terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Selfie Service


                  SELFIE SERVICE


  Imagine que você esteja em local muito belo e deseja registrar sua passagem através de uma fotografia. Vira para um lado: ninguém! Para o outro: também!

  Isso já deve ter acontecido com você. Ou não? Com um pouco de sorte, passado algum tempo, aparece alguém, mas, mesmo assim, necessita-se, primeiro, de certa coragem para pedir a essa pessoa para registrar você e a paisagem JUNTOS; e, segundo, de dose de sorte para o indivíduo não cortar a sua cabeça ou outra parte do seu nobre corpo, algum aspecto da paisagem que você considera relevante, ou, enfim, não atender às expectativas que você nele tanto deposita. Afinal, não tem outro jeito, não é?

  Ufa! Não havia... Ainda bem que surgiu o celular e, com ele, difundiram-se as "selfies" (não preciso dizer nem para um recém-nascido o que essa palavra significa, né!?). Mais arrebatadora do que a onda “self service”, eis um novo mundo na versão “selfie service”: nutra-se de você à vontade, mas cuidado com a indigestão¹

  Até eu, acredito, em algum momento da vida, se tiver a oportunidade de experimentar mais umas duas dezenas de outonos, irei me render a pelo menos uma "selfie" (sabe-se lá, contudo, se a velocidade das transformações não terá sepultado tal tendência, nos consumindo com outras de suas arrastadoras novidades?). 

 Aliás, se algum dia concretizar o desejo de viajar a Londres, euandopensando(.blogspot.com.br) em me inscrever na “City Lit”, que oferece um curso de fotografia denominado “a arte do autorretrato”, prometendo que pela bagatela de 132 Libras o aluno aprenderá a “melhorar conhecimento crítico do autorretrato fotográfico e desenvolver ideias para produzir uma obra coerente”. A propósito, confesso que a beleza da apresentação, embora não a tenha entendido muito bem, me fascinou bastante. 

  Todavia, se a adesão à “selfie” ocorrer antes de viajar a Londres, devido aos ora confessados conhecimentos rudimentares para o exercício da nobre arte, talvez consiga produzir “obra menos incoerente” adquirindo uma tal “vara de selfie”, pois, ao que sei, após a “selfie” se tornar a palavra do ano em 2013, foi a vez da vara se transformar no “presente do ano”, nos EUA, em 2014. 

  Parece meio esquisito ostentar uma vara para tal finalidade, mas considerando a volumosa adesão, acho que vai ser menos excêntrico e mais interessante – e barato - do que me valer do auxílio de um "drone" para resultado “mais coerente”, como sugere o Nixie, novidade da Nixie Labs, apresentado durante a Consumers Electronic Show 2015, em Las Vegas, aliando a febre (alta) dos "drones" à das "selfies".

  Por fim, dureza é concluir que tudo isso só está ocorrendo por culpa do outro! É ele o grande responsável! Afinal, se as fotografias são minhas, o que ele tem a ver? 


¹ A persistirem os sintomas não deverá se autorretratar




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