sexta-feira, 16 de maio de 2014

Roubaram a copa


                                                                                               ROUBARAM A COPA

    Você, possivelmente, já tinha ouvido falar do roubo (na verdade, furto) da Taça “Jules Rimet”, aquela que imortalizou o gesto de Bellini, falecido em 2014, que a levantou, pela primeira vez, em 1958, enquanto capitão da seleção brasileira de futebol.

     Pois é! Após o zagueiro Carlos Alberto Torres repetir o gesto, por ocasião do tricampeonato, em 1970, ela passou a ser “definitivamente nossa”, porém, apenas por um tempo, já que nem todos estavam satisfeitos com essa espécie de sociedade anônima e resolveram se apropriar, furtivamente, das partes que pertenciam a cada um dos demais milhões de membros da nação brasileira.

      Pois bem! Ocorre que a “arte” de roubar foi muito aprimorada nos últimos tempos. Se fizer pesquisa, creio que o roubo ficará na lista dos mais incrementados, possivelmente em empate técnico com a corrupção.

     Chegamos a tal ponto que até já assistimos àqueles que não satisfeitos em estraçalhar os ânimos dos rivais, em campo, com ajudinha extra do mediador, ainda tripudiam, glorificando o ato ilícito: “roubado é mais gostoso”, conforme ocorrido na decisão do campeonato carioca deste ano. 

     Contudo, agora, o que roubaram mesmo foi a copa. A co-pa, friso! Não é a taça, uma partida, o futebol brasileiro, mas a c-o-p-a.

      Quer dizer que não vai ter mais copa? Que tragédia! Tem muita gente que achava que ela era a “salvação” para serenar um pouco da pressão sobre um monte de coisas, como, por exemplo, “o caso da Petrobras” (vai dizer que você - pedindo licença para utilização das expressões, pois acredito que foram patenteadas - também “não sabia”?).

       Não veremos os times entrarem nos “campos”, cada qual “dilma” vez? Afinal o pentacampeão selecionado canarinho “já é cioso” o suficiente para não se conformar com uma decisão que deixe de incluí-lo como provável campeão. Isso se alguma "zebra" não se mostrar forte o suficiente para virar o jogo. É muito difícil, mas nunca se sabe. Talvez!

       E você já deve estar furioso comigo porque este texto tem um título chamativo e até agora não expliquei o tal “furo de notícia”, já que, creio, ninguém ainda havia informado à população quanto a tamanho descalabro com a nossa nação, sedenta por ver reparado, em casa, o divino equívoco ocorrido com a copa de 1950 (como foi possível perdê-la se até “Deus é brasileiro”?). 

     Então explico melhor: a copa a que estou me referindo, muito comum mesmo aos lares mais simples, na época da minha infância, é aquele ambiente, próximo à cozinha e à sala e que, simplesmente, não se ouve mais falar quando se refere às novas unidades habitacionais.

     Está certo (na verdade, errado) que afora o preço mais elevado, tudo no imóvel reduziu (para atender à diminuição das famílias e ao déficit de moradias, segundo repetem, a todo instante, para você acreditar ou, no mínimo, se ver resignado a aceitar). Exemplifico, por tudo, com o “quartinho”, que é mais um termo antigo, então muito utilizado para designar o banheiro e que hoje serve para se referir ao quarto mesmo, embora com tamanho do banheiro. Mas a copa? Nem diminuiu. Simplesmente de-sa-pa-re-ceu. 

      Sei que você pode estar zangado. Não com relação à copa que lhe roubaram, mas pelo fato de eu ter me valido deste meio artificioso para veicular meu pensar. A propósito, que sirva como atenuante, meu objetivo não é lhe roubar tempo, mas alertá-lo para necessários cuidados com explorações que costumam ocorrer em épocas de euforia coletiva, como nesta em que o Brasil é “a pátria de chuteiras”. 

     Enfim, a copa visível está aí. E, para aproveitarmos bem o espetáculo, embora em ambientes menores, cabe registrar que as televisões estão melhores e, principalmente, cada vez maiores. Pra frente Brasil-zil-sil-zil...

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