quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Jornada nas estrelas

 

JORNADA NAS ESTRELAS 
(mas que também poderia ser chamada de “CAMISA DA FAMA”)

  A formação de uma família é algo que considero tão gratificantemente incomparável que, hoje, 14.08.2016, dia dos pais, a possibilidade de ser um deles, sinceramente, é o retorno verdadeiro e indelével, que me realiza completamente, para o sempre, amém.

 Resolvo partilhar essa alegria pois a pressão sobre a família é tão grande que ela vai sendo enterrada, gradativamente, felizes, portanto, os que se dedicam a descobrir a riqueza que significa a dureza de desenterrar esse tesouro, necessitando de mãos firmes, coesas e vigorosas, já que o segredo desse enigmático mapa é cheio de pistas falsas e divisoras de esforços que, em sentido absolutamente diverso, deveriam somar-se.

  Logo, o caminho não é nada fácil, repleto de desafios, razão pela qual, para quem ainda nele não adentrou, somente o recomendo para os corajosos, dispostos a enfrentar não apenas mais uma dentre outras jornadas, mas uma verdadeira “jornada nas estrelas”, já que a viagem é extremamente longa e desgastante, porém, incomparavelmente bela e necessária para quem não consegue imaginar um céu desprovido das mesmas.

  Como toda viagem, ainda mais essa, deve ser bem planejada, o que, aliás, me fez refletir bastante ao lado de minha “copiloto”, antes mesmo de nossa decisão de embarcá-los, um a um, na inigualável nave-mãe, durante os seus primeiros meses de vivência.

  A propósito, antecedente a isso, fizemos um pacto que nos tranquiliza e dá certeza de que mesmo se algum de nós sofrer algum “defeito irreparável”, que nenhuma “oficina” ou “mecânico” dê jeito, o outro fará o impossível para levá-los ao único que oferece a “garantia estendida”, que foi, a rigor, o que nos convenceu a embarcar nessa incomparável aventura.

  Pois bem! Já que não vou me dedicar a enumerar as dificuldades que naturalmente se enfrenta na condução, para que não acreditem, falsamente, que no caminho “só se visualizam flores”, não vou, também, revelar as gratas surpresas que me foram preparadas pelos “passageiros” e pela “copiloto” para o “dia dos pais”, salvo uma que para mim teve um significado tão profundo que me levou a não caber dentro de mim, daí estas linhas.

  Ganhei uma camisa branca, extremamente simples, adquirida pela copiloto e que foi decorada pelo formato de uma das mãos besuntadas em tinta de cada um dos seis filhos, cujas impressões digitais desiguais sugerem a exclusividade de vários universos distintos, ainda que vinculados a um duplo liame gerador indissolúvel.

  Desta forma, para mim, se trata de uma verdadeira e exclusiva “camisa da fama”, algo que partilho de forma simbólica com os que se dedicam à dureza e beleza da “jornada nas estrelas”, esta que, infelizmente, resta um tanto diminuída devido à espetacularização da “guerra nas estrelas”, o chocante cada vez mais ofuscando o singelo em nossas vidas e, o pior, na de nossos filhos.     


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