelho um pouco mais evidenciado do que na circunstância do ano anterior, já que, no tumulto inicial, fora empurrada por alguém, vindo a cair.

  O fato realmente marcante é que a queda não a impediu de “se levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”, como relatei no tocante à sua posição, no final da corrida.

 E o tempo até o evento da natação foi exatamente o necessário para que pudesse participar, brilhantemente, do mesmo, inclusive alcançando medalhas  individuais e coletivas, estas inerentes à grande equipe de revezamento (Anna Lúcya, Beatriz, Laís e Tyara), então na condição de “Mirim II”.

  2014, 2015,... E 2016? Outubro, felizmente, passou, o sudeste de natação, também, novamente no Rio de Janeiro. A participação, na condição de petiz I, foi muito boa e, detalhe, não foi precedida dos “sustos” dos anos anteriores, apesar das estripulias e da corrida garotada, onde, aliás, alcançou o 1º lugar na categoria 10-11 anos.

  Estamos em novembro, dia 19, o evento, hoje, é o IV Festival FAC Mirim e Petiz de Natação, no Clube Álvares Cabral. Trata-se do último compromisso oficial do ano. E, seja qual for o evento, a Laís está sempre motivada a boas participações. O grande propósito era o tempo a ser alcançado nos 50 metros livre...

  Desta vez era, pois vai ficar para o ano que vem...

  Não! Não foi nada com o joelho. E, diferentemente das outras situações, não há tempo para nada... É hoje! Estava tudo rigidamente preparado para sairmos às 7:15, aquecimento às 7:30, primeira das quatro provas individuais e dois revezamentos às 8:30,...

 Como de costume, acordei-a às 6:00, levei-a, como gosta, para o quarto onde permaneceria deitada ao lado da mãe até por volta de 6:20... Tudo normal. Às 6:30 desceu a Laís para o lanche matinal (não vou falar café, pois não faz parte) e disse estar sentindo um incômodo na garganta. E era visível uma pequena elevação: no exato momento tive a certeza de que naquele dia seria impossível. Não hesitou a mãe, do alto de sua experiência “honoris causa”, adquirida no trato com os seis filhos: caxumba!

 Imediatamente avisamos aos treinadores Marcos e “Paulista” (promoveremos uma retificação de registro para “Capixaba”). Fomos eu e a Laís ao médico. Por meríssima possibilidade, colocamos os equipamentos da Laís no carro...

  Foi atendida. O diagnóstico só sairia por volta das 10 h, com o resultado do exame de sangue. No momento era 8. Porém, estava clinicamente VETADA!

  Nesse espaço de tempo, como tudo, felizmente, é perto, em nossa querida Vitória, fomos até o Clube. Ela, obviamente, permaneceu no carro enquanto fui falar, pessoalmente, com os técnicos. Retornamos para casa e devido somente à pequena oscilação na quantidade de linfócitos, tivemos um resultado ainda não tão preciso a respeito da caxumba, porém, no que realmente importa, é isso: ela está “DE MOLHO”!

 Há alguns anos, mais precisamente em 2008, quando eu e esposa tivemos a não planejada notícia da gravidez do “quinto filho”, a Liz (a Laís é a quarta), no livro que a situação inspirou, escrevi, no que diz respeito àquele “relaxamento consciente”, fruto de refletida “margem de oportunidade que oferecemos ao destino”: 

“Mesmo que, evidentemente, não estejamos imunes aos medos próprios a tal   decisão, ainda mais em tema tão especial como este, ganhamos,ademais, condição de melhor nos   adequarmos às tantas situações que planejamos minuciosamente para a nossa vida, mas que, por razões que não comandamos, acontecem de forma muito diferente da nossa vontade”.

  Evidente que o fato ora vivenciado é algo muito pequeno! Mas, especialmente para mim, que oriento e participo muito ativamente da vida esportiva dos filhos, é algo que entra nessa... Aliás, como o livro que mencionei acima, este texto já é algo que só existe porque Deus permitiu que hoje fosse diferente! Então, quem sou eu para não procurar fazer o melhor da situação?...

  A propósito, registro que a Laís está bem, embora, “momentaneamente”, tendo apenas como companhia mais próxima a boneca “caxumbira”. E, logo que teve ciência de que estas poucas linhas de sua vida, hoje cedo, seriam escritas de forma diferente, fez apenas duas “doces” considerações a respeito da situação: vou perder o meu “amigo choco”? (não vai estar lá, mas vamos providenciar a entrega e, claro, o recebimento das guloseimas); duas: e como vai ficar o revezamento? 

Um comentário:

  1. Estimado Luiz Antônio, estimo as melhoras de Laís! Daqui a pouco ela estará 100 %, do jeito que ela gosta...Abraço a todos.

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