segunda-feira, 23 de março de 2020

Gabi e Júnior (II)

GABI E JÚNIOR (II)

Era por volta de 19:00 do dia 19.03.2020, estava em casa, em Vitória, e veio inspiração para escrever algumas palavras para a Gabi e o Júnior, com casamento marcado para o dia 21.03.2020, em Nova Venécia.

Fui para o computador só para começar a escrever, pois a intenção era terminar na manhã seguinte. Porém, fiel ao meu lema de que a inspiração é apenas uma simples e imperdível passageira dos seus efeitos, as ideias foram fluindo, fui escrevendo e, apesar de algumas outras coisas para fazer, resolvi que era mais importante e proveitoso terminar.

Findei por volta de 20:30 e não é que por volta de 21:00 o pai da Gabriela, meu querido cunhado e compadre Daniel, me ligou? O assunto era bastante delicado, o não comparecimento de vários convidados, devido aos tempos difíceis que estamos vivendo, em razão da globalização de um vírus no auge da sua catastrófica existência, havendo forte apelo para se evitar contatos, grande fonte de "invisível" contágio.

Por coincidência, tudo o que eu queria lhe dizer naquele momento estava no que acabara de escrever. A intenção era entregar um impresso do escrito à Gabi, ao Júnior e aos familiares no dia do casamento. Mas, coincidência assim não acontece por acaso, né? Falei pouco com ele, mas informei que tinha escrito um texto que queria lhe repassar, o que fiz instantes após, não sem antes me comprometer com a honra de levar as alianças dos noivos, que ainda estavam em Vitória.

Pois bem! Acontece que eu também não estava seguro de que iria ao casamento, mas, agora, não havia como não ir. Ou havia? Ou melhor, deveria ir ou não? Mas uma coisa é certa, na linha do que tinha escrito anteriormente para o casal: no filme deles, embora existam os atores coadjuvantes, que merecem também um oscar, além de nós e vários outros, é claro, que, evidentemente, ajudaríamos a compor o elenco, eram três os verdadeiros protagonistas, ou seja, Gabi, Júnior e o Padre!

Ora, eram três os protagonistas, mas, sem as alianças, nada feito.

Portanto, no sábado, dia do casamento, pela manhã, partimos eu e a companheiríssima esposa Claudia, de Vitória para Nova Venécia, levando as alianças.

Mas o ponto realmente chocante da situação é que não ficamos para o casamento, retornamos logo após deixar as alianças. O detalhe, igualmente difícil de executarmos, bem como de ser assimilado, salvo se não existisse um extraordinário afeto que nutrimos uns pelos outros, é que sequer tivemos contato com a família ou outros da região que também nos são caros: deixamos em local seguro, sem contato pessoal e, quando já estávamos retornando, informamos o que tínhamos feito.

É óbvio que se trata de algo difícil para todos. Neste momento eles estão casando. Algo bem simples e íntimo,assim como a pequena reunião que acontecerá na casa dos pais da noiva, desconforme tudo o que fora pensado e longamente planejado.

Porém, como disse na primeira ocasião, nessa época em que o casamento, às vezes, vale mais pelo espetáculo, o inadiável sim dos dois, realmente, mais ainda comove e, sem dúvidas, muito melhor os recepciona para o seu verdadeiro,santo e inigualável sentido: DEUS ABENÇOE ESSA UNIÃO!

Eu e a esposa, embora distantes, em casa, junto aos nossos filhos, no fundo, bem felizes pela difícil e segura opção, e, mais ainda, pela divina oportunidade dos quilômetros percorridos como "pajem" e "daminha" dessa inesquecível união.


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