sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Henriquieto



HENRIQUIETO

  Em plena efervescência do “pensamento único”, tão cultuado pelo mundo globalizado e suas imposições nada despretensiosas, inclusive no que diz respeito à padronização do ser humano enquanto produto mais digerível ao mercado, vale a pena destacar, desnecessariamente para qualquer um que o conhece, que o Henrique Geaquinto Herkenhoff é daqueles caras realmente únicos...

  Para os que não o conhecem, basta exemplificar que embora cargos ardorosamente almejados pela quase totalidade dos profissionais de direito, ele FOI, dentre outros: Procurador e Professor da UFES, Procurador da República e Desembargador Federal. Aliás, também exerceu cargo em alto escalão do governo: Secretário de Estado da Segurança Pública. 

  Hoje, ao que tenho conhecimento, exerce a advocacia e leciona na Universidade de Vila Velha. Porém, como se trata do Henriquieto,... 

  Mas não é só por isso que ele é um desses caras realmente únicos! Contudo, entendo ser o que basta para seguir adiante, ao que realmente leva a estas linhas.

  O fato é que recebi convite para o lançamento de seu novo livro, obra da “Coleção Centenário”: “CLÓVIS BEVILAQUA e o Centenário do Código Civil de 1916”.

  Confesso que o aperitivo proporcionado pelo título não me apeteceu... E, embora se tratando do Henrique, dificilmente me cativaria a dedicar tempo à leitura, salvo se daqueles escritos em letras bem grandes, em poucas páginas, recheadas de imagens,...

  Entretanto, também já escrevi e realizei lançamento de livros. E, embora o tenha como alguém “fora da curva”, como ilustrei acima, tenho certeza da importância que confere ao ato, independentemente da aceitação que tenha ou não, posteriormente, pois aquele momento em que o livro nasce e é apresentado ao mundo, é realmente único!

   A questão é que se trata de uma sexta-feira! À noite! E, no meu caso, o que é mais grave: tenho que atravessar a “terceira ponte”! Para quem a utiliza, ainda mais no “horário de pico”, sabe bem ao que estou me referindo. E, no meu caso, pode acrescentar muito mais, já que, nesse quesito, com relação ao nível de aversão, me considero “desses caras realmente únicos” ou um “fora da curva”,... 

  Tanto que só decidi “aos quarenta e cinco do segundo tempo”, às 18:20, quando cheguei em casa, vindo do trabalho, na Serra. Mesmo assim, teria que me dirigir ao local do evento, em Vila Velha, e de lá sair até às 20:00, para outro compromisso inadiável às 20:30.

   Até tentei, ao máximo, que amigos em comum, o Paulo e o Jefferson, fossem comigo. Porém, o primeiro lecionaria naquela noite a partir das 18:30. O segundo, confirmou que compareceria, porém, às 20:30, já que não poderia ir antes. Pois é, como gosto de refletir, a propósito das bifurcações apresentadas pelo destino: se o local em que você mais encontra conhecidos de um passado distante é em velório ou na seção eleitoral, o que, para muitos, inclusive, representa a mesma coisa, isso significa que vocês precisam reservar mais tempo para se reunirem.

   E é certo que para velório (quase) todo mundo encontra tempo, não é mesmo!?

   Enfim, eu fui! E foi ótimo! Como cheguei um pouco antes do início do evento programado, além de adquirir o livro (gratuitamente, diga-se de passagem) tivemos oportunidade de henriquecedor diálogo. Aliás, inclusive também revi e dialoguei com a Professora Adriana Pereira Campos, a quem sequer avistava, no que tange a mim, a pelo menos um casamento e seis filhos atrás. 

  Por fim, no meio de costumeiras piadas sem um pingo de graça de miinha parte e do Henrique, não pude deixar de lançar-lhe a fatura no sentido de que o fato de revê-lo, diante das circunstâncias, dispensava-me da ida em futuro velório do mesmo, sendo imediatamente retrucado, óbvia, instintiva e defensivamente, que não haveria razão para tal preocupação, porque eu iria primeiro!...

   Como o diálogo terminou assim, sem analisarmos e sopesarmos as reais perspectivas (ou consultarmos as seguradoras, que certamente já tem uma previsão a esse respeito, dentro de sua margem de erro, “um pouco para mais ou para menos”) no fundo, é em razão de situações como essa que gosto muito de escrever. Termina do jeito que eu quero, sem direito a contraditório e ampla defesa.

   Pois é, Henrique! Por essa e por outras é que vale muito a pena estar, fazer e se sentir vivo,...

   Isto enquanto a Coleção Centenário não imortaliza!  

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